28 julho 2011

Investimentos

Devo ter um chip errado. Escreve-se por aí que a roupa é um investimento. Eu até gostava de ver alguém dizer isto sem se rir. Que comprou as calças XPTO como um investimento, porque aquilo, está-se mesmo a ver, com as lavagens e o uso só vai valorizar. Um investimento com retorno garantido. Mas se calhar estou a interpretar mal o termo investimento. Se calhar o investimento é na economia: do género alguém paga um salário a alguém, que usa esse salário para comprar coisas cujo valor irá rapidamente baixar após a compra, mas quem recebe o dinheiro ao menos pode pagar aos funcionários, e à fábrica, e a renda, e sabe-se lá mais o quê. Sim, um investimento na economia em geral. Deve ser isso.

E eu que achava que um investimento era algo em que depositávamos a confiança de que mais tarde recebêssemos mais (de preferência) do que o que tínhamos investido. Suponho que este seja o efeito imediato do rating da Moodys, já que tudo é lixo e não há confiança nos investimentos mais tradicionais, o melhor é mas é gastar o dinheirinho porque assim ao menos ficamos na mão com algo que se veja. Nem que sejam umas calças que desbotam na primeira lavagem.

Silly season

Comprei um vestido giríssimo no fim de saldos (uma pechincha, mesmo) e tive que tirar o verniz das unhas menos de 24 horas depois de mo terem colocado porque comecei a roer as unhas. Ou então era o verniz que não valia nada. Se estivesse calor, isto seria mais silly ainda... Tenho saudades do verão!!!

Dorian

Estas férias devo ter lido o número mínimo de livro de sempre. Acabei o "The Road", porque era emprestado e já o tinha à meses na casa de banho. Sou demasiado rápida na casa de banho e aquilo não chegava ao fim lendo duas páginas de cada vez. Verdade seja dita, também não estava a achar grande coisa até que cheguei a cerca de um terço do livro, que é quando finalmente começa a acontecer alguma coisa. Não foi mau, acaba relativamente mal (não gostei, mas também acho que não havia alternativa melhor), e não recomendo vivamente - só moderadamente, mais, se tiverem alguém que empreste :P.
E depois li "The picture of Dorian Gray", em inglês porque foi assim que o encontrei na FNAC a um preço pequenino. Fabuloso do princípio ao fim, tirando umas 3 páginas que me pareceram estar ali a encher chouriços (pode-se dizer isto do Oscar Wilde? imagino que sim, é a minha sincera opinião...) e que acabei por ler na diagonal. Mas sim, fabulosa, a história, a maneira como é contada, a obcessão pela beleza e o tormento interior do rapaz. Em certas ocasiões, à medida que a história se desenrola vê-se mesmo o que vai acontecer a seguir, como naqueles filmes em que já sabemos que o mau vem aí e a rapariga devia era já estar a fugir porta fora, mas ainda assim, excelente. Fabuloso. Ainda não consegui pegar noutro livro porque aquele ainda me ocupa os pensamentos. E ainda para mais, sei de um retrato que podia ser a versão final do de Dorian Gray. Spooky...

05 julho 2011

Em campo

No campo nunca dói nada. Um murro no pescoço, um remate com força nas canelas, caneladas, quedas, boladas no nariz. Não foi nada, nunca é nada. Mais tarde, quando ninguém vir, é que se sente a dor, o inchaço, as nódoas negras. Ainda assim, volto sempre para mais.