19 dezembro 2008
Boas festas
Então bom Natal, boas férias (para quem as tem), e até para o ano. Depois dos reis, cá estarei. Entretanto evitarei todo o contacto com a net. Até lá.
18 dezembro 2008
Da vida e da morte
A conversa continua :)
Não acho que o medo da morte seja irracional, pelo contrário, tenho-o como perfeitamente racional já que ninguém sabe o que está para lá da morte (assim com certeza mesmo, absoluta e incontestável) a não ser a morte em si. Parece-me mais irracional o medo da vida eterna (é isso a imortalidade, não é?), que é no fundo uma justificação para a morte (e portanto uma racionalização, e portanto racional, e já me contradisse numa só frase. Porreiro, pá). O medo do desconhecido é perfeitamente natural (e racional?).
Conheço muitos velhos que não se importavam nada de ficar cá para semente ;), vê-se-lhes nos olhos o medo de morrer, mesmo quando estão de perfeita saúde, e a pena que têm de ter que deixar este mundo.
Há uns dias ouvi um homem dizer que gostava de viver até aos 980 anos (mais coisa menos coisa, não me recordo precisamente do valor), porque, dizia, Noé também tinha vivido até essa idade. Quando ouvi aquilo, pensei, porque não 1000, já que estava tão perto? Outras pessoas dizem que gostavam de viver até aos 100, 150, 200 anos. É mais frequente ouvir alguém dizer que gostava de ir para além da esperança média de vida, do que o contrário. Porque será.
Havendo seja o que for (nada ou alguma coisa) depois de morrermos, gosto demais de cá andar para me fartar, e tenho pena de não poder viver (com alguma qualidade de vida, claro, que quando a saúde se acabar já a vida se me pode ter esgotado ainda que o coração possa ser forçado a continuar a bater). Por mais longa que fosse a minha vida, não me parece que me fosse cansar. Criando ou recriando, as possibilidades são infinitas. Quando achamos que descobrimos a partícula mais pequena ainda temos que descobrir do que é que ela é feita. Quando pensarmos que já sabemos os limites do universo, ficará por saber qual a grande caixa que contém essa caixa já enorme. E por mais tempo que aqui passássemos, é duvidoso que ficássemos a saber tudo. Digo eu. Penso eu. E fico à espera que me provem o contrário.
Não acho que o medo da morte seja irracional, pelo contrário, tenho-o como perfeitamente racional já que ninguém sabe o que está para lá da morte (assim com certeza mesmo, absoluta e incontestável) a não ser a morte em si. Parece-me mais irracional o medo da vida eterna (é isso a imortalidade, não é?), que é no fundo uma justificação para a morte (e portanto uma racionalização, e portanto racional, e já me contradisse numa só frase. Porreiro, pá). O medo do desconhecido é perfeitamente natural (e racional?).
Conheço muitos velhos que não se importavam nada de ficar cá para semente ;), vê-se-lhes nos olhos o medo de morrer, mesmo quando estão de perfeita saúde, e a pena que têm de ter que deixar este mundo.
Há uns dias ouvi um homem dizer que gostava de viver até aos 980 anos (mais coisa menos coisa, não me recordo precisamente do valor), porque, dizia, Noé também tinha vivido até essa idade. Quando ouvi aquilo, pensei, porque não 1000, já que estava tão perto? Outras pessoas dizem que gostavam de viver até aos 100, 150, 200 anos. É mais frequente ouvir alguém dizer que gostava de ir para além da esperança média de vida, do que o contrário. Porque será.
Havendo seja o que for (nada ou alguma coisa) depois de morrermos, gosto demais de cá andar para me fartar, e tenho pena de não poder viver (com alguma qualidade de vida, claro, que quando a saúde se acabar já a vida se me pode ter esgotado ainda que o coração possa ser forçado a continuar a bater). Por mais longa que fosse a minha vida, não me parece que me fosse cansar. Criando ou recriando, as possibilidades são infinitas. Quando achamos que descobrimos a partícula mais pequena ainda temos que descobrir do que é que ela é feita. Quando pensarmos que já sabemos os limites do universo, ficará por saber qual a grande caixa que contém essa caixa já enorme. E por mais tempo que aqui passássemos, é duvidoso que ficássemos a saber tudo. Digo eu. Penso eu. E fico à espera que me provem o contrário.
17 dezembro 2008
Já ganhei o dia
A senhora do café perguntou-me quantos anos tinha, se já andaria pelos 27. Digamos que já foi há algum tempo. Mas tendo em conta que acabei por comprar os Legos (só espero que a família não leia isto, para ver a cara deles quando perceberem que o pai Natal me trouxe uma prenda dessas) a minha idade mental ainda anda bem longe dos 27. Estou para aí com uns 7 anos portanto.
(Depois de brincar com a minha caixa de Legos vou guardar tudo muito bem arrumadinho, para a próxima criança. Seja ela a minha menina, ou outra qualquer. Prometo.)
(Depois de brincar com a minha caixa de Legos vou guardar tudo muito bem arrumadinho, para a próxima criança. Seja ela a minha menina, ou outra qualquer. Prometo.)
16 dezembro 2008
Do consumismo, e os meus problemas de consciência
Sou daquelas pessoas que nunca deita um papel ao chão nem que tenha que andar quilómetros com ele no bolso, e que recicla o lixo porque tem que ser, e porque deve ser, mas nem sequer sou particularmente sensível à mensagem "verde" porque tenho a sensação que me andam a esconder metade da história. E metade (pelo menos) da poluição. Irritam-me as iniciativas do género pague lá este saco igualzinho ao que na caixa ao lado é de borla (hipermercados continente), porque acho que há sítios bem mais importantes onde se devia actuar - como na embalagem excessiva das coisas. E não me parece que o princípio do utilizador-pagador ajude alguma coisa, porque desculpabiliza quem paga (se pago o que poluo, então não há razão para me incomodar com a minha poluição, pelo menos enquanto puder pagá-la). Irritam-me as campanhas com criancinhas (não só as da reciclagem, as outras também) e pessoal vestido de uma cor estranha (experimentem sair de casa vestidos de amarelo da cabeça aos pés).
Explicada a minha (in)sensibilidade aos assuntos verdes posso ir directa ao assunto. Este sítio-programa-vídeo. A história das coisas pôs-me a pensar em coisas mais importantes do que a reciclagem, o lixo e o desperdício. Para onde vai a tralha toda que compramos quando deixa de ter utilidade. O que se faz aos objectos que já ninguém quer (nós não queremos), mesmo que estejam em óptimas condições. Porque é que é supostamente proibido emprestar os DVDs que vimos uma vez e nos quais já não temos interesse. Porque é que não se emprestam livros, porque é que as bibliotecas estão vazias. Porque é que as coisas são cada vez mais baratas. Como é que há 10 anos comprava t-shirts por mil paus, e agora as posso comprar por cinco euros. Porque é que cedemos aos miúdos que querem tudo e mais alguma coisa. E porque é que nós próprios temos tralhas a mais. Porque é que não compramos mais em segunda mão, pedimos emprestado, emprestamos. E para quê?
Calhou mal ter visto isto na altura do Natal. Tirou-me um bocado da alegria que tinha em comprar as prendas para a família. E tirou-me o prazer de comprar coisas para mim. Agora (por agora?) não consigo fazer compras por impulso. Continuo a comprar certas coisas em segunda mão (os jogos electrónicos no ebay). Penso duas vezes antes de comprar coisas novas (são mesmo necessárias? posso arranjar em segunda mão?). E quero emprestar tudo o que tenho (mas também nunca tive problemas em emprestar). Não quero deixar um rasto de lixo. Mas também não quero deixar de viver a vida normalmente. Estou lixada.
(inspirado pela Luna)
Explicada a minha (in)sensibilidade aos assuntos verdes posso ir directa ao assunto. Este sítio-programa-vídeo. A história das coisas pôs-me a pensar em coisas mais importantes do que a reciclagem, o lixo e o desperdício. Para onde vai a tralha toda que compramos quando deixa de ter utilidade. O que se faz aos objectos que já ninguém quer (nós não queremos), mesmo que estejam em óptimas condições. Porque é que é supostamente proibido emprestar os DVDs que vimos uma vez e nos quais já não temos interesse. Porque é que não se emprestam livros, porque é que as bibliotecas estão vazias. Porque é que as coisas são cada vez mais baratas. Como é que há 10 anos comprava t-shirts por mil paus, e agora as posso comprar por cinco euros. Porque é que cedemos aos miúdos que querem tudo e mais alguma coisa. E porque é que nós próprios temos tralhas a mais. Porque é que não compramos mais em segunda mão, pedimos emprestado, emprestamos. E para quê?
Calhou mal ter visto isto na altura do Natal. Tirou-me um bocado da alegria que tinha em comprar as prendas para a família. E tirou-me o prazer de comprar coisas para mim. Agora (por agora?) não consigo fazer compras por impulso. Continuo a comprar certas coisas em segunda mão (os jogos electrónicos no ebay). Penso duas vezes antes de comprar coisas novas (são mesmo necessárias? posso arranjar em segunda mão?). E quero emprestar tudo o que tenho (mas também nunca tive problemas em emprestar). Não quero deixar um rasto de lixo. Mas também não quero deixar de viver a vida normalmente. Estou lixada.
(inspirado pela Luna)
15 dezembro 2008
Testando a sorte do rapaz
Estão a ver aqueles papelinhos das rifas de feira, aqueles bem enroladinhos? E se eu disser que passei várias horas a enrolar cerca de 125 com a ajuda de um palito? Quanto tempo é que um miúdo (ou graúdo) demorará a desenrolar um número de papelinhos suficiente para encontrar o único que lhe dá a informação que ele precisa? Muito, espero eu. 3 horas comigo a enrolar papelinhos (e a cortar, e a escrever mensagens parvas neles, e a carimbar desenhos noutros) têm que dar para entreter o miúdo por mais de 5 minutos. Até lá, vou fazendo figas.
Brincar às casinhas
A amazon devia deixar de me mandar mails. Às vezes até dá jeito, quando me vêm dizer que saiu mais um livro do meu autor favorito, ou um jogo novo dos que eu colecciono coleccionava (porque tempo para jogar não há), mas isto é demais. Só porque andei a ver Legos (que nem comprei), agora mandam-me avisos de que baixaram os preços, uma e outra vez, e agora têm daquelas casinhas que eu gosto com 30% de desconto e tudo. Não se faz, pá. O miúdo não liga a Legos, e a miúda é pequena demais, eu não tenho tempo nem desculpas para comprar uma caixa de Legos, pô-la debaixo da árvore e fazer de conta que não sei de nada e que realmente o pai Natal existe (neste caso, a mãe Natal, que eu ainda não mudei de sexo). Está mal. Ainda para mais tenho 3 dias para me tentar, porque eles entregam quase no dia seguinte (dois dias depois no máximo). Ando a resistir a uma destas casinhas giras, 3 em 1, milhões em 1 na realidade, há mais de um ano, quando as vi pela primeira vez na loja da Lego cá num centro comercial. Será que ainda me aguento?
13 dezembro 2008
Volta e meio deparo-me com coisas assim
"imagine life without death. everyday you would want to kill yourself"
mais aquela história da velha muito velha a quem já toda a família e amigos tinham morrido e que passava os dias a infernizar quem dela tratava, e continuava a vida miserável a que estava condenada a sobreviver a tudo e a todos
- e penso "tretas". Tretas de quem precisa de se resignar com a morte. Há para aí alguém que não tenha amigos mais novos? Que não chegue aos 30, 40, 50, 60, 70, e ainda encontre pessoas (até aí desconhecidas) no elevador a quem convidar para um café? A idade será mesmo determinante para definir os nossos amigos, as pessoas com quem convivemos, e quem nos estimula (intelectualmente e não só). Nem que eu viva 500 anos, e nem que vivesse para sempre, não me convencem que a imortalidade seria uma coisa má. Por mais que pareça que um dia hei-de esgotar o que tenho a dizer, a fazer, a ouvir, sei muito bem que isso não é verdade. Por mais comprida que fosse a vida, haveria sempre gente a criar coisas para as quais eu nunca teria tempo de experienciar. E só por isso posso dizer com certeza "tretas".
"imagine life without death. everyday you would want to kill yourself"
mais aquela história da velha muito velha a quem já toda a família e amigos tinham morrido e que passava os dias a infernizar quem dela tratava, e continuava a vida miserável a que estava condenada a sobreviver a tudo e a todos
- e penso "tretas". Tretas de quem precisa de se resignar com a morte. Há para aí alguém que não tenha amigos mais novos? Que não chegue aos 30, 40, 50, 60, 70, e ainda encontre pessoas (até aí desconhecidas) no elevador a quem convidar para um café? A idade será mesmo determinante para definir os nossos amigos, as pessoas com quem convivemos, e quem nos estimula (intelectualmente e não só). Nem que eu viva 500 anos, e nem que vivesse para sempre, não me convencem que a imortalidade seria uma coisa má. Por mais que pareça que um dia hei-de esgotar o que tenho a dizer, a fazer, a ouvir, sei muito bem que isso não é verdade. Por mais comprida que fosse a vida, haveria sempre gente a criar coisas para as quais eu nunca teria tempo de experienciar. E só por isso posso dizer com certeza "tretas".
12 dezembro 2008
A vida é bela
Nunca cessarei de admirar a maneira como tantas pessoas se põem à disposição dos outros. Dentro do que podem, do que lhes sai da alma, das mãos, do cérebro, dos seus talentos, do que sabem fazer melhor. E nisso, a internet é uma fonte inesgotável de genialidade. Depois da roda, e depois da imprensa, terá sido provavelmente a maior invenção de sempre. Por causa dela, e de todos os que nela dão um bocadinho de si, todos os dias me enriqueço mais um bocadinho. Desde as imagens disponibilizadas por artistas fabulosos, pelo que fazem e pela facilidade com que oferecem o seu trabalho, e que uso para fazer etiquetas de presentes ou brincadeiras para o meu filho ou até embelezar as paredes, aos utilíssimos vídeos que ensinam a fazer uma data de coisas, à wikipedia, dicionários e outros sites que nos tiram dúvidas num instantinho, aos blogues de todos os géneros, aos sites e blogues de culinária onde de vez em quando lá vou tirar uma receita de mais bolinhos, e claro, o meu primeiro amor internautico, o email, que não serve só para mandar e receber mensagens dos amigos (e SPAM) mas também para me ajudar a gerir a minha própria vida (quem é que nunca mandou um mail a si próprio para se lembrar de fazer qualquer coisa).
Ando há quase um mês a preparar pistas para uma enorme e fabulosa caça ao tesouro para o meu menino mais lindo. Claro que não passo os dias a pensar nisso, mas de vez em quando tenho uma ideia nova e tomo nota, para a ir preparando logo que tenha algum tempo livre. Já imprimi imensas imagens de cogumelos (para a pista do "segue os cogumelos"), já me inspirei em coisas escritas pelos blogues, já pesquisei imagens de casinhas para colocar pistas nas janelas. E hoje, depois de tanto trabalho (ainda incompleto) e tanta coisa retirada deste mundo de bits e bytes, estou como o outro, maravilhada. O meu obrigada a todos os que tornam a vida melhor e mais fácil.
Ando há quase um mês a preparar pistas para uma enorme e fabulosa caça ao tesouro para o meu menino mais lindo. Claro que não passo os dias a pensar nisso, mas de vez em quando tenho uma ideia nova e tomo nota, para a ir preparando logo que tenha algum tempo livre. Já imprimi imensas imagens de cogumelos (para a pista do "segue os cogumelos"), já me inspirei em coisas escritas pelos blogues, já pesquisei imagens de casinhas para colocar pistas nas janelas. E hoje, depois de tanto trabalho (ainda incompleto) e tanta coisa retirada deste mundo de bits e bytes, estou como o outro, maravilhada. O meu obrigada a todos os que tornam a vida melhor e mais fácil.
10 dezembro 2008
Coisas que me lixam
Chegam aos 5000 habitantes, e pensam, ena, tanta gente, devíamos ser cidade. Começam pelos semáforos, para regularem a meia dúzia de carros que passam nos dias de feira. Depois pelos GNR muito sérios, que isto agora já não é como nas aldeias, a multar o pessoal que não atravessa na passadeira. Mantêm a hora de almoço dos establecimentos comerciais porque afinal os donos já são velhos e não sabem nada dessas coisas do progresso, mas entretando abriram os Lidls e Ecomarchés, e os chineses, ai os chineses, e o pessoal até pode fazer compras à hora do almoço, mais à noitinha e até ao domingo, apesar dos veementes protestos do padre da terra e da associação de comerciantes, os tais velhos ultrapassados que costumavam comandar as horas de expediente das lojas todas (apesar do jeito ocasional que o ti António do minimercado fazia aos vizinhos) e ainda a feira anual do padroeiro da terreola, aproveitada como montra de exposição das alfaias agrícolas e local de espectáculo para os cantores pimba do momento, que por muito que se esforçem não puxam ninguém a mexer-se, que ali não há grandes motivos para cantar e abanar o capacete, deve ser por se terem esquecido de montar barraquinhas de bebidas alcoólicas e se terem limitado ao café e à KAS. Ah, e pela quantidade de velhos, de idade e de espírito.
Depois tem que vir mais progresso, fazem-se uns arruamentos e muitas rotundas, porque parece bem e sempre dá que fazer ao ti Manel, contratam-se uns jardineiros para tratarem das flores e limparem canteiros, compram-se mais enfeites de Natal e aumenta-se a dose de fogo de artifício do Natal e também a da festa do santo, que agora a terra já é grande, uma cidade como deve ser. Mas isto não chega, porque a cidade não pode parar, mesmo que esteja esquecida no meio do nada, onde nem o diabo se lembra de ir atentar as pessoas, e alguém tem a ideia peregrina que, já que a agricultura não dá nada, não há condições, os campos são pequenos e os donos velhos, e os filhos mudaram-se todos para longe e na terra ninguém quer saber de sujar as mãos, então vamos mas é virarmo-nos para o turismo. E então dão um jeito às aldeias, fazem mais umas estradinhas, limpam as fachadas das igrejas e capelas, fazem uns anúncios-reportagens na televisão e dizem aos turistas, venham até cá ver a nossa bela terra, com esta bela paisagem, e onde se podem aborrecer de morte em 3 dias que aqui a única sala de cinema é tão grande como a sala de jantar do Jaquim e por muito que queiram ir às compras, só terão sorte se vierem à cooperativa durante a semana e adquirirem o nosso azeite que é mesmo o melhor do mundo e o vinho que também não é mau.
E como não há turismo que se preze sem água, trata-se logo de promover a água mais próxima, seja ela um rio, uma barragem ou uma piscina-tanque na pensão da terra. E se não houver, vai-se para o meio do monte, onde costumava haver uma paisagem linda e gafanhotos e giestas à fartazana, mas que agora é dominada por meia dúzia de geradores eólicos que mais ninguém queria, e faz-se lá um buraco e põe-se a madeira ou a pedra da região à volta e chama-se-lhe spa, que é o que os turistas gostam. E se houver rios, pois que se façam passeios de barco, e campeonatos de jetski, que estas águas aqui estavam limpinhas de mais e os locais não merecem tomar banho em tanta limpidez. E já agora, com tanta terra abandonada, faz-se também um campo de golfe, que o golfe é que está a dar e já que não há mar, ao menos que haja golfe, sempre é uma actividade compatível com a ideia de calma e sossego que as pessoas têm do campo, mesmo que nesse campo esteja uma cidade. E para os que não gostam da calma, pode-se alugar umas motas, ou moto quatro que agora estão na moda, para darem uns passeios e assustarem as galinhas d'água e os javalis.
E o terreno onde se fazia a feira anual pode-se aproveitar durante todo ano, passa a chamar-se parque de exposições e podem-se ir fazendo mais feiras temáticas, a ver se o turista vem, que aqui não se passa mesmo nada, os restaurantes estão vazios, os cafés só dois ou três é que se safam e os comércios a mesma coisa, e o resto é paisagem, que só não fecha porque o dono tem que se ocupar com alguma coisa e já não tem idade para mais e afinal nem tem que pagar renda.
E as pessoas andam contentes, que o próximo projecto é que vai ser (nunca é), agora é que isto vai andar para a frente (fica sempre no mesmo sítio), os turistas vão vir (alguns até vêm) e nunca mais vão querer ir para outro sítio (fartam-se logo da pacatez e do frio ou calor extremos, e fogem para o bule-bule da cidade deles), e vai haver mais dinheiro (não vai), e a prosperidade chegará (não chega). E apesar de tudo, as coisas vão ficando na mesma, continua a haver feira, o mercado continua a atrair a mesma gente de sempre, a senhora da sapataria continua a apenas encomendar um número de cada modelo de sapato, o retornado a vender roupa caríssima e a fazer saldos de no máximo 30% e a começá-los apenas na altura da antiga lei ou até depois, no inverno continua a sentir-se o cheiro a lenha das lareiras, no verão continua a fazer um calor de morrer, as silvas continuam a dar amoras nos terrenos por construir e os prédios enormes continuam vazios por dentro e a tapar o gerador eólico e o resto da paisagem ao longe.
E os filhos da terra, os que se foram embora (os filhos da mãe que se atreveram a abandonar aquele pedaço de fim de mundo e ainda se atrevem a voltar a pôr lá os pés), de cada vez que regressam sentem que mais um bocado lhes foi arrancado, com cada semáforo, cada rotunda, cada café passado de mãos, cada escola primária remodelada, cada fonte abrilhantada, cada casa antiga substituída por um prédio enorme que ficará meio vazio, cada gerador eólico no horizonte. E perguntam-se, será que ainda há algum sítio onde não se passe mesmo nada?
Depois tem que vir mais progresso, fazem-se uns arruamentos e muitas rotundas, porque parece bem e sempre dá que fazer ao ti Manel, contratam-se uns jardineiros para tratarem das flores e limparem canteiros, compram-se mais enfeites de Natal e aumenta-se a dose de fogo de artifício do Natal e também a da festa do santo, que agora a terra já é grande, uma cidade como deve ser. Mas isto não chega, porque a cidade não pode parar, mesmo que esteja esquecida no meio do nada, onde nem o diabo se lembra de ir atentar as pessoas, e alguém tem a ideia peregrina que, já que a agricultura não dá nada, não há condições, os campos são pequenos e os donos velhos, e os filhos mudaram-se todos para longe e na terra ninguém quer saber de sujar as mãos, então vamos mas é virarmo-nos para o turismo. E então dão um jeito às aldeias, fazem mais umas estradinhas, limpam as fachadas das igrejas e capelas, fazem uns anúncios-reportagens na televisão e dizem aos turistas, venham até cá ver a nossa bela terra, com esta bela paisagem, e onde se podem aborrecer de morte em 3 dias que aqui a única sala de cinema é tão grande como a sala de jantar do Jaquim e por muito que queiram ir às compras, só terão sorte se vierem à cooperativa durante a semana e adquirirem o nosso azeite que é mesmo o melhor do mundo e o vinho que também não é mau.
E como não há turismo que se preze sem água, trata-se logo de promover a água mais próxima, seja ela um rio, uma barragem ou uma piscina-tanque na pensão da terra. E se não houver, vai-se para o meio do monte, onde costumava haver uma paisagem linda e gafanhotos e giestas à fartazana, mas que agora é dominada por meia dúzia de geradores eólicos que mais ninguém queria, e faz-se lá um buraco e põe-se a madeira ou a pedra da região à volta e chama-se-lhe spa, que é o que os turistas gostam. E se houver rios, pois que se façam passeios de barco, e campeonatos de jetski, que estas águas aqui estavam limpinhas de mais e os locais não merecem tomar banho em tanta limpidez. E já agora, com tanta terra abandonada, faz-se também um campo de golfe, que o golfe é que está a dar e já que não há mar, ao menos que haja golfe, sempre é uma actividade compatível com a ideia de calma e sossego que as pessoas têm do campo, mesmo que nesse campo esteja uma cidade. E para os que não gostam da calma, pode-se alugar umas motas, ou moto quatro que agora estão na moda, para darem uns passeios e assustarem as galinhas d'água e os javalis.
E o terreno onde se fazia a feira anual pode-se aproveitar durante todo ano, passa a chamar-se parque de exposições e podem-se ir fazendo mais feiras temáticas, a ver se o turista vem, que aqui não se passa mesmo nada, os restaurantes estão vazios, os cafés só dois ou três é que se safam e os comércios a mesma coisa, e o resto é paisagem, que só não fecha porque o dono tem que se ocupar com alguma coisa e já não tem idade para mais e afinal nem tem que pagar renda.
E as pessoas andam contentes, que o próximo projecto é que vai ser (nunca é), agora é que isto vai andar para a frente (fica sempre no mesmo sítio), os turistas vão vir (alguns até vêm) e nunca mais vão querer ir para outro sítio (fartam-se logo da pacatez e do frio ou calor extremos, e fogem para o bule-bule da cidade deles), e vai haver mais dinheiro (não vai), e a prosperidade chegará (não chega). E apesar de tudo, as coisas vão ficando na mesma, continua a haver feira, o mercado continua a atrair a mesma gente de sempre, a senhora da sapataria continua a apenas encomendar um número de cada modelo de sapato, o retornado a vender roupa caríssima e a fazer saldos de no máximo 30% e a começá-los apenas na altura da antiga lei ou até depois, no inverno continua a sentir-se o cheiro a lenha das lareiras, no verão continua a fazer um calor de morrer, as silvas continuam a dar amoras nos terrenos por construir e os prédios enormes continuam vazios por dentro e a tapar o gerador eólico e o resto da paisagem ao longe.
E os filhos da terra, os que se foram embora (os filhos da mãe que se atreveram a abandonar aquele pedaço de fim de mundo e ainda se atrevem a voltar a pôr lá os pés), de cada vez que regressam sentem que mais um bocado lhes foi arrancado, com cada semáforo, cada rotunda, cada café passado de mãos, cada escola primária remodelada, cada fonte abrilhantada, cada casa antiga substituída por um prédio enorme que ficará meio vazio, cada gerador eólico no horizonte. E perguntam-se, será que ainda há algum sítio onde não se passe mesmo nada?
09 dezembro 2008
A Amazon é fixe
(quantas vezes já terei escrito isto?)
Já compro coisas na amazon há muitos anos, desde a altura em que só havia amazon.com e nunca mas nunca me chateei com eles. Se há sitio onde o cliente tem sempre razão, é ali. Se há sítio onde os erros, sejam eles de quem forem, são imediatamente corrigidos, é na melhor lojaonline do mundo. As entregas rápidas, o preço em geral abaixo do das lojas reais e outras online (sim, eu comparo), a facilidade de devolução (com a devolução também, da parte deles, dos portes de envio), são apenas alguns dos aspectos que fazem da amazon aquilo que é: um sítio onde dá gosto fazer compras.
Isto para dizer que há ano e meio ofereceram-me uma máquina fotográfica digital que foi comprada na amazon, com garantia de 2 anos (1 da marca, e o segundo da amazon). Há pouco tempo, um dos pixeis da máquina passou a estar sistematicamente vermelho, quando fazia filmes (nas fotos continuava a funcionar normalmente). Telefonámos para a marca para saber o que fazer, dado que ainda estava na garantia. E como já tinha passado a garantia normal de um ano, disseram-nos para enviarmos ao vendedor que nos tinha oferecido mais um ano. Devolvemos à amazon. Um dia depois (um dia!) recebemos a mensagem de que nos tinham creditado o valor pelo qual a máquina foi comprada na conta, e que podíamos comprar outra com esse valor. Por outras palavras, vou ter uma máquina mais actualizada porque a amazon é fixe. E nem é por ser (quase) Natal! Eu já disse o quanto gosto da amazon? ;)
Já compro coisas na amazon há muitos anos, desde a altura em que só havia amazon.com e nunca mas nunca me chateei com eles. Se há sitio onde o cliente tem sempre razão, é ali. Se há sítio onde os erros, sejam eles de quem forem, são imediatamente corrigidos, é na melhor loja
Isto para dizer que há ano e meio ofereceram-me uma máquina fotográfica digital que foi comprada na amazon, com garantia de 2 anos (1 da marca, e o segundo da amazon). Há pouco tempo, um dos pixeis da máquina passou a estar sistematicamente vermelho, quando fazia filmes (nas fotos continuava a funcionar normalmente). Telefonámos para a marca para saber o que fazer, dado que ainda estava na garantia. E como já tinha passado a garantia normal de um ano, disseram-nos para enviarmos ao vendedor que nos tinha oferecido mais um ano. Devolvemos à amazon. Um dia depois (um dia!) recebemos a mensagem de que nos tinham creditado o valor pelo qual a máquina foi comprada na conta, e que podíamos comprar outra com esse valor. Por outras palavras, vou ter uma máquina mais actualizada porque a amazon é fixe. E nem é por ser (quase) Natal! Eu já disse o quanto gosto da amazon? ;)
04 dezembro 2008
'tadinha da menina ;)
Deixa cá esclarecer: é evidente que a minha bebé vai receber presentes. Só não vou ser eu a comprar-lhos, há os avós, as tias, e os amigos da família que com certeza lhe vão dar mais coisas do que as que ela precisa - e, lá está, de momento ela não "precisa" de nada. Quem tem 9/10 meses e tem brinquedos, roupa, comida, e brincadeira, precisa mais do quê?
Não penso que ela precise de ter tantas prendas como o irmão, pela tal questão da igualdade. Eles não são iguais, um é grandinho, a outra é muito pequenina. Mas também acho que ele não precisa de nada! :) (também não comprei prendas nenhumas ao meu rapaz, mas vou-lhe dar uma nota para ele juntar para a prenda que ele quer ter e eu acho demasiado cara - a minha menina dá tanto valor a uma nota como a uma folha de papel de embrulho ou de jornal)
Por outras palavras, a "igualdade" deve ser apropriada à idade. Quando a minha bebé tiver a idade do irmão terá com toda a certeza o mesmo tipo e quantidade de presentes que ele tem agora. Ah, mas a igualdade é uma utopia, todos os que têm irmãos ou irmãs sabem disto muito bem. Todos os irmãos mais velhos se queixam que os irmãos mais novos tiveram esta ou aquela coisa (ou direito ;)) muito mais cedo na vida do que os pobres, esforçados e batalhadores irmãos mais velhos. Todos os pais se debatem com a questão da igualdade, esforçando-se ao máximo para não darem mais a um filho que aos outros - e depois falham na mesma, de uma forma ou de outra. É que os filhos não são iguais, não têm necessidades iguais, e à medida que o tempo passa e os pais se tornam mais experientes (mais sábios!) mudam de opinião em relação a alguns assuntos.
O meu menino, quando era bebé, tinha sempre prendas a mais no Natal. Por um lado, porque toda a família queria mimar o menino e dar-lhe (muitos) presentes, por outro lado também porque há muita família e amigos que gostam de dar prendas no Natal uns aos outros, e principalmente às crianças. E o que acontecia era que na noite de Natal ele via uma árvore enorme com tantos presentes debaixo dela, a grande maioria para ele, que depois de abrir dois ou três ele já não tinha interesse em mais nenhum. E foi por esta razão que uns anos mais tarde eu tive a brilhante ideia (eu não sou de falsas modéstias, esta é mesmo uma ideia brilhante) de, em vez de ele apanhar uma seca a abrir aqueles presentes todos na noite de Natal, organizar uma espécie de caça ao tesouro com as prendas todas, e assim ele entretém-se durante uma hora ou mais a procurar as coisas pela casa. Tem a enorme vantagem de assim criar uma tradição boa que ele recordará pela vida fora, e ao mesmo tempo evitar estar a dizer às pessoas para não lhe darem prendas. Claro que dá muito mais trabalho do que ir a uma loja e comprar-lhe um brinquedo. Mas este é o meu presente para ele, sei que é o favorito dele e tem muito mais importância do que as coisas que ele recebe. Tanto que quando lhe dizemos para fazer uma carta ao pai Natal, ele diz que só quer a "caça às prendas" e que as prendas não importam, podem ser gomas ou rebuçados.
Numa família em que normalmente se abrem os presentes à meia noite, dificilmente a nossa bebé estará acordada (sim, a nossa bebé é bem comportada e de noite dorme) para se aperceber do que se está a passar. E, em sobrando apenas os presentes dela para abrir no dia seguinte, é provável que ela nem entenda que os outros receberam coisas, e pense que aquelas prendas são só para ela e mais ninguém teve nada. Claro que podíamos alterar a nossa maneira de fazer as coisas, e guardar os presentes para a manhã de Natal. No entanto, é a minha opinião que os bebés se devem adaptar à família onde chegam. Além de que somos todos demasiado impacientes para esperar pelo dia 25. Em breve a nossa menina conseguirá ficar acordada até mais tarde, e nessa altura divertir-se-á tanto ou mais que todos nós. Até lá, terá que abrir os presentes no dia de Natal, como muitos outros meninos. E está muito bem assim.
(evidentemente, ou não, reservo-me o direito de mudar de ideias a qualquer momento e sem aviso prévio. tudo depende das circunstâncias. e eu fico mais sábia ;) a cada minuto que passa)
Não penso que ela precise de ter tantas prendas como o irmão, pela tal questão da igualdade. Eles não são iguais, um é grandinho, a outra é muito pequenina. Mas também acho que ele não precisa de nada! :) (também não comprei prendas nenhumas ao meu rapaz, mas vou-lhe dar uma nota para ele juntar para a prenda que ele quer ter e eu acho demasiado cara - a minha menina dá tanto valor a uma nota como a uma folha de papel de embrulho ou de jornal)
Por outras palavras, a "igualdade" deve ser apropriada à idade. Quando a minha bebé tiver a idade do irmão terá com toda a certeza o mesmo tipo e quantidade de presentes que ele tem agora. Ah, mas a igualdade é uma utopia, todos os que têm irmãos ou irmãs sabem disto muito bem. Todos os irmãos mais velhos se queixam que os irmãos mais novos tiveram esta ou aquela coisa (ou direito ;)) muito mais cedo na vida do que os pobres, esforçados e batalhadores irmãos mais velhos. Todos os pais se debatem com a questão da igualdade, esforçando-se ao máximo para não darem mais a um filho que aos outros - e depois falham na mesma, de uma forma ou de outra. É que os filhos não são iguais, não têm necessidades iguais, e à medida que o tempo passa e os pais se tornam mais experientes (mais sábios!) mudam de opinião em relação a alguns assuntos.
O meu menino, quando era bebé, tinha sempre prendas a mais no Natal. Por um lado, porque toda a família queria mimar o menino e dar-lhe (muitos) presentes, por outro lado também porque há muita família e amigos que gostam de dar prendas no Natal uns aos outros, e principalmente às crianças. E o que acontecia era que na noite de Natal ele via uma árvore enorme com tantos presentes debaixo dela, a grande maioria para ele, que depois de abrir dois ou três ele já não tinha interesse em mais nenhum. E foi por esta razão que uns anos mais tarde eu tive a brilhante ideia (eu não sou de falsas modéstias, esta é mesmo uma ideia brilhante) de, em vez de ele apanhar uma seca a abrir aqueles presentes todos na noite de Natal, organizar uma espécie de caça ao tesouro com as prendas todas, e assim ele entretém-se durante uma hora ou mais a procurar as coisas pela casa. Tem a enorme vantagem de assim criar uma tradição boa que ele recordará pela vida fora, e ao mesmo tempo evitar estar a dizer às pessoas para não lhe darem prendas. Claro que dá muito mais trabalho do que ir a uma loja e comprar-lhe um brinquedo. Mas este é o meu presente para ele, sei que é o favorito dele e tem muito mais importância do que as coisas que ele recebe. Tanto que quando lhe dizemos para fazer uma carta ao pai Natal, ele diz que só quer a "caça às prendas" e que as prendas não importam, podem ser gomas ou rebuçados.
Numa família em que normalmente se abrem os presentes à meia noite, dificilmente a nossa bebé estará acordada (sim, a nossa bebé é bem comportada e de noite dorme) para se aperceber do que se está a passar. E, em sobrando apenas os presentes dela para abrir no dia seguinte, é provável que ela nem entenda que os outros receberam coisas, e pense que aquelas prendas são só para ela e mais ninguém teve nada. Claro que podíamos alterar a nossa maneira de fazer as coisas, e guardar os presentes para a manhã de Natal. No entanto, é a minha opinião que os bebés se devem adaptar à família onde chegam. Além de que somos todos demasiado impacientes para esperar pelo dia 25. Em breve a nossa menina conseguirá ficar acordada até mais tarde, e nessa altura divertir-se-á tanto ou mais que todos nós. Até lá, terá que abrir os presentes no dia de Natal, como muitos outros meninos. E está muito bem assim.
(evidentemente, ou não, reservo-me o direito de mudar de ideias a qualquer momento e sem aviso prévio. tudo depende das circunstâncias. e eu fico mais sábia ;) a cada minuto que passa)
03 dezembro 2008
Presentes para uma menina de 9 meses (quase 10)
Ela não precisa de nada. E como tal, vou-lhe dar isso mesmo, nada (a não ser que mude de ideias nas próximas 3 semanas). Segundo a minha bonequinha, que terá 10 meses no Natal, a lista de preferências (não necessariamente por esta ordem) vai para:
1 - garrafas plásticas de água, de preferência vazias (são mais fáceis de manejar)
2 - chupetas formato anatómico, para cuspir a longa distância (ela quer quebrar o seu próprio record)
3 - revistas e jornais sobre temas variados (parece que o papel sabe bem)
4 - cabos eléctricos (a chata da mãe nunca a deixa, mas ela bem queria mordê-los)
5 - controlos remotos, quantos mais botões melhor (fazem cócegas nas gengivas). O telefone também serve.
6 - caixas de supermercado (as que usamos para trazer as compras) (fazem uns belos comboios e dão para se sentar lá dentro)
7 - roupa pendurada num estendal (para passar por baixo e puxar, e depois brincar às escondidas)
8 - e por fim, cabelos da mãe. Fazem cócegas na cara dela e são mesmo bons para puxar com toda a força.
Gastar dinheiro para quê?
1 - garrafas plásticas de água, de preferência vazias (são mais fáceis de manejar)
2 - chupetas formato anatómico, para cuspir a longa distância (ela quer quebrar o seu próprio record)
3 - revistas e jornais sobre temas variados (parece que o papel sabe bem)
4 - cabos eléctricos (a chata da mãe nunca a deixa, mas ela bem queria mordê-los)
5 - controlos remotos, quantos mais botões melhor (fazem cócegas nas gengivas). O telefone também serve.
6 - caixas de supermercado (as que usamos para trazer as compras) (fazem uns belos comboios e dão para se sentar lá dentro)
7 - roupa pendurada num estendal (para passar por baixo e puxar, e depois brincar às escondidas)
8 - e por fim, cabelos da mãe. Fazem cócegas na cara dela e são mesmo bons para puxar com toda a força.
Gastar dinheiro para quê?
3 de dezembro
Ora aí está um belo dia para terminar as compras de Natal. Não tivesse sido apenas hoje informada que do convidado extra na ceia de Natal e estavam as prendas arrumadas. Assim sendo, para além dos embrulhos e organização de actividades para a noite de Natal - que isto não pode ser só comer e beber, há que merecer as prendas! - estou quase a acabar. Mas ainda tenho muito com que me entreter até à consoada.
A emissao prossegue dentro de momentos
Entretanto podem ir vendo o blogue da Blogotinha. Eu já nao ia lá há mesmo muito tempo e nem sei porquê. Os meus posts favoritos são... os da musiquinha do dia. Porque é que será ;)
29 novembro 2008
O Futuro é azul
Um dia destes vamos acordar, e vai haver internet de banda larga (a sério, não aquela treta de 500Kbps) sem fios em todo o lado, e o pessoal vai deixar de descarregar mp3 e passar a ouvir musica online a qualquer hora, em qualquer lugar.
Só pode ser esta a explicação para o google não ter uma pesquisa de mp3 decente. Para o youtube ter imensos vídeos de música cuja imagem consiste em fotos ou sequências de imagens paradas, ou até uma única imagem. E para os sites de música que descarregam directamente do youtube.
Só pode ser esta a explicação para o google não ter uma pesquisa de mp3 decente. Para o youtube ter imensos vídeos de música cuja imagem consiste em fotos ou sequências de imagens paradas, ou até uma única imagem. E para os sites de música que descarregam directamente do youtube.
Procuram-se
18 músicas (mp3) para um CD novo para o carro. Que não estejam ainda em outros CDs no mesmo. Aceitam-se sugestões. Se acertarem em músicas que haja cá em casa em CD, melhor.
28 novembro 2008
Parece que não mas...
Um gajo pensa que jogar ping pong consiste em ficar em frente a uma mesa e ir mexendo o braço de vez em quando. Pois. Apesar da área em que se joga ser relativamente reduzida (mas hoje fui parar às barreiras várias vezes) e o braço também não poder ir longe, estou toda partida. Segunda há mais. E terça. E quinta. E sexta. Vai ser uma semana dura.
27 novembro 2008
No semáforo vermelho
Duas pessoas dentro de um carro a agredir-se mutuamente. E só reparei porque o tal carro estava exactamente à minha frente e a abanar muito. Pois, experimentem andar à porrada dentro de um carro a ver se não abana. Podiam ser marido e mulher, pai e filho, avô e neto, não sei. Fiquei a pensar se não devia decorar a matrícula e telefonar à polícia. Sei lá se andar à porrada dentro de um carro é crime público na Alemanha.
(e dizer o quê? ah, senhores guardas, estavam duas pessoas num carro a bater-se, mas quando o semáforo ficou verde viraram para outro caminho e por isso não sei se acabaram por bater contra uma árvore, atropelar alguém, ou simplesmente continuaram a sessão dentro de quatro paredes.)
(e dizer o quê? ah, senhores guardas, estavam duas pessoas num carro a bater-se, mas quando o semáforo ficou verde viraram para outro caminho e por isso não sei se acabaram por bater contra uma árvore, atropelar alguém, ou simplesmente continuaram a sessão dentro de quatro paredes.)
26 novembro 2008
Pão
O rapaz giro, na fila do supermercado atrás de mim, com uma miúda que não parava de falar. Os dois em inglês, e eu a tentar perceber qual deles é que se estava a exprimir numa língua estrangeira. Era ela. No cesto das compras tinham massa, queijo, camarões (imensos), vinho, polpa de tomate, pão. E consideravam levar um monte de gomas, todos os pacotes que estavam em exposição mesmo antes da caixa, só porque estavam ali, e talvez lhes apetecesse fazer uma coisa doida. E eu ia deitando umas olhadelas ao rapaz (tão giro!), e apetecia-me perguntar-lhe donde vinha, só para saber (que eu de rapazes giros estou bem servida), e olhava para a miúda e queria perguntar-lhe onde é que tinha desencantado tamanho deleite para os olhos. Só por curiosidade. O telemóvel dela tocou, e enquanto ela dizia coisas que não ouvi, aproveitei para dar mais uma espreitadela ao rapaz, que pelo olhar dele devia estar a pensar "é pena, mas já estou ocupado". Pois, eu também.
Paguei, fui-me embora (não antes de deitar outra olhadela ao rapaz), e decidi que afinal há algo em Lisboa que vai para lá da comida, do tempo, dos portugueses, e das lojas abertas ao fim de semana e à noite.
Paguei, fui-me embora (não antes de deitar outra olhadela ao rapaz), e decidi que afinal há algo em Lisboa que vai para lá da comida, do tempo, dos portugueses, e das lojas abertas ao fim de semana e à noite.
25 novembro 2008
Dos blogues
A minha história, que nem é bem uma história, com Saramago começou com "todos os nomes". Abri-o numa livraria, li umas páginas, gostei, levei-o e ofereci à minha mãe. Depois comprei "o evangelho segundo jesus cristo", li umas páginas, detestei, e fiquei por ali. Não só o estilo da escrita me incomodou, como a história também - e não por motivos religiosos, longe disso.
Quando soube que Saramago (gosto deste nome) tinha um blogue tive que ir espreitar. Tenho lido quase todos os postes. E gostado. E por isso trouxe, de uma livraria, sem pensar muito nem espiolhar umas páginas antes de largar o pilim, "a viagem do elefante". Espero gostar. E agora que penso nisso, a minha mãe está a dever-me o empréstimo de "todos os nomes" há anos.
Quando soube que Saramago (gosto deste nome) tinha um blogue tive que ir espreitar. Tenho lido quase todos os postes. E gostado. E por isso trouxe, de uma livraria, sem pensar muito nem espiolhar umas páginas antes de largar o pilim, "a viagem do elefante". Espero gostar. E agora que penso nisso, a minha mãe está a dever-me o empréstimo de "todos os nomes" há anos.
24 novembro 2008
O tamanho é importante
Em Munique, chamam "gigantes" aos camarões que em Portugal serviriam para acompanhar cervejas. Em Portugal, chamam gambas "normais" a algo tão grande que aqui teriam que inventar novas palavras para descrever tal enormidade. De modos que me habilitei a fazer figura de parva ao pedir para ver a gamba "normal" para poder julgar com os meus próprios olhos se era suficientemente grande. E provavelmente fiz mesmo figura de parva ao ver a tal gamba "normal" e imediatamente salivar como o cão do Pavlov. Só faltou começar aos pulos na cadeira. Faltou muito pouco. (já para saltar na cama do quarto de hotel faltou altura ao quarto. eu bem tentei, mas era demasiado arriscado)
700km/h
E assim se passa de um sítio com 20 graus (t-shirt) para outro com neve. Por outras palavras, interrompi (por um fim de semana) o inverno. E gostei.
21 novembro 2008
Raisparta
Eu que nunca vou a Lisboa, pá... tinham logo que me brindar com um simulacro de terramoto mal o meu avião aterre? Não podiam esperar? Um tremor de terra a sério ainda se admite, agora brincarem aos tremores de terra nas parcas horas que tenho para enfardar todos e quaisquer bolos de creme de ovo que me aparecerem à frente (pastéis de Belém incluidos), comprar todas as revistas cor de rosa que encontrar, e apanhar todo o sol e calor que puder enquanto não me metem no avião de volta para os não-sei-quantos-graus-negativos-e-forte-nevão que vai haver aqui durante o fim de semana, isso é imperdoável. Vejam lá se se portam bem, e não me atrapalham a vida, que eu não tenho tempo para essas coisas e ainda me aborreço, e depois nunca mais volto aí. (Ai, se houvesse vôos directos para o Porto...)
Coisas que fazem diferença na vida de uma gaija
O meu gmail tá lindo. Ainda pensei em dar-lhe um look à anos 90 (até 94), assim um verde e preto do tempo dos terminais X, mas depois pensei, que se lixe, afinal estamos noutro milénio, quero é coisas bonitas para me animar o dia (e a noite). De modos que até o SPAM ficou mais bonito. Como é que os senhores do gmail não pensaram nisto há mais tempo? (ah, deviam estar muito ocupados com o gtalk, ou a aumentar as caixas de correio, ou a filtrar o SPAM ou outras coisas assim...)
(eu já disse que adoro o gmail?)
(eu já disse que adoro o gmail?)
20 novembro 2008
Como é que isto me escapou
Ando demasiado ocupada para ter tempo de escrever. Mas ainda vou tendo tempo para ler. E encontrei um blogue fabuloso, que devia fazer parte dos meus favoritos desde o dia em que começou. Mais vale tarde do que nunca, e vivam os arquivos. Vão lá ver o não compreendo as mulheres.
18 novembro 2008
O Universo devolve
Atrasado, mas devolve. A máquina de uma das estações de comboios de Munique ficou-me com as moedas que usei para pagar qualquer coisa que ela não me deu. Hoje, uns meses mais tarde, outra máquina deu-me duas barras de amendoins pelas moedas de uma. Obrigadinha.
Digital
Para quem diz que o trabalho é 10% inspiração e 90% transpiração.
A transpiração é a parte para a qual precisas de um administrador porque não tens permissões.
A transpiração é a parte para a qual precisas de um administrador porque não tens permissões.
O Futuro
As pens USB como suporte de software. Os CDs e DVDs estão ultrapassados. Quero todos os ficheiros guardados numa coisa que ocupa o espaço de um dedo. Ou menos.
17 novembro 2008
sempre na lembrança
"meu avô Jerónimo, nas suas últimas horas, se foi despedir das árvores que havia plantado, abraçando-as e chorando porque sabia que não voltaria a vê-las."
A minha avó despediu-se do meu pai. Disse-lhe adeus com os olhos, que as palavras já não podiam sair de outra maneira.
Eu nem sequer fui ao cemitério. Nem irei. Trago-a mais perto ainda.
A minha avó despediu-se do meu pai. Disse-lhe adeus com os olhos, que as palavras já não podiam sair de outra maneira.
Eu nem sequer fui ao cemitério. Nem irei. Trago-a mais perto ainda.
14 novembro 2008
Partida
O meu filho, que não é uma pessoa que aprecie manhãs (as de escola, pelo menos), costuma ter dificuldade em despertar e manter uma conversa coerente na primeira hora desde que se levanta. Ora hoje, no meio dessa altura crítica, desata a rir-se sozinho. Tanta graça se achou, que teve que partilhar a piada.
Ontem, uns meninos disseram à professora que estava na hora de sair. Ela dizia que eram 3 menos 10, eles mostraram-lhe os telemóveis que indicavam 3 e 10 (que era a hora de saída daquela aula). Rendida às evidências, a professora caiu no truque mais velho do mundo, desde que há escolas. Saíram todos 20 minutos mais cedo. Estou para ver se ela tem sentido de humor quando tiverem a próxima aula.
Ontem, uns meninos disseram à professora que estava na hora de sair. Ela dizia que eram 3 menos 10, eles mostraram-lhe os telemóveis que indicavam 3 e 10 (que era a hora de saída daquela aula). Rendida às evidências, a professora caiu no truque mais velho do mundo, desde que há escolas. Saíram todos 20 minutos mais cedo. Estou para ver se ela tem sentido de humor quando tiverem a próxima aula.
13 novembro 2008
A sério...
Estando num ponto da vida em que um mestrado ou doutoramento não me adiantaria de nada (se é que alguma vez adianta) em termos profissionais, mas que, se o assunto realmente me interessasse me poderia dedicar a uma coisa dessas, fui à procura de mestrados no google. Para quem não tem ilusões sobre potenciais ganhos monetários com a coisa (nulos, para não dizer negativo se formos a contar o investimento em tempo, livros e dinheiro) a pesquisa tem que versar sobre o que realmente se poderá lucrar com tamanho projecto: diversão. Infelizmente, ninguém se interessa por coisa engraçadas ou divertidas, pelo que continuarei a ocupar os meus tempos livres a ler blogues e a brincar com os meus filhos.
Para quem tiver dúvidas, aqui ficam os resultados de mais uma ideia das minhas, vá lá, para quê ser modesta, ideias brilhantes:
No results found for "masters degree in something funny".
Para quem tiver dúvidas, aqui ficam os resultados de mais uma ideia das minhas, vá lá, para quê ser modesta, ideias brilhantes:
No results found for "masters degree in something funny".
12 novembro 2008
Não há nada como ser expulso de um restaurante. Quando os empregados já todos jantaram, todas as cadeiras (menos as nossas) já estão viradas em cima das mesas, e finalmente percebemos que estamos a estorvar. Pagamos e saímos pachorrentamente, mas ficamos à porta, ao frio, porque a conversa tem impreterivelmente que continuar, e corremos o risco que os pobres moradores da zona, arrancados do sono por gargalhadas espalhafatosas - que não há conversas animadas sem elas-, chamem a polícia, as horas infindas a discutir "mas para onde é que vamos agora" e ninguém a arredar pé nem com intenções de ir para lado nenhum. Podia medir graus de felicidade assim. Quanto mais tarde, mais frio, mais gargalhadas, mais feliz.
(inspirado aqui)
(inspirado aqui)
Um café e um bagaço (mas sem o bagaço)
Diz-se que o homem é uma criatura de hábitos - por outras palavras, estamos tão habituados a ser lixados, que quando a coisa corre bem temos tendência a repeti-la até à exaustão. E se um dia, por acaso prevaricamos - como eu, que hoje fui tomar café a um sítio onde já não ia há muito tempo - arrependemo-nos imediatamente - já bebi água suja com melhor sabor que aquele "café" - e prometemo-nos logo ali nunca mais voltar a repetir aquele gesto. (Antes rapar frio e ir ao italiano que leva o dobro, mas cujo café se pode beber, apesar de vir com borra.) É por isso que quando vamos de férias para um sítio novo jantamos invariavelmente no primeiro restaurante que nos serviu relativamente bem, e é por isso que vamos sempre ao mesmo café, e nem notamos que o serviço já foi melhor e que em frente àquela esplanada agora passam 1000 carros por hora.
Por outro lado, "o homem é uma criatura de hábitos" - assim mesmo, com aspas - só tem 46 ocorrências no google. Se calhar não somos assim tanto de hábitos.
Por outro lado, "o homem é uma criatura de hábitos" - assim mesmo, com aspas - só tem 46 ocorrências no google. Se calhar não somos assim tanto de hábitos.
11 novembro 2008
O dia das luzes
11 de novembro, ora aí está o dia em que se ensina aos miúdos a reivindicar os seus direitos, desde os mais bebezinhos até aos mais graúdos. Todas as escolinhas organizam uma manifestação assim que escurece, para a qual os meninos devem levar uma lanterna, de modo a estarem devidamente apetrechados para protestarem contra a falta de iluminação na cidade nesta altura do ano tão crítica. Afinal de contas, nesta escuridão não há manif que se veja se uma pessoa não levar a sua própria luz. Não é que resulte (o protesto), mas os miúdos não desistem, e todos os anos repetem a façanha. Talvez acreditem no ditado "água mole em pedra dura...".
Eu cá preferia um magusto. Sempre podia fazer umas correrias atrás de uma vítima para enfarruscar (só são vítimas as que fogem, quem não foge é um compincha e tem pelo menos a obrigação de tentar enfarruscar-nos de volta (isto diz-se?)). E comia umas castanhas assadas.
Eu cá preferia um magusto. Sempre podia fazer umas correrias atrás de uma vítima para enfarruscar (só são vítimas as que fogem, quem não foge é um compincha e tem pelo menos a obrigação de tentar enfarruscar-nos de volta (isto diz-se?)). E comia umas castanhas assadas.
10 novembro 2008
Atarantada
Deparei-me com isto, e fiquei a pensar, durante uns minutos, mas que raio é que eu fazia se soubesse que ia morrer dentro de 10 minutos. Dez minutos não são nada. Não dão para nada. De modos que se eu soubesse que ia morrer dentro de 10 minutos iria muito provavelmente passá-los desesperadamente a tentar não morrer. Ou morrer a tentar não morrer.
07 novembro 2008
Raisparta este tempo
Só me apetece comer chocolate. Rausch 47% (de entre umas 10 variedades que eles têm, sendo esta a mais difícil de encontrar). Ferrero Noir à caixa. Ritter Sport chocolate de leite com amêndoa. Lindt chocolate de leite. E uns bombons de uma loja artesanal aqui em Munique que agora não me lembro o nome e me fica muito fora de mão também marchavam.
04 novembro 2008
Small world?
Não é o mundo que é pequeno. Nós é que nos movemos em círculos.
(Isto dava uma série. E este primeiro post diria "hoje encontrei uma amiga, por vias travessas. Já não me lembrava dela - mas lembrava, de vez em quando, por causa de coisas que não interessam ao público em geral. E foi o máximo encontrá-la. E voltei a lembrar-me que gostava que a minha vida tivesse mais tempo, dias de 48 horas e semanas de 14 dias, embora nunca consiga utilizar o meu tempo livre nas coisas que gostaria de fazer porque passo demasiado tempo nos meus vícios mesmo quando tenho tempo livre. De onde deduzo que tenho que acabar com os meus vicíos. Ou libertar-me um bocadinho deles.)
(Isto dava uma série. E este primeiro post diria "hoje encontrei uma amiga, por vias travessas. Já não me lembrava dela - mas lembrava, de vez em quando, por causa de coisas que não interessam ao público em geral. E foi o máximo encontrá-la. E voltei a lembrar-me que gostava que a minha vida tivesse mais tempo, dias de 48 horas e semanas de 14 dias, embora nunca consiga utilizar o meu tempo livre nas coisas que gostaria de fazer porque passo demasiado tempo nos meus vícios mesmo quando tenho tempo livre. De onde deduzo que tenho que acabar com os meus vicíos. Ou libertar-me um bocadinho deles.)
et voilá
Os velhos, muito velhos, aqueles que têm filhos e netos e às vezes bisnetos e tudo, fazem parte de um cenário antiquado. Vivem em casas velhas e frias e escuras, com cozinhas velhas, cheias de naperons, castanhas ou brancas mas ainda assim com pouca luz, fogões com os quais mais ninguém sabe trabalhar, pratos de alumínio ou pelo menos travessas de alumínio e uns talheres que ninguém sabe de onde poderão ter vindo, as suas salas são também escuras e cheias de louças antigas (e louceiros) e mais naperons, e rendas por todo o lado, e sofás do antigamente, às vezes um piano, velho, preto, desafinado, mobílias escuras e mais rendas nas cortinas, e bibelots por todo o lado, e fotografias, muitas fotografias.
E quando um dia os velhos se revoltam, viram a casa de pernas para o ar, compram mobílias modernas e deitam fora os naperons e as cortinas, deixam de viver em casas escuras e se envolvem em cores claras, deixam de ser tão velhos assim de repente, e parecem mais alegres e vivos, e fazem os novos invejar-lhes o tempo livre e as casas brilhantes de tectos altos, e o piano (já afinado) e as chávenas de chá tão bonitas que foram para o lixo sem dó nem piedade, e invejam a liberdade de passar a ser outra pessoa, sem deixar de ser quem se é.
Quando vejo isto fico a pensar se um dia serei a velha da casa (velha) castanha e escura, ou a velha da casa (velha mas renovada) colorida que de vez em quando deita tudo fora mesmo que no fundo pense que se calhar já só vai viver poucos anos e poderá não usufruir das coisas suficientemente. E daí, sei lá se chego a velha.
E quando um dia os velhos se revoltam, viram a casa de pernas para o ar, compram mobílias modernas e deitam fora os naperons e as cortinas, deixam de viver em casas escuras e se envolvem em cores claras, deixam de ser tão velhos assim de repente, e parecem mais alegres e vivos, e fazem os novos invejar-lhes o tempo livre e as casas brilhantes de tectos altos, e o piano (já afinado) e as chávenas de chá tão bonitas que foram para o lixo sem dó nem piedade, e invejam a liberdade de passar a ser outra pessoa, sem deixar de ser quem se é.
Quando vejo isto fico a pensar se um dia serei a velha da casa (velha) castanha e escura, ou a velha da casa (velha mas renovada) colorida que de vez em quando deita tudo fora mesmo que no fundo pense que se calhar já só vai viver poucos anos e poderá não usufruir das coisas suficientemente. E daí, sei lá se chego a velha.
03 novembro 2008
mais uma ideia...parva
No meio das minhas fantasias com comediantes, saiu-me mais esta:
Parece que o Queiroz, desde que rapou o bigodinho, não consegue fazer nada da selecção. E todos nós sabemos que a imagem de marca da selecção portuguesa é o bigode do treinador. Posto isto, quem é que deixou crescer o bigode, quem foi? O Zé Diogo Quintela. De modos que estou mesmo a vê-lo a liderar a nossa selecção.
- Pessoal, quinze voltas ao campo.
-ó mister, isso não é nada, o mister Queiroz fazia-nos dar 50 voltas de manhã e outras 50 à tarde.
- sim, mas eu estou a falar do campo do adversário. O último a chegar à Albânia não joga.
- ó mister, e temos mesmo de ir vestidos de, vá lá, gaijas?!
- sim, que é para correrem mais depressa. E dêem-se por satisfeitos de não terem que por maquilhagem e depilar as pernas, que eu hoje estou bem disposto.
Parece que o Queiroz, desde que rapou o bigodinho, não consegue fazer nada da selecção. E todos nós sabemos que a imagem de marca da selecção portuguesa é o bigode do treinador. Posto isto, quem é que deixou crescer o bigode, quem foi? O Zé Diogo Quintela. De modos que estou mesmo a vê-lo a liderar a nossa selecção.
- Pessoal, quinze voltas ao campo.
-ó mister, isso não é nada, o mister Queiroz fazia-nos dar 50 voltas de manhã e outras 50 à tarde.
- sim, mas eu estou a falar do campo do adversário. O último a chegar à Albânia não joga.
- ó mister, e temos mesmo de ir vestidos de, vá lá, gaijas?!
- sim, que é para correrem mais depressa. E dêem-se por satisfeitos de não terem que por maquilhagem e depilar as pernas, que eu hoje estou bem disposto.
02 novembro 2008
dimensão paralela
se alguém te quiser dar um tiro, respondes com outro tiro, ou dizes "PUM!"?
(e se esta pergunta viesse de um gajo que ganha a vida a fazer rir os outros?)
(e se esta pergunta viesse de um gajo que ganha a vida a fazer rir os outros?)
31 outubro 2008
Essas coisas do demo...
A cidade de Munique proibiu as festas de Halloween. Mais precisamente, todos os bares ou discotecas que forem apanhados em festejos de Halloween serão fustigados e obrigados tirar as fantasias alusivas a esse festejo do demo e a imediatamente ir pôr velas e flores em todas as campas do cemitério mais próximo. Estou a exagerar. Só os locais onde houver festas (suponho que as casas particulares estejam fora desta regra, mas nesta terra nunca se sabe) depois da meia noite de hoje estarão apenas sujeitos a multa de 10000€ e, provavelmente, ao término abrupto da brincadeira. Como resultado, os foliões satânicos alteraram a data dos festejos, apaziguando assim os católicos que nos governam.
30 outubro 2008
29 outubro 2008
netbooks
(o meu assunto recorrente)
Se uma das enormes vantagens dos netbooks era não virem com o M$ vista (não conheço ninguém que não fuja do vista como o diabo da cruz), esses dias devem estar a acabar. A Micro$oft prepara-se para lançar um novo sistema operativo (outro? pois... para o caso de já estarem habituados ao último...) que deverá correr nos netbooks. Para mim não faz diferença, tenho o meu a correr linux e adoro, mas quem quiser uma máquina com windows (por mais 50€ que a mesma máquina a correr linux) ponha-se a pau, que um dia destes acaba-se o XP e depois quem sabe quais serão os novos problemas deste novo sistema operativo, principalmente quanto posto a correr num computador low cost.
Entre os meus amigos, anda tudo a comprar destas coisas. Outro dia havia uma promoção no Aldi (ou seria no Lidl?) que um deles também aproveitou. Pois, são giros e tal, ocupam pouco espaço e pesam pouco, ligam-se à net facilmente e dão jeito para estar no sofá a ver vídeos no youtube. E o mais engraçado é que aparentemente os brancos vendem como água. De todos os meus amigos que compraram um destes brinquedos, 100% foram para o branco. Tendo em conta que, em geral, a outra única opção é preto, não é de admirar. Já ouvi alguém confessar que como o netbook tem tão bom aspecto, tem a vantagem colateral de a mulher dele não o chatear se deixar o bichinho à balda pela casa...
E já que estou numa de computadores, acho que ainda não tinha dito nada quanto ao Magalhães, e aqui vai. É uma pena não terem posto esse brinquedo a trabalhar com linux. Uma oportunidade perdida para os miúdos, que não têm medo de experimentar o bicho papão. De resto, é uma "mala" gira, e tomara eu ter tido um Magalhães quando era pequena. Ou mais crescida.
Se uma das enormes vantagens dos netbooks era não virem com o M$ vista (não conheço ninguém que não fuja do vista como o diabo da cruz), esses dias devem estar a acabar. A Micro$oft prepara-se para lançar um novo sistema operativo (outro? pois... para o caso de já estarem habituados ao último...) que deverá correr nos netbooks. Para mim não faz diferença, tenho o meu a correr linux e adoro, mas quem quiser uma máquina com windows (por mais 50€ que a mesma máquina a correr linux) ponha-se a pau, que um dia destes acaba-se o XP e depois quem sabe quais serão os novos problemas deste novo sistema operativo, principalmente quanto posto a correr num computador low cost.
Entre os meus amigos, anda tudo a comprar destas coisas. Outro dia havia uma promoção no Aldi (ou seria no Lidl?) que um deles também aproveitou. Pois, são giros e tal, ocupam pouco espaço e pesam pouco, ligam-se à net facilmente e dão jeito para estar no sofá a ver vídeos no youtube. E o mais engraçado é que aparentemente os brancos vendem como água. De todos os meus amigos que compraram um destes brinquedos, 100% foram para o branco. Tendo em conta que, em geral, a outra única opção é preto, não é de admirar. Já ouvi alguém confessar que como o netbook tem tão bom aspecto, tem a vantagem colateral de a mulher dele não o chatear se deixar o bichinho à balda pela casa...
E já que estou numa de computadores, acho que ainda não tinha dito nada quanto ao Magalhães, e aqui vai. É uma pena não terem posto esse brinquedo a trabalhar com linux. Uma oportunidade perdida para os miúdos, que não têm medo de experimentar o bicho papão. De resto, é uma "mala" gira, e tomara eu ter tido um Magalhães quando era pequena. Ou mais crescida.
28 outubro 2008
Daqui até ao Natal
a noite fica cada vez mais comprida. Um gajo tem que jantar mais cedo porque já é noite, e depois fica com uma noite mais longa que dantes, mas acaba por adormecer no sofá antes da hora de deitar. E depois acorda a meio da noite, quer dizer, de madrugada, e muda de poiso do sofá para a cama, e quando de manhã se levanta percebe que dormiu vestido. Daqui até ao Natal bem que se podia hibernar... Eu cá não me importava, acordava só nos dias de muito sol (sim, que os vai havendo) e ia às compras, e depois voltava para a caverna. A falta de luz dá-me sono.
27 outubro 2008
Da net e coisas assim
Há pouco mais de um ano, encontrei no blog da Rita um link para um blogue de culinária de uma senhora austríaca, que escrevia as receitas em inglês. Onde estava a receita de um bolo de chocolate e avelã (e maçã) absolutamente divinal, que a senhora dizia ter encontrado numa revista qualquer. Se não estou em erro. Não fora a minha mania de imprimir as receitas (principalmente as de doces) e guardar num arquivo que fica na cozinha, não tinha ontem podido fazer esta maravilha com a ajuda preciosa do meu amor, e comê-lo depois, com uma bola de gelado de baunilha. O bolo chama-se "choco nut-e cake". Já me fartei de procurar na net para o poder recomendar e não o encontro. De modos que me dou por feliz de não guardar estas coisas em bookmarks ou outros suportes electrónicos. Papéis A4, relativamente protegidos numa folha plástica, sempre à mão e com manchinhas de massa de bolo, são estas as páginas do meu livro de culinária favorito.
23 outubro 2008
Terei ouvido bem?
A Manuela Ferreira Leite a dizer na televisão "as piquenas e médias empresas"...ia jurar que a "piquena" disse mesmo isso...
22 outubro 2008
Rat in the Kitchen
No meu tempo, as aulas de música consistiam em copiar para um caderno pautado a pauta que o professor tivesse no quadro, Dois anos disto. Ninguém nas minhas aulas tocava nenhum instrumento, naquela aula, embora houvesse alguns sortudos que tinham aulas na escola de música e portanto sabiam minimamente o que se passava ali, na aula da escola preparatória. No fim, quem tivesse o caderno mais bonito tinha 5, e o resto era corrido a 4 e a 3, conforme o estado do dito caderno.
O meu miúdo tem aulas de música a sério, na escola dele. Realmente aprendeu alguma coisa: a ler pautas, por exemplo, mas também os tipos de instrumentos, como funciona uma orquestra, a vida de alguns compositores. Mesmo assim, este ano a nova professora queixa-se que os miúdos não sabem nada (porque não lhes ensinaram não sei bem o quê que ela acha que lhes faz falta saber) e ameaça que vai correr tudo a notas más. Adiante. Andei a inspeccionar o material de estudo do miúdo e descobri que andaram a falar de reggae. Perguntei se tinha ouvido alguma música desse género, o que ele negou (nas como é possível falar de um género musical numa aula de música e não pôr os miúdos a ouvi-lo? o miúdo devia estar a gozar comigo...). Recordei algumas canções do famoso Bob Marley, que na verdade nunca foi dos meus favoritos (o que para o caso não tem importância nenhuma), e tratei de pôr a família a ouvir/ver vídeos dele no youtube à hora do jantar. Foi giro, mas quem gostou mais foi a piolhita. Fica já preparada para as aulas que terá quando for grande. Depois da sessão, tive que mostrar aos meus amores o reggae mais divertido que conheço.
there's a rat in my kitchen what am I gonna do
there's a rat in my kitchen what am I gonna do
I'm gonna fix that rat that's what i'm gonna do.
I'm gonna fix that rat...
(podia passar a noite nisto - ah, passei mesmo a noite a cantar isto)
O vídeo, aqui.
O meu miúdo tem aulas de música a sério, na escola dele. Realmente aprendeu alguma coisa: a ler pautas, por exemplo, mas também os tipos de instrumentos, como funciona uma orquestra, a vida de alguns compositores. Mesmo assim, este ano a nova professora queixa-se que os miúdos não sabem nada (porque não lhes ensinaram não sei bem o quê que ela acha que lhes faz falta saber) e ameaça que vai correr tudo a notas más. Adiante. Andei a inspeccionar o material de estudo do miúdo e descobri que andaram a falar de reggae. Perguntei se tinha ouvido alguma música desse género, o que ele negou (nas como é possível falar de um género musical numa aula de música e não pôr os miúdos a ouvi-lo? o miúdo devia estar a gozar comigo...). Recordei algumas canções do famoso Bob Marley, que na verdade nunca foi dos meus favoritos (o que para o caso não tem importância nenhuma), e tratei de pôr a família a ouvir/ver vídeos dele no youtube à hora do jantar. Foi giro, mas quem gostou mais foi a piolhita. Fica já preparada para as aulas que terá quando for grande. Depois da sessão, tive que mostrar aos meus amores o reggae mais divertido que conheço.
there's a rat in my kitchen what am I gonna do
there's a rat in my kitchen what am I gonna do
I'm gonna fix that rat that's what i'm gonna do.
I'm gonna fix that rat...
(podia passar a noite nisto - ah, passei mesmo a noite a cantar isto)
O vídeo, aqui.
oh lucky day
a uns dias do fim da validade encontrei (por acaso) um vale de compras de 20 euros que pensava perdido. as voltas que já tinha dado à procura daquele papelinho. as ofertas são para se aproveitar. amanhã é dia de festa ;)
21 outubro 2008
Estou a planear um fim de semana de eventos lúdicos e culturais para contribuir para melhorar a economia (a de algumas lojas e locais de lazer, pelo menos), e ainda com conversa da treta ("A" conversa da treta). Lisboa não é dos meus locais favoritos, mas tem vôos directos e lojas abertas ao domingo, além de que faz parte de Portugal e em Portugal come-se bem e fala-se português, que línguas estrangeiras já me chegam as que falo todos os dias. De modos que queria aqui encomendar ao São Pedro um fim de semana de sol, ó fachavor, lá para o fim de Novembro. Sim, em Lisboa, Portugal, para os outros sítios pode mandar chuva ou o que mais lhe aprouver. Muito obrigada.
16 outubro 2008
A Zara já sabia
Quando o comum mortal (ou a comum mortal) já em Julho-Agosto viu as primeiras peças da colecção de outono-inverno da Zara, com aquele preto todo, mais o cinzento e o roxo, devia ter intuido que a crise estava aí a chegar, a toda a velocidade. Pelo menos, a crise de cores.
Posso dizer que as peças novas do meu guarda-roupa de coadunam perfeitamente com este sentimento de fim do mundo a chegar a qualquer momento mas só para alguns.
Posso dizer que as peças novas do meu guarda-roupa de coadunam perfeitamente com este sentimento de fim do mundo a chegar a qualquer momento mas só para alguns.
15 outubro 2008
Andar à roda
Há uma data de anos atrás, quando eu era uma teenager inconsciente - quando ouvi pela primeira vez as palavras teenager inconsciente, momento que correspondeu à invenção da expressão teenager inconsciente no meu imaginário - ah, e a palavra imaginário também era usada a torto e a direito - há esse tempo todo, usavam-se as palavras farfalota pimpinela e via-se um concurso ao fim da tarde no canal 1. Isto no tempo em que só havia dois canais, pelo menos na minha casa, embora na casa anterior tivéssemos apanhado também um canal espanhol, onde víamos o Espinete do barrio Sésamo, apesar de não percebermos grande coisa (isto no tempo em que não conseguia ler as legendas dos filmes porque não tinha tempo para ler as palavras todas antes que desaparecessem).
Há uma eternidade, portanto.
Ora eu não sei porque é que via aquilo, nem porque é que tanta gente via aquilo, pelo menos entre os meus colegas, mas desconfio que era um fenómeno nacional, que atingia todos os que estivessem em casa entre as 7 e as 8 da tarde/noite. (E isto já foi alguns anos depois de eu jogar futebol no ciclo com os rapazes, com uma bola de ténis, em que no último intervalo, antes da última aula, durante o inverno já era de noite e era dificílimo ver sequer por onde a bola andava, quanto mais marcar um golo nas balizas que eram bancos de betão. A última aula era das 6 às 7. Da tarde/noite.) Nesse tempo, por causa desse programa e das palhaçadas do seu apresentador, houve muitas expressões que se tornaram populares, muitas frases que toda a gente repetia (digamos do género do "o papel? qual papel?" dos malcheirosos ;)) e que faziam rir, mesmo não tendo piada nenhuma, por força da repetição. No século passado as coisas eram diferentes, não havia internet em casa e computadores só no instituto da juventude (lembro-me de ter feito um "curso" de MS-DOS, sim, o sistema operativo, e como aproveitava sempre que tinha tempo livre para ir para a sala de computadores "experimentar", um dia ter-me surgido uma dúvida: porque é que só se podia criar um determinado número de directorias filhas umas das outras (e ainda eram bastantes, o caminho da última ocupava duas linhas no monitor), apesar de não ter criado ficheiros e a disquette de 5 e 1/4" não estar cheia. Quando perguntei isto na aula, o professor exclamou "ah! então foste tu!!!", mas respostas, nada...), naturalmente que sendo as oportunidades de entretenimento menos diversificadas, as pessoas acabassem por passar mais tempo em frente à televisão do que hoje em dia, e havendo poucos canais, teriam todas que estar a olhar para (quase) a mesma coisa.
Resumindo, e concluindo. Eu pensava que o pessoal via aquilo por causa das piadas do Herman. A sério. Tanto os mais novos como os mais velhos. (Mas eu também gostava de ver os três dukes quando tinha oito anos e nunca pensei que a Daisy tivesse alguma coisa de especial, pois o melhor daquilo era o carro cor de laranja em que se entrava pelas janelas. Sou muito inocente portanto.) Até ontem. Confrontado com o puzzle do tema "título", cuja resposta seria "O Fio da Navalha" (e que adivinhei mal apareceu o N, pois já tinha lido o livro, apesar de os concorrentes continuarem a mandar tiros ao lado durante algum tempo), fiquei à espera que terminassem o puzzle para ouvir o que seria dito sobre o tal livro, até porque acho que seria uma leitura óptima para este momento (e sim, claro que foi um livro que gostei). Mas mal termina, o meu miúdo muda de canal. E porquê? Porque o puzzle tinha acabado, o resto não interessa. Hoje em dia é assim. O que importa não é a conversa, não são as piadas, não são as brincadeiras. Se o programa é um concurso, o que interessa é o jogo. Guardem as piadas para os programas de piadas.
(e sim, este post podia ter sido dividido em muitos posts mais pequenos. mas não temos tempo.)
Há uma eternidade, portanto.
Ora eu não sei porque é que via aquilo, nem porque é que tanta gente via aquilo, pelo menos entre os meus colegas, mas desconfio que era um fenómeno nacional, que atingia todos os que estivessem em casa entre as 7 e as 8 da tarde/noite. (E isto já foi alguns anos depois de eu jogar futebol no ciclo com os rapazes, com uma bola de ténis, em que no último intervalo, antes da última aula, durante o inverno já era de noite e era dificílimo ver sequer por onde a bola andava, quanto mais marcar um golo nas balizas que eram bancos de betão. A última aula era das 6 às 7. Da tarde/noite.) Nesse tempo, por causa desse programa e das palhaçadas do seu apresentador, houve muitas expressões que se tornaram populares, muitas frases que toda a gente repetia (digamos do género do "o papel? qual papel?" dos malcheirosos ;)) e que faziam rir, mesmo não tendo piada nenhuma, por força da repetição. No século passado as coisas eram diferentes, não havia internet em casa e computadores só no instituto da juventude (lembro-me de ter feito um "curso" de MS-DOS, sim, o sistema operativo, e como aproveitava sempre que tinha tempo livre para ir para a sala de computadores "experimentar", um dia ter-me surgido uma dúvida: porque é que só se podia criar um determinado número de directorias filhas umas das outras (e ainda eram bastantes, o caminho da última ocupava duas linhas no monitor), apesar de não ter criado ficheiros e a disquette de 5 e 1/4" não estar cheia. Quando perguntei isto na aula, o professor exclamou "ah! então foste tu!!!", mas respostas, nada...), naturalmente que sendo as oportunidades de entretenimento menos diversificadas, as pessoas acabassem por passar mais tempo em frente à televisão do que hoje em dia, e havendo poucos canais, teriam todas que estar a olhar para (quase) a mesma coisa.
Resumindo, e concluindo. Eu pensava que o pessoal via aquilo por causa das piadas do Herman. A sério. Tanto os mais novos como os mais velhos. (Mas eu também gostava de ver os três dukes quando tinha oito anos e nunca pensei que a Daisy tivesse alguma coisa de especial, pois o melhor daquilo era o carro cor de laranja em que se entrava pelas janelas. Sou muito inocente portanto.) Até ontem. Confrontado com o puzzle do tema "título", cuja resposta seria "O Fio da Navalha" (e que adivinhei mal apareceu o N, pois já tinha lido o livro, apesar de os concorrentes continuarem a mandar tiros ao lado durante algum tempo), fiquei à espera que terminassem o puzzle para ouvir o que seria dito sobre o tal livro, até porque acho que seria uma leitura óptima para este momento (e sim, claro que foi um livro que gostei). Mas mal termina, o meu miúdo muda de canal. E porquê? Porque o puzzle tinha acabado, o resto não interessa. Hoje em dia é assim. O que importa não é a conversa, não são as piadas, não são as brincadeiras. Se o programa é um concurso, o que interessa é o jogo. Guardem as piadas para os programas de piadas.
(e sim, este post podia ter sido dividido em muitos posts mais pequenos. mas não temos tempo.)
Bandeira ao Vento
Nao podendo escrever assim, fico contente à mesma quando leio posts destes. Assim a dar para o humor negro, só ligeiramente, provocando um sorriso, criando a imagem na minha mente, e, vá lá um bocado de inveja, pronto, eu gostava mesmo de ter escrito um post como este.
(ainda aí estais a fazer o quê??? ide, ide ler o post, que vale a pena)
(ainda aí estais a fazer o quê??? ide, ide ler o post, que vale a pena)
14 outubro 2008
sem pachorra, sem nada
A miúda vai para a creche, apanha uma coisa qualquer que um dia a faz vomitar. Uma vez. Ela fica logo fina. O resto da família fica de molho. Pai, mãe, filho mais velho. A miúda ri-se para (de) todos, a gozar o panorama. Tem graça, não teve?
10 outubro 2008
09 outubro 2008
Hábitos
Quando eu era miúda e ficava sozinha* em casa aproveitava esses minutos para fazer todas as "asneiras" que podia. Desde lutas de água, em que despejavamos água por cima umas das outras, ou no chão da cozinha para depois patinarmos em cima dele, batalhas de morangos (ah, bons tempos), fazer tendas de cobertores e cadeiras, e, uma das brincadeiras favoritas, passear pela casa em cima do aquecedor a óleo, que tinha rodinhas. Tudo coisas proibidissimas. O meu pai, que costumava chegar antes da minha mãe ou ao mesmo tempo, de cada vez que chegava a casa, tocava sempre à campainha, usando um toque característico. Para mim, era o momento de arrumar tudo a alta velocidade (principalmente se fosse o aquecedor a óleo) ou fazer de conta que estava a limpar a cozinha.
Só há algum tempo é que me apercebi do que provavelmente estaria por detrás deste toque à campainha do meu pai. E isto, porque faço o mesmo com o meu filho. Quando eu não estou em casa, assumo que ele vai aproveitar para fazer todas as coisas que não pode, ou que estão restritas. Muito provavelmente vai aproveitar par jogar na playstation apesar de ser proibido durante a semana. E eu prefiro fazer de conta que não sei, e desde que ele faça os trabalhos de casa nem me importo. Mas toco à campainha. Quando abro a porta, são horas de fazer outras coisas. A campainha assinala o fim do que quer que ele estivesse a fazer, sem "só mais um minuto" ou "deixa-me só acabar este jogo". E ainda lhe dá o gostinho de pensar que esteve a fazer alguma coisa proibida.
*sozinha = sem os pais, mas não necessariamente só
Só há algum tempo é que me apercebi do que provavelmente estaria por detrás deste toque à campainha do meu pai. E isto, porque faço o mesmo com o meu filho. Quando eu não estou em casa, assumo que ele vai aproveitar para fazer todas as coisas que não pode, ou que estão restritas. Muito provavelmente vai aproveitar par jogar na playstation apesar de ser proibido durante a semana. E eu prefiro fazer de conta que não sei, e desde que ele faça os trabalhos de casa nem me importo. Mas toco à campainha. Quando abro a porta, são horas de fazer outras coisas. A campainha assinala o fim do que quer que ele estivesse a fazer, sem "só mais um minuto" ou "deixa-me só acabar este jogo". E ainda lhe dá o gostinho de pensar que esteve a fazer alguma coisa proibida.
*sozinha = sem os pais, mas não necessariamente só
07 outubro 2008
Diferenças (2)
Há uns anos (poucos, muito poucos), ia-se a Espanha, e as gasolineiras tinham todas preços diferentes. Atravessava-se o país e os preços podiam variar 10 cêntimos, ou quase. Hoje em dia não é assim. Os preços são praticamente fixos, a variação mínima, os únicos locais que diferem do "preço geral" (aquele cuja variação é de mais meio cêntimo, menos meio cêntimo) são alguns supermercados que vendem combustíveis.
Olhando para tudo isto, só tenho uma questão: quando é que a GALP entrou no mercado espanhol?
Olhando para tudo isto, só tenho uma questão: quando é que a GALP entrou no mercado espanhol?
Diferenças
Podia falar de muitas diferenças entre Portugal e Espanha, mas agora lembrei-me desta (por causa de um artigo que li não sei onde sobre os saldos de verão em Portugal este ano terem sido ... fraquinhos). Enquanto que, ainda em Julho, numa loja em Espanha os saldos estão a 70% do preço original (algumas coisas até a menos que isso), na mesma loja, em Portugal, em Agosto, o máximo de desconto que se vê é de 40%. Deve ser da crise...
06 outubro 2008
Biscotti italianos
(de fair trade, não por princípio mas porque eram as únicas bolachas/biscoitos/bolinhos de jeito naquela lojinha)
Raios, tinha logo que os comprar 20 minutos antes do almoço. De modos que ou vou almoçar j sem fome, ou fico aqui a aguar até ao lanche. Que coisas boas...
Raios, tinha logo que os comprar 20 minutos antes do almoço. De modos que ou vou almoçar j sem fome, ou fico aqui a aguar até ao lanche. Que coisas boas...
Prosseguimos a emissão dentro de momentos
Entretanto, fiquem com esta.
Num cruzeiro, um engraçadinho encontrao capitão do navio e pergunta-lhe:
- É verdade que, se acontecer algum problema, o senhor é o último a abandonar o barco?
Diz-lhe o capitão:
- Se isto afundar, sim, mas se explodir vamos todos ao mesmo tempo.
Num cruzeiro, um engraçadinho encontrao capitão do navio e pergunta-lhe:
- É verdade que, se acontecer algum problema, o senhor é o último a abandonar o barco?
Diz-lhe o capitão:
- Se isto afundar, sim, mas se explodir vamos todos ao mesmo tempo.
30 setembro 2008
Citação do dia
A woman will leave her husband before she leaves a good hairdresser.
(+/- isto: é mais fácil uma mulher deixar o marido do que deixar de ir a um bom cabeleireiro)
(+/- isto: é mais fácil uma mulher deixar o marido do que deixar de ir a um bom cabeleireiro)
Verde
Tanta conversa por causa de pagar sacos (sim, bem sei que isso já foi, mas acabo de lutar com a embalagem de uma pen e agora deu-me para isto), mas o que eu queria ver era alguém a dizer a quem vende as tralhas que a gente compra no supermercado e não só, que acabem com as embalagens excessivas. É que não há pachorra para as coisas minúsculas que vêm embaladas num montão de plástico e papel ou cartão. Ele é pens USB que vêm com mais plástico de embalagem do que a pen propriamente dita, ele é chupetas enfiadas numa data de plástico que só cortando com uma tesoura é que aquilo se desmancha, produtos de maquilhagem que vêm em pacotes que davam para 10 vezes a quantidade que se comprou, e isto são apenas pequenos exemplos. Outra é a querida amazon, sempre a anunciar que tem embalagens amigas do ambiente e tal e coiso, mas o meu computadorzinho que foi a última coisa que lá comprei vinha embalado em duas caixas de cartão, duas, em que a segunda além da primeira, só continha papel grosso. E sim, na primeira caixa vinha perfeitamente acondicionado e o espaço estava mais ou menos bem aproveitado.
Isto causa um enorme desperdício, que não é provocado pelos consumidores (pois se eu tenho que comprar as chupetas, não tenho culpa que venham com meio quilo extra de plástico e papel de que nao preciso e até agradecia que não viesse estorvar), no fim, quem paga, em todos os sentidos da palavra, é ele mesmo, o tal consumidor. E depois fala-se em pagar sacos de plástico, mas quanto aos excessos de plástico de embalagens, ninguém diz nada. Raios.
Isto causa um enorme desperdício, que não é provocado pelos consumidores (pois se eu tenho que comprar as chupetas, não tenho culpa que venham com meio quilo extra de plástico e papel de que nao preciso e até agradecia que não viesse estorvar), no fim, quem paga, em todos os sentidos da palavra, é ele mesmo, o tal consumidor. E depois fala-se em pagar sacos de plástico, mas quanto aos excessos de plástico de embalagens, ninguém diz nada. Raios.
28 setembro 2008
Fim de semana em comida
Por motivos bons e maus aqui fica a memória alimentar deste fim de semana.
1. Pão de queijo.
Eu gosto (gostava?) de pão de queijo. Tanto que andei a ver umas receitas na net, e um dia convenci-me que tinha que fazer pão de queijo em casa. Este verão, lá encontrei o ingrediente mais difícil (uma farinha típica do Brasil) num hipermercado, juntamente com receita e tudo, e trouxe para casa. Digamos que, embora o pão de queijo saiba a pão de queijo, nunca mais na vida vou fazer esta receita. A partir do momento em que juntei a tal farinha aos outros ingredientes (abri o pacote e logo depois fiz a mistura) espalhou-se pela casa todinha um cheiro horroroso. Assim tipo a ovos podres, para pior. Estive vai não vai para deitar tudo rapidamente ao lixo, mas contive-me. O resultado não foi mau, como disse, mas o pivete será para sempre recordado.
2. Mousse de chocolate.
Depois de uma experiência traumatizante, é sempre bom meter algo garantidamente bom à boca. Como mousse de chocolate.
125g de manteiga derretida com 200gramas de chocolate meio amargo (usei um com 50% de cacau, mas podia ter sido um pouco menos), 6 ovos (as gemas junta-se ao chocolate derretido com manteiga, as claras batem-se em castelo com 6 colheres de açúcar, e depois mistura-se tudo - envolver é a palavra chave).
Uma delícia. Já quase esqueci o pão de queijo.
1. Pão de queijo.
Eu gosto (gostava?) de pão de queijo. Tanto que andei a ver umas receitas na net, e um dia convenci-me que tinha que fazer pão de queijo em casa. Este verão, lá encontrei o ingrediente mais difícil (uma farinha típica do Brasil) num hipermercado, juntamente com receita e tudo, e trouxe para casa. Digamos que, embora o pão de queijo saiba a pão de queijo, nunca mais na vida vou fazer esta receita. A partir do momento em que juntei a tal farinha aos outros ingredientes (abri o pacote e logo depois fiz a mistura) espalhou-se pela casa todinha um cheiro horroroso. Assim tipo a ovos podres, para pior. Estive vai não vai para deitar tudo rapidamente ao lixo, mas contive-me. O resultado não foi mau, como disse, mas o pivete será para sempre recordado.
2. Mousse de chocolate.
Depois de uma experiência traumatizante, é sempre bom meter algo garantidamente bom à boca. Como mousse de chocolate.
125g de manteiga derretida com 200gramas de chocolate meio amargo (usei um com 50% de cacau, mas podia ter sido um pouco menos), 6 ovos (as gemas junta-se ao chocolate derretido com manteiga, as claras batem-se em castelo com 6 colheres de açúcar, e depois mistura-se tudo - envolver é a palavra chave).
Uma delícia. Já quase esqueci o pão de queijo.
22 setembro 2008
Os testes dele, no meu calendário, para eu não me esquecer de o mandar estudar quando for tempo disso. Dizem que com as meninas é mais fácil, mas eu sei que não tem nada a ver com ser menina ou menino, há uns que são organizados, outros que não, mesmo que sejam irmãos (ou irmãs) e tenham tido a mesma educação (pensam os pais), saem todos diferentes, uns tão fáceis, outros tão complicados, outros uma mistura de coisas complicadas e outras fáceis.
Hoje andei o dia à nora, mais uma vez, porque ele perdeu a carteira, e pior que perder a carteira é perder todos os cartões que lhe fazem falta, em especial o do autocarro. E depois claro, eu é que tenho que andar para trás e para a frente à procura do papel (qual papel?) afinal são dois papeis, e já não vai ter um bilhete normal mas um de tarifa reduzida que no fim do ano é reembolsado (mas então para que é que interessa ter a tarifa reduzida?). Mas o melhor de tudo é que no meio desta confusão (e de outras confusões) encontro uma mãe que me diz, deixa lá, não te aflijas, que a minha filha (a dela), com 19 anos e também é assim, uma cabeça no ar. E eu fico mais descansada, vai tudo continuar a correr bem, o miúdo ainda é o meu miúdo, ele é que me habituou mal ao ser na maior parte do tempo um amorzinho bem comportado. E entretanto, se perder a carteira (qual carteira, agora não tem nenhuma) outra vez durante este ano lectivo, não preciso de preencher mais papeis.
Hoje andei o dia à nora, mais uma vez, porque ele perdeu a carteira, e pior que perder a carteira é perder todos os cartões que lhe fazem falta, em especial o do autocarro. E depois claro, eu é que tenho que andar para trás e para a frente à procura do papel (qual papel?) afinal são dois papeis, e já não vai ter um bilhete normal mas um de tarifa reduzida que no fim do ano é reembolsado (mas então para que é que interessa ter a tarifa reduzida?). Mas o melhor de tudo é que no meio desta confusão (e de outras confusões) encontro uma mãe que me diz, deixa lá, não te aflijas, que a minha filha (a dela), com 19 anos e também é assim, uma cabeça no ar. E eu fico mais descansada, vai tudo continuar a correr bem, o miúdo ainda é o meu miúdo, ele é que me habituou mal ao ser na maior parte do tempo um amorzinho bem comportado. E entretanto, se perder a carteira (qual carteira, agora não tem nenhuma) outra vez durante este ano lectivo, não preciso de preencher mais papeis.
21 setembro 2008
Festas de/so' com rapazes
(ainda com teclado alemao configurado para ingles, e portanto a ter que adivinhar onde estao os caracteres, sem acentos, e com o z e y trocados, e ainda sem ter instalado o dicionario portugues, a minha vida nao e' isto...)
A proposito disto.
Tendo um miudo em casa, a experiencia de festas de anos so' com rapazes ou com algumas raparigas (poucas) e' sempre, hum, interessante. A festa (note-se o singular) so' com rapazes (talvez houvesse uma unica rapariga, ja' nao me lembro, mas se houve, nao me recordo de ela se ter metido nestes assados, ou, pelo menos, de os ter iniciado), em casa, foi uma experiencia que nunca esquecerei - felizmente, porque so' se estivesse doida e' que me metia noutra igual. Meia duzia de manfios que so' nao me destruiram a casa porque, na altura, nao havia nada a destruir. Desde as correrias pela casa toda (tudo bem), a jogarem 'as escondidas ca' dentro (nada contra), ate' espalharem papel higienico pela casa (ao menos estava limpo), fazerem batalhas de gelatina e misturarem mousse nas bebidas dos outros, e ainda, pegarem nuns apitos que por ai andavam e buzinarem com toda a forca que tinham. Tive que os por fora de casa (tudo para o parque brincar) apesar de o tempo nao estar grande coisa, guardei a cassete de video para nunca mais me esquecer, e prometi a mim mesma que festas de criancas na minha casa, nunca mais.
Dito isto, nas outras festas, as com mais meninas, ignorei (mas fiquei mal impressionada) as queixinhas (ele fez isto! ela fez aquilo!) e jurei que se alguma vez tivesse uma menina, nao iria tolerar mariquices. A ver vamos.
A proposito disto.
Tendo um miudo em casa, a experiencia de festas de anos so' com rapazes ou com algumas raparigas (poucas) e' sempre, hum, interessante. A festa (note-se o singular) so' com rapazes (talvez houvesse uma unica rapariga, ja' nao me lembro, mas se houve, nao me recordo de ela se ter metido nestes assados, ou, pelo menos, de os ter iniciado), em casa, foi uma experiencia que nunca esquecerei - felizmente, porque so' se estivesse doida e' que me metia noutra igual. Meia duzia de manfios que so' nao me destruiram a casa porque, na altura, nao havia nada a destruir. Desde as correrias pela casa toda (tudo bem), a jogarem 'as escondidas ca' dentro (nada contra), ate' espalharem papel higienico pela casa (ao menos estava limpo), fazerem batalhas de gelatina e misturarem mousse nas bebidas dos outros, e ainda, pegarem nuns apitos que por ai andavam e buzinarem com toda a forca que tinham. Tive que os por fora de casa (tudo para o parque brincar) apesar de o tempo nao estar grande coisa, guardei a cassete de video para nunca mais me esquecer, e prometi a mim mesma que festas de criancas na minha casa, nunca mais.
Dito isto, nas outras festas, as com mais meninas, ignorei (mas fiquei mal impressionada) as queixinhas (ele fez isto! ela fez aquilo!) e jurei que se alguma vez tivesse uma menina, nao iria tolerar mariquices. A ver vamos.
20 setembro 2008
A democracia é (supostamente) para todos
Ora isto de ir votar a Estugarda (que o consulado português em Munique é assim uma coisa tipo, vêm cá fazer-nos o jeito, às quintas de manhã, e uma vez por mês é que há cônsul, por isso duvido muito que se possa votar aqui, e Estugarda é o consulado "a sério" mais perto), que fica a uns 400km, mais coisa menos coisa, é para ficar aí nuns 100 euros, dependendo se se vai de carro, em carpool é capaz de dar isso, ou de comboio aí nuns 140 euros, que isto de votos é sempre ao domingo e aos domingos nao se arranjam os bilhetes de comboio baratos (também ficava aí por uns 60 euros no mínimo, e sem lugar sentado, 29 euros para ir e 29 euros para voltar, se houvesse esses tais bilhetes "baratos" em segunda classe - que para viagens ao domingo são o equivalente a uma miragem no deserto). De modos que, para a meia dúzia de portugueses que aqui vivem, ou se acabou a democracia, ou o governo alemão, através dos impostos como o IVA e o ISP, vai ganhar ainda mais uns cobres à custa deles. Everybody wins.
Quando eu for grande...
...e já não ouvir rádios decentes, porque não tenho pachorra para a publicidade (caso PT) ou porque não tenho pachorra para a conversa ininterrupta (hence, no music, caso DE), ou não tenho pachorra para a música com 30 anos que essa já a ouvi nos anos anteriores (caso DE outra vez), quero encontrar alguém que goste de músicas que eu potencialmente gostarei também, depois de as ouvir. E quando o encontrar, vou-lhe deixar aqui o meu muito obrigada.
(já está. sniper, já te disse que tens muito bom gosto? continua com a música do dia, pleaseeeeeeeeeeeeeee)
(já está. sniper, já te disse que tens muito bom gosto? continua com a música do dia, pleaseeeeeeeeeeeeeee)
Adoro Linux
Quase duas semanas depois (passou assim tao depressa?) e nao podia estar mais contente com o meu AA1. Arranca e desliga rapidamente, liga-se 'a net num instante nas redes wireless que experimentei, pu-lo a funcionar em ingles e encontrei montes de sitios onde descobrir como fazer mais coisas giras com ele. Claro que nao e perfeito, mas e' muito divertido. Podia ja' ter instalado o dicionario de portugues, mas estive mais preocupada em instalar jogos... porque sera'?
Podera' ser da versao do Linux que vem com o brinquedo - tambem chamada de Linux for dummies pelos geeks - mas a verdade e' que isto e' bem mais simples do que eu imaginava. Um mimo.
Podera' ser da versao do Linux que vem com o brinquedo - tambem chamada de Linux for dummies pelos geeks - mas a verdade e' que isto e' bem mais simples do que eu imaginava. Um mimo.
18 setembro 2008
Aos sete meses, a minha bonequinha bate palmas, e eu bato-lhe palmas de admiração. Parece-me cedo, mas não sei. Vai (tem andado a ir) para a creche, e adora os meninos, as educadoras, a animação. Temos lá ficado, os pais, à vez, para que ela não estranhe antes que aquilo se entranhe, mas parece-me que não fazemos lá falta nenhuma. A maior aprendizagem desta semana tem sido ver como adultos. alguns mais velhos que eu, têm por função aturar os filhos dos outros, e como o fazem com tanta dedicação, carinho, e infantilidade. Não era trabalho para mim, sei-o bem. E agradeço do fundo do coração haver pessoas assim, que gostam de ver e ajudar a crescer pirralhinhos ranhosos, chorosos, choramingões, brincalhões, e risonhos.
15 setembro 2008
Evil
O que fazer com dois adultos que trabalham juntos e se comportam como duas crianças, daquelas que se pegam por tudo e por nada, gritam, e batem com as portas?
a) separá-los. pô-los a trabalhar em coisas diferentes de modo a que não tenham que interagir.
b) juntá-los. castigá-los forçando-os a aturarem-se durante o espaço de tempo mais longo possível, até que se dêem bem ou se matem.
Prefiro a alternativa b). Dessa forma, não há nada a perder. É pena não ser eu a mandar... mas vou sugerir. :D
a) separá-los. pô-los a trabalhar em coisas diferentes de modo a que não tenham que interagir.
b) juntá-los. castigá-los forçando-os a aturarem-se durante o espaço de tempo mais longo possível, até que se dêem bem ou se matem.
Prefiro a alternativa b). Dessa forma, não há nada a perder. É pena não ser eu a mandar... mas vou sugerir. :D
USB stuck
Já alguém matou uma pen USB? Assim uma daquelas memórias que se ligam na porta USB do computador? Ou toda a gente usa aquela funcionalidade de windows para retirar o hardware de forma segura?
Não sei se foi da pen, do windows, ou sequer se tirei aquilo do sítio antes de dar o berro. Mas deu. E nunca antes me tinha passado pela cabeça que um stick pudesse morrer assim tão depressa, sem um ai nem um suspiro.
Não sei se foi da pen, do windows, ou sequer se tirei aquilo do sítio antes de dar o berro. Mas deu. E nunca antes me tinha passado pela cabeça que um stick pudesse morrer assim tão depressa, sem um ai nem um suspiro.
Raios
Além de ter saído sem casaco de Inverno (um pequeno casaquinho de malha teve que me proteger do frio horroroso e dos chuviscos), a juntar à tortura tenho um par de sapatos novos. E bolhas nos pés novas. Há dias em que imitar os alemães (tirar os sapatos ou usar chinelos com meias em público) não parece má ideia. Vou ali esbofetear-me e já volto.
Chegou, de um dia para o outro, o Inverno. Abruptamente, sem dar tempo a que uma pessoa se habituasse a dias menos quentes, chegam o frio, com alguma chuva a acompanhar. Felizmente já cá estou há duas semanas, e desde o primeiro dia que venho a antecipar um cenário destes. Por incrível que (me) pareça, fiquei com pena dos bávaros que vieram hoje ou ontem de férias. Há lá maior balde de água fria (literalmente) que apanhar um tempo destes logo a seguir a umas férias num destino paradisíaco (todos onde haja sol e calor)?
09 setembro 2008
one
O meu brinquedo novo é muito fixe. Vem com Linux, é muito fácil de usar, arranca em super velocidade, comparando com o computador de secretária (o "a sério"), liga-se à net bem mais depressa, e tem tudo o que me faz falta para andar, literalmente, em cima do joelho.
Já não usava Linux há uns 8 anos. Nem sequer me lembrava como se editavam ficheiros, nada de nada. Ainda assim, isto não custa nada. Mudar a configuracao do teclado (para alemão) foi a coisa mais difícil que fiz até agora, mas com a ajuda da internet, a partir desta pequena maravilha, foi um instante. O melhor de tudo, em relacao aos computadores que se compram nesta terra, foi que pude escolher a linguagem do sistema operativo. Fantástico. Por menos 50 euros do que custaria o mesmo bichinho com o windows (em alemão, sem escolha possível)que mais tarde ou mais cedo trataria de por o sistema a arrastar-se como se fora um caracolito.
Os últimos dois dias passei-os em fóruns sobre Linux, a ver quais eram as opiniões sobre o aspire one, enquanto ele não vinha. Já percebi que há imensas pessoas a usar esta coisinha linda e que se podem fazer imensas coisas que não vêm pré-instaladas. De repente, o disco de 120GB parece-me enorme. Isto é giro, tem bom aspecto, e não tem a marca do Bill - sempre que penso em windows vêm-me à memória dois computadores que precisam de uma limpeza geral que vai ser penosa e extremamente demorada.
Eu já disse que estou contente? Next step, emprestar o netbook ao puto. A ver como ele se dá com o bicho.
*ainda me falta instalar o corrector de português, para ter as cedilhas. mas isso é brincadeira de crianca.
Já não usava Linux há uns 8 anos. Nem sequer me lembrava como se editavam ficheiros, nada de nada. Ainda assim, isto não custa nada. Mudar a configuracao do teclado (para alemão) foi a coisa mais difícil que fiz até agora, mas com a ajuda da internet, a partir desta pequena maravilha, foi um instante. O melhor de tudo, em relacao aos computadores que se compram nesta terra, foi que pude escolher a linguagem do sistema operativo. Fantástico. Por menos 50 euros do que custaria o mesmo bichinho com o windows (em alemão, sem escolha possível)que mais tarde ou mais cedo trataria de por o sistema a arrastar-se como se fora um caracolito.
Os últimos dois dias passei-os em fóruns sobre Linux, a ver quais eram as opiniões sobre o aspire one, enquanto ele não vinha. Já percebi que há imensas pessoas a usar esta coisinha linda e que se podem fazer imensas coisas que não vêm pré-instaladas. De repente, o disco de 120GB parece-me enorme. Isto é giro, tem bom aspecto, e não tem a marca do Bill - sempre que penso em windows vêm-me à memória dois computadores que precisam de uma limpeza geral que vai ser penosa e extremamente demorada.
Eu já disse que estou contente? Next step, emprestar o netbook ao puto. A ver como ele se dá com o bicho.
*ainda me falta instalar o corrector de português, para ter as cedilhas. mas isso é brincadeira de crianca.
Assalto à moda alemã*
Há uns dias ouvi uma história, em segunda mão, de um assalto a um banco que se verificou há umas semanas no Sul da Alemanha. Um indivíduo de uma terra pequena decidiu assaltar um banco de outra terreola vizinha. Mas não pensem que este indivíduo era um meliante qualquer. Em primeiro lugar, utilizou uma máscara para cobrir a cara. Até aqui, parecerá ao leitor que este assaltante não se distingue dos outros, mas a verdade é que a história deste assalto é muito diferente das que normalmente ouvimos nos (tele)jornais. Pois o meliante chega ao banco a meio do dia, e está uma velhinha a ser atendida. E o que é que ele faz? Começa aos gritos, brandindo a arma e ordenando a entrega de todo o dinheiro que por ali houver? Não. Este bandido é bem educado. Espera pacientemente a sua vez, e só quando o empregado acaba de atender a velhinha é que se aproxima do balcão, e pede que por favor lhe entreguem o dinheiro que por ali houver. Entretanto, um dos empregados pergunta a outro se já carregou no botão, o qual responde afirmativamente. Ao mesmo tempo, no piso superior um funcionário alertava o informático que tirasse umas fotos com as câmaras de vídeo. O informático estava ocupado “a fazer umas coisas”, pelo que repondeu que já ia (calma, calma), mas quando lhe explicaram que estava a decorrer um assalto, executou imediatamente a tarefa de tirar as fotos. Entretanto o assaltante apressa-se a guardar o dinheirinho, e põe-se a andar dali para fora. E qual o meio de fuga utilizado? Ali não havia metro nem comboio nem transporte público, pelo que o meliante escolheu usar ...uma bicicleta. A polícia ainda demorou algum tempo, e como ao chegar já não havia rasto do ladrão (devia ser um ciclista profissional), enviaram um helicóptero, que também não consegui encontrar o homem. Posteriormente veio-se a saber que ele teria um carro escondido a uns kilómetros de distância, perto da floresta (é o que não falta por aí, é floresta para um gajo esconder um carro), que usou para continuar a fuga.
Ora um ladrão desta envergadura, educado e amigo do ambiente, para onde é que vai depois de um assalto a um banco? Para as Bahamas? Para a República Domicana? Para as Maldivas? Não. Um gajo destes só podia ir... para casa da mamã.
No dia seguinte, a mãe vê a notícia do roubo num jornal local. Apesar da cara tapada, ela reconhece o filho pelas roupas que ele usava. O que é que esta mãe faz: avisa o filho, ou ele se entrega à justiça ou ela terá que o denunciar. E assim acaba a história, com o assaltante de bancos a entregar-se na esquadra mais próxima por ordem de sua mãe.
* título largamente exagerado, até porque é o único assalto de que ouvi falar em pormenor, mas dado a minha exposição exagerada a noticiários portugueses nos últimos meses, perfeitamente aceitável
Ora um ladrão desta envergadura, educado e amigo do ambiente, para onde é que vai depois de um assalto a um banco? Para as Bahamas? Para a República Domicana? Para as Maldivas? Não. Um gajo destes só podia ir... para casa da mamã.
No dia seguinte, a mãe vê a notícia do roubo num jornal local. Apesar da cara tapada, ela reconhece o filho pelas roupas que ele usava. O que é que esta mãe faz: avisa o filho, ou ele se entrega à justiça ou ela terá que o denunciar. E assim acaba a história, com o assaltante de bancos a entregar-se na esquadra mais próxima por ordem de sua mãe.
* título largamente exagerado, até porque é o único assalto de que ouvi falar em pormenor, mas dado a minha exposição exagerada a noticiários portugueses nos últimos meses, perfeitamente aceitável
08 setembro 2008
Quando é que isto irá acabar (faltam 4 meses)
Desde Janeiro que estou convencida que o ano é 2009. Já perguntei mais vezes "em que ano estamos" desde essa altura do que na vida inteira antes disso. Já deitei coisas fora por pensar ter terminado a validade. Felizmente, já falta pouco.
07 setembro 2008
notebook
Qual será a maior aventura, comprar um brinquedo com Linux instalado, ou um brinquedo que venha com Linux em alemão? A resposta é fácil. Como optar entre a primeira e a segunda dá demasiado trabalho, a aventura vai ser total. Fico na esperança de poder limpar tudo e instalar de novo em inglês (que em português também não me entendo, que quando eu comecei a brincar com computadores tanto o software como o sistema operativo eram em inglês - sim, no meu tempo...)
Que divertido que vai ser. E pensar que ainda há dias não me quis dar ao trabalho de mudar o template do blogue à mão...
(também podia ir para a versão do tio Bill. preocupar-me com o espaço em disco e o anti-vírus, as actualizações constantes e redução da performance ao longo do tempo de vida do aparelho. mas qual era a graça de saber exactamente onde está tudo, e saber que para pôr um periférico a funcionar basta ligá-lo? para essas coisas tenho o desktop, que bem precisa de uma limpeza completa, da forma que se tem vindo a arrastar.)
Que divertido que vai ser. E pensar que ainda há dias não me quis dar ao trabalho de mudar o template do blogue à mão...
(também podia ir para a versão do tio Bill. preocupar-me com o espaço em disco e o anti-vírus, as actualizações constantes e redução da performance ao longo do tempo de vida do aparelho. mas qual era a graça de saber exactamente onde está tudo, e saber que para pôr um periférico a funcionar basta ligá-lo? para essas coisas tenho o desktop, que bem precisa de uma limpeza completa, da forma que se tem vindo a arrastar.)
06 setembro 2008
Pergunta para 100 pontos
Pode-se usar uma placa USB de acesso à internet móvel num computador com LINUX?
(estava a pensar nesta pseudo banda larga)
Ando a sonhar com uma coisinha linda de meter no bolso e surfar a net, que em vez de usar o sistema operativo que não quero nem ver*, vem com LINUX, que já não uso há anos. Suspeito que se me meto nesta ainda vou arranjar trabalhos para os quais não tenho muita paciência...
*windows vista - que vem noutros portáteis
(estava a pensar nesta pseudo banda larga)
Ando a sonhar com uma coisinha linda de meter no bolso e surfar a net, que em vez de usar o sistema operativo que não quero nem ver*, vem com LINUX, que já não uso há anos. Suspeito que se me meto nesta ainda vou arranjar trabalhos para os quais não tenho muita paciência...
*windows vista - que vem noutros portáteis
05 setembro 2008
Frase do dia
"as tripas da minha sogra já estão encomendadas"
não viesse de um portuense, esta frase devia dar cadeia...
não viesse de um portuense, esta frase devia dar cadeia...
04 setembro 2008
Momento baby-blog
Custa-me a acreditar que haja quem se interesse pela minha coisinha mais fofa - a miúda, porque o miúdo é um lingrinhas ossudo que quando toca em alguém faz logo nódoas negras.
Eu que nunca quis saber de bebés (só dos meus), porque choram, dão trabalho, têm ranho no nariz (os meus NUNCA!), metem as mãos em todo o lado e depois ficam nojentos (os meus também metem/meteram a mão em todo o lado e ficam/ficaram nojentos, mas eu limpo-os logo a seguir que não suporto criancinhas que a seguir vão sujar tudo o resto - principalmente se for a minha roupa), enfim, são só desvantagens, e nunca percebi porque é que havia quem os tivesse, quanto mais querer enfiar histórias sobre os rebentos, continuo sem perceber para que é que alguém quer saber da minha menina mai-linda que é incomparavelmente melhor que qualquer outro bebé - excepção feita ao meu menino que também foi um bebé do melhor que há.
Ainda assim, para quem realmente quer saber, eu hoje digo. A minha menina é linda, parece-se com a minha avó paterna, ri-se como se passasse o dia no circo (e passa, que cá em casa temos todos cara de palhaço), senta-se e durante a noite faz duas coisas muito importantes: dorme, e dá a volta à cama. Tanto que, como por estes dias não tem que ir a lado nenhum de manhã (bela vida, como a invejo) às vezes saio sem que ela ainda tenha acordado. Quando chego a casa brinda-me com um grande sorriso e mais gargalhadas, e depois leva mimo e mais mimo. É assim. Adora comer, detesta ver os outros à mesa sem que a ela lhe toque nada, é um miminho, e idolatra o irmão.
Como eu sempre suspeitei, comprar roupa para uma menina é muito mais divertido, a escolha é enorme, e acabo por me exceder e trazer roupa a mais. O que nao é um problema, porque de cada vez que ela se suja, por pouco que seja, troca logo de roupa.
De modos que é isto. Já podem dormir descansados (como ela).
Eu que nunca quis saber de bebés (só dos meus), porque choram, dão trabalho, têm ranho no nariz (os meus NUNCA!), metem as mãos em todo o lado e depois ficam nojentos (os meus também metem/meteram a mão em todo o lado e ficam/ficaram nojentos, mas eu limpo-os logo a seguir que não suporto criancinhas que a seguir vão sujar tudo o resto - principalmente se for a minha roupa), enfim, são só desvantagens, e nunca percebi porque é que havia quem os tivesse, quanto mais querer enfiar histórias sobre os rebentos, continuo sem perceber para que é que alguém quer saber da minha menina mai-linda que é incomparavelmente melhor que qualquer outro bebé - excepção feita ao meu menino que também foi um bebé do melhor que há.
Ainda assim, para quem realmente quer saber, eu hoje digo. A minha menina é linda, parece-se com a minha avó paterna, ri-se como se passasse o dia no circo (e passa, que cá em casa temos todos cara de palhaço), senta-se e durante a noite faz duas coisas muito importantes: dorme, e dá a volta à cama. Tanto que, como por estes dias não tem que ir a lado nenhum de manhã (bela vida, como a invejo) às vezes saio sem que ela ainda tenha acordado. Quando chego a casa brinda-me com um grande sorriso e mais gargalhadas, e depois leva mimo e mais mimo. É assim. Adora comer, detesta ver os outros à mesa sem que a ela lhe toque nada, é um miminho, e idolatra o irmão.
Como eu sempre suspeitei, comprar roupa para uma menina é muito mais divertido, a escolha é enorme, e acabo por me exceder e trazer roupa a mais. O que nao é um problema, porque de cada vez que ela se suja, por pouco que seja, troca logo de roupa.
De modos que é isto. Já podem dormir descansados (como ela).
Na desportiva
Guardo religiosamente desde segunda-feira um saco de desporto no meu local de trabalho. Lá dentro tenho o equipamento completo para fazer ginástica ou praticar o desporto que me apetecer. Religiosamente significa que ainda não lhe toquei. De segunda a quinta tive zero vontade de praticar desporto, para além dos habituais 50 passos até à casa de banho ou os 365 para o restaurante - para, que à volta preferia ser arrastada. Amanhã é que vai ser. Eu hei-de eliminar meia grama (meio grama, eu sei, mas não gosto) de gordura.
03 setembro 2008
É a primeira semana de Setembro e as escolas Bávaras ainda não abriram. Faz calor (vinte e tal graus, sistemas de arrefecimento ligados), e está tudo calmo. De repente lembro-me que gosto de trabalhar em Agosto, quando a cidade está completamente vazia e os escritórios também, mas também me lembro que costuma fazer um tempo horrível - se todos os dias de verão fossem como o de hoje era tão bom - e que mesmo assim adoro passear de carro quando não há trânsito. (nem me falem no ambiente, nem nos preços da gasolina, que em dias como o de hoje nem apetece debater coisas como essas e ir dar ao princípio do utilizador pagador e do frei tomás) Gosto desta calma que se vai acabar em breve, para primeiro dar lugar ao regresso de toda a gente, e depois, à loucura da invasão da cidade para a Oktoberfest. É a calma antes da tempestade.
Enjoei o verde
E se tivesse tempo, fazia o meu próprio template. Como não tenho - ter tenho, mas não quero passá-lo em coisas chatas como essa por enquanto - fica assim. Uma mudança que me custou meia dúzia de cliques.
Et voilá.
Et voilá.
Cum carago
O dia começa com um convite para lembrar, relembrar, debater, esmiuçar, revolver até às entranhas a parte mais triste, chata, dolorosa, incomodativa, ainda e para sempre em ferida da minha vida. E que é que eu faço? Em vez de mandar a pessoa à fava, não, que temos que ser uns para os outros e se todos temos problemas, e às vezes problemas parecidos, o melhor é ajudarmo-nos uns aos outros quando (sempre que) podemos. E pronto, lá pus o meu sorriso 724 (eu tenho muitos) e disse que sim, vamos lá então remexer o lixo, reabrir a cicatriz - ai se desse para cortar um bocado! - e fazer de conta que hoje em dia está tudo bem (será que vai estar algum dia? se eu não contasse viver para sempre estaria mais optimista).
O que vale é que logo a seguir dei uma olhadela nos blogues que andei a perder neste tempo todo (tanto!) que me puseram imediatamente à gargalhada (baixinho, para o vizinho não se queixar). Assim que descobrir como enfiar um rato dentro de um balão vou fazer uma surpresa a alguém :D.
O que vale é que logo a seguir dei uma olhadela nos blogues que andei a perder neste tempo todo (tanto!) que me puseram imediatamente à gargalhada (baixinho, para o vizinho não se queixar). Assim que descobrir como enfiar um rato dentro de um balão vou fazer uma surpresa a alguém :D.
02 setembro 2008
Já não via esquilos há tanto tempo
desde que as super férias começaram. E quando regresso, onde é que os encontro, aqueles animais tão fofinhos, aos magotes? Na estrada. No meio da estrada. Esmagados.
3 - 2- 1 - And we're back!
De volta. E pela primeira vez desde há uns anos, regressei num dia de sol e bom tempo (acima de 20 graus é sempre bom tempo). Ainda não tenho saudades de nada, e para variar, ainda nem pensei em planear as próximas férias (comprar bilhetes de avião antes que fiquem ao dobro do preço, essas coisas).
O espetáculo continua. Regresso à "minha" cadeira, e ao processo de tornar o meu rabo quadrado. Adoro o meu trabalho sedentário.
O espetáculo continua. Regresso à "minha" cadeira, e ao processo de tornar o meu rabo quadrado. Adoro o meu trabalho sedentário.
08 maio 2008
Pausa :)
Não é que não tenha tempo para escrever - apenas não me apetece.
Não é que não tenha do que escrever - assunto não me falta.
Agora está na altura de viver a vida apenas. Mais tarde escreverei sobre ela. Se ainda me lembrar de como tudo é relativo, e de como agora nada tem a mesma importância que tinha há três meses, e como agora sinto as coisas de maneira diferente. Deve ser da falta de stress, de viver a vida com muita calma, muita mais do que costumo ter.
Este blogue entra em licença de maternidade. Volto em Setembro, quando a minha vida voltar ao normal.
(dica para quem não sabe como passar o tempo: usar desenhos para colorir como motivos para pintar t-shirts. é fácil, basta pôr o desenho por baixo da t-shirt e pintar por cima. em menos de meia hora fica pronto. os bebés não se queixam do desenho ou da falta de jeito.)
Não é que não tenha do que escrever - assunto não me falta.
Agora está na altura de viver a vida apenas. Mais tarde escreverei sobre ela. Se ainda me lembrar de como tudo é relativo, e de como agora nada tem a mesma importância que tinha há três meses, e como agora sinto as coisas de maneira diferente. Deve ser da falta de stress, de viver a vida com muita calma, muita mais do que costumo ter.
Este blogue entra em licença de maternidade. Volto em Setembro, quando a minha vida voltar ao normal.
(dica para quem não sabe como passar o tempo: usar desenhos para colorir como motivos para pintar t-shirts. é fácil, basta pôr o desenho por baixo da t-shirt e pintar por cima. em menos de meia hora fica pronto. os bebés não se queixam do desenho ou da falta de jeito.)
24 abril 2008
Coisas que se aprendem porque se tem um miúdo em idade escolar
Língua portuguesa. Antes da reforma (pelo menos para já). Covarde, com que eu ia implicar, é a mesma coisa que cobarde, segundo o dicionário. Pergunto-me se o dicionário é daqueles que trocam os bês pelos vês.
23 abril 2008
Coisas que tenho feito
Coisas.
Brincar às bonecas com a minha bonequinha. Dar-lhe de comer. Vesti-la e mudar-lhe a fralda. Com a minha sorte, só me calham os xixis, aquela bodega malcheirosa tem calhado ao pai eheheh. Dar-lhe banho. Comprar-lhe mais roupa, não porque ela precise, mas porque eu gosto de a ver com roupa diferente, e as coisas de bebé são tão giras. Mudá-la várias vezes ao dia. Adormecê-la ao colo, dar-lhe miminhos e maus hábitos. E bons hábitos, como dormir à fartazana, e aprender que é mais importante dormir do que estar sempre a comer (mas comer também é importante). Eu já disse que ela dorme muito bem? Tipo, a noite toda, acorda de manhã cedo (lá para as 7) e depois volta a dormir sem chatear ninguém.
Ter grandes conversas com a minha boneca, que já responde, e se ri para mim - e para o pai, e mais alguns privilegiados.
Levar a bonequinha a passear quando está bom tempo, e visitar alguns vizinhos (os mais simpáticos) que não se importam de ter visitantes inesperados.
E trabalho de escrava - lavar, passar, lavar... e outra vezes, trabalho de preguiçosa - dormir, descansar, dormir, ir à net, descansar...
Além disto, muita tv, muito mahjong, e um livro que guardo na casa de banho, mas que descobri que comprei repetido ou então sonhei com esta história ao pormenor. Raisparta a amazon, se não mo tivessem recomendado (eles deviam saber que já tenho o raio do livro, carago, foi a eles que o comprei) não o tinha comprado... é o que dá comprar livros sem os desfolhar primeiro. E acreditar num computador.
E ir às compras, sozinha, de vez em quando, só para estar sozinha e me lembrar que existo, e que há vida para além dos cinco quilos de gente fofinha e amorosa que num instante se pode transformar num monstrinho capaz de aterrorizar qualquer um (qualquer um que não saiba como calar a monstrinha, eheh).
Brincar às bonecas com a minha bonequinha. Dar-lhe de comer. Vesti-la e mudar-lhe a fralda. Com a minha sorte, só me calham os xixis, aquela bodega malcheirosa tem calhado ao pai eheheh. Dar-lhe banho. Comprar-lhe mais roupa, não porque ela precise, mas porque eu gosto de a ver com roupa diferente, e as coisas de bebé são tão giras. Mudá-la várias vezes ao dia. Adormecê-la ao colo, dar-lhe miminhos e maus hábitos. E bons hábitos, como dormir à fartazana, e aprender que é mais importante dormir do que estar sempre a comer (mas comer também é importante). Eu já disse que ela dorme muito bem? Tipo, a noite toda, acorda de manhã cedo (lá para as 7) e depois volta a dormir sem chatear ninguém.
Ter grandes conversas com a minha boneca, que já responde, e se ri para mim - e para o pai, e mais alguns privilegiados.
Levar a bonequinha a passear quando está bom tempo, e visitar alguns vizinhos (os mais simpáticos) que não se importam de ter visitantes inesperados.
E trabalho de escrava - lavar, passar, lavar... e outra vezes, trabalho de preguiçosa - dormir, descansar, dormir, ir à net, descansar...
Além disto, muita tv, muito mahjong, e um livro que guardo na casa de banho, mas que descobri que comprei repetido ou então sonhei com esta história ao pormenor. Raisparta a amazon, se não mo tivessem recomendado (eles deviam saber que já tenho o raio do livro, carago, foi a eles que o comprei) não o tinha comprado... é o que dá comprar livros sem os desfolhar primeiro. E acreditar num computador.
E ir às compras, sozinha, de vez em quando, só para estar sozinha e me lembrar que existo, e que há vida para além dos cinco quilos de gente fofinha e amorosa que num instante se pode transformar num monstrinho capaz de aterrorizar qualquer um (qualquer um que não saiba como calar a monstrinha, eheh).
18 abril 2008
Futebol
Sim, futebol. O eterno tema de todo e qualquer blogue. Para uns, a questão é de clube, Para outros, a selecção é que está a dar. Outros (outro) é mais uma viagem ao passado (quando os calções eram bem mais curtos). Hoje deu-me para roubar isto ao sniper:
Assim até dá gosto. Poderia perguntar porque é que eles não jogam assim, sem t-shirt (os com t-shirt contra os sem t-shirt, e ao intervalo mudavam de campo e os despidos vestiam-se e vice-versa). Mas como uma vez chutei a bola contra um guarda-redes descamisado e ele ficou vermelho (com as riscas da bola bem marcadas na barriga) por uns largos minutos, percebo que isso fosse um jogo demasiado violento. Mas era mais giro, isso era.
Assim até dá gosto. Poderia perguntar porque é que eles não jogam assim, sem t-shirt (os com t-shirt contra os sem t-shirt, e ao intervalo mudavam de campo e os despidos vestiam-se e vice-versa). Mas como uma vez chutei a bola contra um guarda-redes descamisado e ele ficou vermelho (com as riscas da bola bem marcadas na barriga) por uns largos minutos, percebo que isso fosse um jogo demasiado violento. Mas era mais giro, isso era.
Coisas boas
Andar de baloiço. Dos zero anos até ao infinito (porquê impor limites?).
(Hoje andei sozinha e acompanhada. A miúda só tem dois meses mas adora andar de baloiço. Muito mais devagar do que quando ando sozinha, claro.)
(Hoje andei sozinha e acompanhada. A miúda só tem dois meses mas adora andar de baloiço. Muito mais devagar do que quando ando sozinha, claro.)
Disléxica y5shtl
Sou só eu que tenho dificuldades em acertar nos caracteres daquelas caixinhas que verificam que não somos robots? às vezes é o caraças para acertar com o que lá está escrito...
13 abril 2008
Correntes...
...em resposta à Rita, e porque não tenho tido tempo para responder a nada (também estou em falta com a Cromossoma X, pelo menos). Mas esta é fácil (dodging the other ones*, eheh), é a pergunta em que toda a gente pensa várias vezes na vida e, como tal, de resposta pronta.
Se ganhasse a lotaria, pagava as minhas dívidas (e não ganhando pago na mesma), aquelas que quase toda a gente tem, a não ser que tenha pais mesmo muito ricos. De resto, não mudava nada. A minha vida é assim tão boa. Distribuía pela família. Deve ser por isso que não ganho. Além de que não jogo por princípio - precisamente porque não sei o que faria se ganhasse o prémio, e, conhecendo-me, isso era bem capaz de acontecer.
*isto faz-me lembrar uma que vi hoje: o Louçã a dizer oportunamente "I rest my case", e o seu interlocutor, outro político, a dizer "no, you do not rest your case". Teve graça, pelo ridículo da resposta. E confirmou que cada vez mais todos nos rendemos às boas expressões na única língua que funciona, a original.
Se ganhasse a lotaria, pagava as minhas dívidas (e não ganhando pago na mesma), aquelas que quase toda a gente tem, a não ser que tenha pais mesmo muito ricos. De resto, não mudava nada. A minha vida é assim tão boa. Distribuía pela família. Deve ser por isso que não ganho. Além de que não jogo por princípio - precisamente porque não sei o que faria se ganhasse o prémio, e, conhecendo-me, isso era bem capaz de acontecer.
*isto faz-me lembrar uma que vi hoje: o Louçã a dizer oportunamente "I rest my case", e o seu interlocutor, outro político, a dizer "no, you do not rest your case". Teve graça, pelo ridículo da resposta. E confirmou que cada vez mais todos nos rendemos às boas expressões na única língua que funciona, a original.
08 abril 2008
Tempo...
Entre acalmar a pequena e certificar-me de que o grande não sofre de ciúmes disfarçados de outra coisa qualquer, às vezes é difícil fazer coisas tão simples, básicas, e urgentes, como ir à casa de banho. Uma gaja aguenta-se sem comer durante umas horas, pode não tomar banho durante uma semana, pode andar semanas a dormir mal, mas às vezes não se pode aguentar nem mais um segundo sem correr para a casa de banho.
03 abril 2008
Sabemos que estamos desactualizados quando...
-mãe, viste uma coisa igual a esta, que estava no meu porta-lápis?
- quê, uma coisa verde igual a essa, que parecia pastilha elástica, do tamanho de pastilha elástica, que ontem estava esmagada no teu porta-lápis?
- sim...
- deitei-a fora, pensava que era pastilha elástica e até pensei que era nojento andares a colar pastilha elástica no porta-lápis...
- mãe, isso era patex (?), é para colar coisas....
- deixa lá filho, se te faz falta, arranja-se isso amanhã... (e não é que aquela gosma verde não era pastilha elástica?! nem me lembrei de perguntar onde é que arranjou aquilo...)
- quê, uma coisa verde igual a essa, que parecia pastilha elástica, do tamanho de pastilha elástica, que ontem estava esmagada no teu porta-lápis?
- sim...
- deitei-a fora, pensava que era pastilha elástica e até pensei que era nojento andares a colar pastilha elástica no porta-lápis...
- mãe, isso era patex (?), é para colar coisas....
- deixa lá filho, se te faz falta, arranja-se isso amanhã... (e não é que aquela gosma verde não era pastilha elástica?! nem me lembrei de perguntar onde é que arranjou aquilo...)
02 abril 2008
01 abril 2008
Sete semanas
Depois de sete semanas de ausência, passei no trabalho para tratar de papeladas urgentes. Passado tanto tempo, é natural que me esquecesse de alguma coisa. Da chave. Do cartão de identificação. De vestir umas calças que não parecessem ser as de pintar a casa (é só fashion;), note-se que a palavra chave nesta frase é parecessem). Do caminho...
O segurança (novo) deixou-me entrar sem fazer perguntas. É o que dá ser uma gaja boa.*
* isto fez-me lembrar um episódio do Seinfeld, em que uma gaja boa tem um acidente e se safa descaradamente, e mais tarde, naquelas conversas à Seinfeld, ele ou o George diz, sobre as gajas boas, they could get away with murder... não digo tanto, mas...
O segurança (novo) deixou-me entrar sem fazer perguntas. É o que dá ser uma gaja boa.*
* isto fez-me lembrar um episódio do Seinfeld, em que uma gaja boa tem um acidente e se safa descaradamente, e mais tarde, naquelas conversas à Seinfeld, ele ou o George diz, sobre as gajas boas, they could get away with murder... não digo tanto, mas...
24 março 2008
Coisas que devia fazer mais vezes
Saltar em cima de camas (de hotel), só porque é divertido.
(a minha cama está reservada para os saltos dos meus pimpolhos, e nem esses aguenta, de vez em quando é preciso umas marteladas para se poder dormir na horizontal)
(a minha cama está reservada para os saltos dos meus pimpolhos, e nem esses aguenta, de vez em quando é preciso umas marteladas para se poder dormir na horizontal)
20 março 2008
O primeiro dia
Com o primeiro dia de primavera veio o primeiro (e provavelmente último) dia de neve desde há muitas semanas - tantas que nem me lembro quando foi a última vez que nevou. E às seis da manhã já estava um vizinho a limpar o passeio em frente à casa dele, que é como quem diz, a raspar o chão com uma pá de metal*. Pergunto-me se o tipo acorda todos os dias àquela hora, ou se passou o inverno inteirinho à espera da oportunidade de acordar os vizinhos às 6 da matina.
*foi rápido, que a neve era pouca e estava molhada, por esta hora já derreteu tudo, aquilo eram mesmo saudades
*foi rápido, que a neve era pouca e estava molhada, por esta hora já derreteu tudo, aquilo eram mesmo saudades
Primavera
A primavera chegou. E pontualmente, com ela, um dia de neve. É o inverno a fazer de conta que existiu.
19 março 2008
As fotos da praxe
De bebés no banho. Todos as temos. Todos as odiamos profundamente. Todos desejamos que os nossos pais nunca tivessem posto as mãos numa máquina fotográfica. E depois, quando temos filhos, vingamo-nos neles, que não têm culpa nenhuma, rindo-nos da bela figurinha que eles fazem numa banheirinha de água quente, já zangados por antecipação, como se soubessem o que aí vem.
À minha bonequinha apenas prometo que não vou mostrar essas fotos a ninguém. Pelo menos a ninguém que ela não queira.
À minha bonequinha apenas prometo que não vou mostrar essas fotos a ninguém. Pelo menos a ninguém que ela não queira.
17 março 2008
Máximo. Qual máximo?
Hoje o petróleo está a (aproximadamente) 70 euros o barril.
112 dólares o barril nos EUA.
1 euro a (mais de) 1,59 dólares.
É fazer as contas.
112 dólares o barril nos EUA.
1 euro a (mais de) 1,59 dólares.
É fazer as contas.
Factos inúteis II
Quando era miúda, só havia dois canais de televisão. Quando ainda era muito pequena, lembro-me de só haver programação a partir do meio dia, e mais tarde, a partir das 10. E ao sábado dar o compacto da novela. E de nos levantarmos cedo para ver os desenhos animados - os bonecos, dizíamos nós. E quando acabava a programação infantil - em que um dos pontos altos era o Vasco Granja a mostrar animações checas e a fazer desenhos num quadro a partir de borrões - íamos para a rua, onde a malta se encontrava para brincar. Antes de qualquer brincadeira porém, era indispensável discutir os desenhos animados. Era uma espécie de análise, que resultava em nos rirmos mais que uma vez da mesma piada. Podia haver um programa de televisão assim. O pessoal telefonava para lá, e em vez de discutir política ou futebol, dizia "viram o Doogie Howser a mandar as duas fotos por telemóvel ao amigo, para o convencer a conduzir para uma cidade bué longe para engatar miúdas em vez de estudar para o exame?" E depois alguém diria que sim, e que tinha sido muito engraçado, uma pessoa a pensar que a foto seria das miúdas e afinal era do Doogie a quase "hipnotizar" o amigo. E depois alguém ia telefonar a perguntar "alguém viu o quarto episódio do House na TVI no outro dia? É que aquilo dá tão tarde que adormeci antes de mudar de canal e gravei o programa errado. E logo na TVI, que não repete..." E alguém havia de contar o resumo e as partes mais fixes, e recontar as melhores piadas par toda a gente se rir outra vez. E pronto. Mais uma ideia brilhante que ninguém vai aproveitar.
Factos inúteis I
Quem é que nunca adormeceu numa discoteca? E agora, quem é que nunca adormeceu numa discoteca sem estar bêbedo?
15 março 2008
Passaram-se
É o chamado "não regular bem da cabeça". Bora a Espanha fazer um piercing? É aproveitar quando forem fazer as compras do mês e meter gasolina...
(será que isto era notícia de 1 de Abril que saiu no dia errado? é que só pode...)
(será que isto era notícia de 1 de Abril que saiu no dia errado? é que só pode...)
13 março 2008
Atraso
O you tube deve andar doido. Tinha postado (tentado postar) o vídeo abaixo há 5 dias atrás. Só hoje apareceu. Mais vale tarde do que nunca (?). Assim não dá para uma pessoa se motivar a meter vídeos no blogue. Logo no segundo, isto.
12 março 2008
11 março 2008
Fui às compras
Já não posso ver cor-de-rosa à frente. Que falta de imaginação. Já o azul escuro não me desagrada de todo...
Os provedores são todos iguais
Com a minha ligação, devia ser possível ter 16Mbps de velocidade de acesso à internet (downloads). Segundo a telecom. Segundo o contrato, que só é possível terminar 24 meses depois de se ter iniciado. Segundo a assistência telefónica. Segundo a página do provedor.
Por curiosidade, hoje testei a velocidade da minha internet, até porque ontem tive imensas dificuldades de navegação durante a tarde. Às 9 da manhã tinha pouco mais de 2Mbps. Por agora, nem chega a 1Mbps (está entre os 700 e os 900Kbps). Queria mudar o contrato para um de 6Mbps - na esperança que a velocidade na realidade não mude muito. Para isso vai ser preciso convencer a telecom que os 16 mega prometidos não chegam cá. O site deles nem dá para testar a velocidade real da ligação. Com alguma sorte, amanhã por esta hora ou tenho mais de 10Mbps ou o contrato desce 10 euros por mês. Honestamente, preferia pagar menos. Não preciso de grande velocidade na net - se precisasse, já tinha notado antes do teste. 2Mbps é mais que razoável. O que chateia, é pagar 16Mbps e ter menos de 1Mbps, e ainda ter que dar voltas e mais voltas a exigir aquilo que prometem e me fazem pagar. Não há direito.
[Adenda] Já cheguei aos 15 Mega. Para isso tive que comprar um modem novo - mas também, o outro já tinha mais de cinco anos. Agora alguns sites descarregam mais rápido, outros nem por isso. De qualquer forma, o mínimo que exijo é aquilo que me prometem. Estou mais satisfeita.
Por curiosidade, hoje testei a velocidade da minha internet, até porque ontem tive imensas dificuldades de navegação durante a tarde. Às 9 da manhã tinha pouco mais de 2Mbps. Por agora, nem chega a 1Mbps (está entre os 700 e os 900Kbps). Queria mudar o contrato para um de 6Mbps - na esperança que a velocidade na realidade não mude muito. Para isso vai ser preciso convencer a telecom que os 16 mega prometidos não chegam cá. O site deles nem dá para testar a velocidade real da ligação. Com alguma sorte, amanhã por esta hora ou tenho mais de 10Mbps ou o contrato desce 10 euros por mês. Honestamente, preferia pagar menos. Não preciso de grande velocidade na net - se precisasse, já tinha notado antes do teste. 2Mbps é mais que razoável. O que chateia, é pagar 16Mbps e ter menos de 1Mbps, e ainda ter que dar voltas e mais voltas a exigir aquilo que prometem e me fazem pagar. Não há direito.
[Adenda] Já cheguei aos 15 Mega. Para isso tive que comprar um modem novo - mas também, o outro já tinha mais de cinco anos. Agora alguns sites descarregam mais rápido, outros nem por isso. De qualquer forma, o mínimo que exijo é aquilo que me prometem. Estou mais satisfeita.
09 março 2008
Bugiar
É o que me apetece dizer a algumas pessoas, que vão bugiar. A variante "vai pentear macacos para o Alentejo" também me soa bem. Infelizmente, se eu dissesse qualquer uma destas frases a quem o merece ouvir, não iriam surtir o efeito desejado. Há muito que mandar bocas a alguém numa língua que o visado não conhece perdeu a piada.
Futebol vs teatro
Estou cada vez mais convencida de que se os campos de futebol estivessem atapetados a cimento, em vez de relva, se perdiam os maiores actores do país.
07 março 2008
A minha escola
Andei na única escola no concelho (preparatória e secundária, que naquela altura ainda havia escolas primárias em todas as aldeias), perdida no meio do nada dos montes, numa altura em que ainda não havia rankings (agora que há, está lá para o meio da tabela, mas no sítio onde está não há concorrência, e os alunos vêm de todos os meios sociais que há naquela terra), para onde os professores não queriam ir, onde a maior parte dos professores vinham de longe, alugavam quartos e iam "a casa" nos fins de semana que podiam, e onde muitas vezes as aulas de várias disciplinas começavam várias semanas depois do início oficial do ano lectivo, quando os últimos professores eram colocados por mini-concurso (seja lá isso o que for). Os professores que já lá estavam há muitos anos - os da terra, que davam aulas de matemática, física, química, biologia, português, inglês - davam explicações, os que iam e vinham todos os anos, sempre gente nova, às vezes pouco mais velhos que os alunos mais velhos da escola, esses ou se entregavam à depressão (uma expressão que na altura não se ouvia, mas bem se via como eles andavam tristes e desanimados, uns porque não conseguiam fazer-se respeitar, outros talvez com saudades da família, dos amigos, e da vida num sítio onde realmente se passasse alguma coisa), outros saíam à noite frequentemente, para as poucas discotecas do sítio, e outros ainda, dedicavam-se a actividades extra-curriculares (na altura não só eram completamente facultativas como só existiam se houvesse um professor caridoso e dedicado que as organizasse, em termos de tempo, espaço, contactos com outras escolas quando era caso disso, e motivação dos alunos, e isto, claro, sem receber um tostão).
Apesar das dificuldades - pois não havia dinheiro para laboratórios bem equipados, a sala de computadores tinha um ou dois que raramente era usados (como é que se mete uma turma inteira numa sala que dá para meia dúzia de pessoas?) - todos os anos havia uma massa crítica de professores que se dedicavam a fazer com que a escola fosse mais do que o sítio onde se ia às aulas. Ou não ia, pois se no inverno nevasse era feriado garantido, já que nem os professores nem parte dos alunos conseguia chegar à escola, uma vez que as estradas ficavam logo intransitáveis, e no verão às vezes havia alunos mais interessados em ir apanhar sol e dar uns mergulhos do que em ficar fechados dentro de uma sala de aulas.
Durante o tempo em que lá andei, lembro-me de muito amor à camisola de vários professores. Desde a professora de matemática, efectiva, que lançou um jornal de matemática e nos incentivava a participar em actividades nessa área, e que num ano esteve doente e não dava aulas, mas cumpria o seu horário (estava lá sempre) na biblioteca, onde ajudava os alunos que lhe pediam (andavam sempre de roda dela). A professora de física, também efectiva, que organizava o dia da física, e nos levava a participar em actividades relacionadas com a disciplina, que mantinha a fama de ser má e estar sempre aos berros (e resultava, na aula dela ninguém se atrevia a perturbar), mas que era um amor de pessoa. Outro professor de matemática, efectivo, que dava treinos de basquet e ténis de mesa, um professor de educação física, efectivo, que treinava as equipas de futebol e estava encarregue do atletismo (encontrar atletas e levá-los a campeonatos, não sei se havia treinos). Um professor de biologia, efectivo, que também treinou a equipa de futebol feminino. Uma professora de educação física que só esteve lá um ano, treinava os rapazes em basquet de uma forma que eles nunca esquecerão: apesar de eu não lá estar (o treinador das raparigas era o professor de matemática) lembro-me bem de como eles falavam de que se se atrasassem tinham que dar mais umas corridas à volta do campo, se falhassem no treino de lançamentos, tinham que fazer 5 flexões, e mais coisas desse género, e a verdade é que eles adoravam a mulher (quanto mais me bates...). Um professor de electrotecnia que também só lá esteve um ano organizou um concurso que na altura era popular na televisão, em que utilizava material eléctrico que provavelmente pagou do seu bolso, outro professor de português que também só lá esteve um ano pôs a escola a editar um jornal conjunto (até aí quando havia jornal era sempre só de um dos anos lectivos ou até só de uma turma). As professoras de inglês organizavam viagens educativas a Inglaterra para os alunos do 11°ano, com passeios a museus, universidades e monumentos, e em que os alunos ficavam durante aqueles dias a viver com famílias inglesas, para praticar a língua o mais possível. E isto, só para falar de professores que eu conhecia bem, pois concerteza que outros havia que organizaram outras coisas com os seus alunos e que eu desconheço. E a cereja no cimo do bolo é que quando precisei de ajuda, fora das aulas, e que às vezes implicava os professores estarem disponíveis fora do seu horário de trabalho, para projectos que nem sequer tinham directamente nada a ver com a escola, sempre tive professores disponíveis a ajudar, e isto também foi verdade no caso de professores que não me davam (nem nunca deram) aulas a mim ou aos colegas que estavam integrados nesses projectos.
Nesta escola havia de tudo. Betinhos, queques, rufias, violência, facadas, ameaças de bomba, meninos bem, marrões, baldas, revoltados, metaleiros, tudo. Bons alunos, maus alunos, alunos médios. Rapazes giros (tão giros!), médios, e feios, altos, baixos, gordos (um ou dois, naquele tempo não havia gordos) médios e magros. Bons professores, maus professores, professores assim-assim. Contínuos chatos, que não nos deixavam usar o ginásio quando não tínhamos aulas, ou nos impediam de jogar a bola contra a parede do edifício da manutenção, nas traseiras da escola, ou que não nos deixavam ir buscar a bola ao telhado quando ela lá ia parar. E contínuos bons, que se preocupavam connosco, e nos davam o almoço se por algum motivo não tivéssemos conseguido almoçar nesse dia.
Enquanto os anos iam passado e eu estava nesta escola, nesta terra esquecida, achava que não tinha tido as oportunidades que os miúdos da minha idade que moravam em cidades grandes teriam. Só muito mais tarde me apercebi que tive quase todas as oportunidades que precisava, e acabei por fazer muito mais coisas do que quase todos os estudantes que conheci mais tarde, e que moravam em grandes cidades. A verdade é que apesar de tudo, ou por causa disto tudo (e muito mais), fui muito feliz na minha escola.
Apesar das dificuldades - pois não havia dinheiro para laboratórios bem equipados, a sala de computadores tinha um ou dois que raramente era usados (como é que se mete uma turma inteira numa sala que dá para meia dúzia de pessoas?) - todos os anos havia uma massa crítica de professores que se dedicavam a fazer com que a escola fosse mais do que o sítio onde se ia às aulas. Ou não ia, pois se no inverno nevasse era feriado garantido, já que nem os professores nem parte dos alunos conseguia chegar à escola, uma vez que as estradas ficavam logo intransitáveis, e no verão às vezes havia alunos mais interessados em ir apanhar sol e dar uns mergulhos do que em ficar fechados dentro de uma sala de aulas.
Durante o tempo em que lá andei, lembro-me de muito amor à camisola de vários professores. Desde a professora de matemática, efectiva, que lançou um jornal de matemática e nos incentivava a participar em actividades nessa área, e que num ano esteve doente e não dava aulas, mas cumpria o seu horário (estava lá sempre) na biblioteca, onde ajudava os alunos que lhe pediam (andavam sempre de roda dela). A professora de física, também efectiva, que organizava o dia da física, e nos levava a participar em actividades relacionadas com a disciplina, que mantinha a fama de ser má e estar sempre aos berros (e resultava, na aula dela ninguém se atrevia a perturbar), mas que era um amor de pessoa. Outro professor de matemática, efectivo, que dava treinos de basquet e ténis de mesa, um professor de educação física, efectivo, que treinava as equipas de futebol e estava encarregue do atletismo (encontrar atletas e levá-los a campeonatos, não sei se havia treinos). Um professor de biologia, efectivo, que também treinou a equipa de futebol feminino. Uma professora de educação física que só esteve lá um ano, treinava os rapazes em basquet de uma forma que eles nunca esquecerão: apesar de eu não lá estar (o treinador das raparigas era o professor de matemática) lembro-me bem de como eles falavam de que se se atrasassem tinham que dar mais umas corridas à volta do campo, se falhassem no treino de lançamentos, tinham que fazer 5 flexões, e mais coisas desse género, e a verdade é que eles adoravam a mulher (quanto mais me bates...). Um professor de electrotecnia que também só lá esteve um ano organizou um concurso que na altura era popular na televisão, em que utilizava material eléctrico que provavelmente pagou do seu bolso, outro professor de português que também só lá esteve um ano pôs a escola a editar um jornal conjunto (até aí quando havia jornal era sempre só de um dos anos lectivos ou até só de uma turma). As professoras de inglês organizavam viagens educativas a Inglaterra para os alunos do 11°ano, com passeios a museus, universidades e monumentos, e em que os alunos ficavam durante aqueles dias a viver com famílias inglesas, para praticar a língua o mais possível. E isto, só para falar de professores que eu conhecia bem, pois concerteza que outros havia que organizaram outras coisas com os seus alunos e que eu desconheço. E a cereja no cimo do bolo é que quando precisei de ajuda, fora das aulas, e que às vezes implicava os professores estarem disponíveis fora do seu horário de trabalho, para projectos que nem sequer tinham directamente nada a ver com a escola, sempre tive professores disponíveis a ajudar, e isto também foi verdade no caso de professores que não me davam (nem nunca deram) aulas a mim ou aos colegas que estavam integrados nesses projectos.
Nesta escola havia de tudo. Betinhos, queques, rufias, violência, facadas, ameaças de bomba, meninos bem, marrões, baldas, revoltados, metaleiros, tudo. Bons alunos, maus alunos, alunos médios. Rapazes giros (tão giros!), médios, e feios, altos, baixos, gordos (um ou dois, naquele tempo não havia gordos) médios e magros. Bons professores, maus professores, professores assim-assim. Contínuos chatos, que não nos deixavam usar o ginásio quando não tínhamos aulas, ou nos impediam de jogar a bola contra a parede do edifício da manutenção, nas traseiras da escola, ou que não nos deixavam ir buscar a bola ao telhado quando ela lá ia parar. E contínuos bons, que se preocupavam connosco, e nos davam o almoço se por algum motivo não tivéssemos conseguido almoçar nesse dia.
Enquanto os anos iam passado e eu estava nesta escola, nesta terra esquecida, achava que não tinha tido as oportunidades que os miúdos da minha idade que moravam em cidades grandes teriam. Só muito mais tarde me apercebi que tive quase todas as oportunidades que precisava, e acabei por fazer muito mais coisas do que quase todos os estudantes que conheci mais tarde, e que moravam em grandes cidades. A verdade é que apesar de tudo, ou por causa disto tudo (e muito mais), fui muito feliz na minha escola.
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