28 maio 2009

O meu livro de cozinha

(Isto podia dar início a outro blogue.)
De há uns anos para cá que, de vez em quando, encontro umas receitas na net. Umas vezes porque preciso desesperadamente de uma receita de bolo de abóbora e nozes (um bocadinho pesado, mas bom, um bolo de outono) ou uns rissóis de carne especiais (que na verdade ficam com ar de empadas, mas são muito bons), ou ainda porque estou com desejos de comer bolachinhas (estas são deliciosas e não dão demasiado trabalho, como todas as outras que encontrei e experimentei).
Outras vezes encontro-as por acaso, como estes barquinhos de amêndoa (no meu caso saem queques de amêndoa por não ter formas pequenas rectangulares) ou estas queijadas de iogurte (fiz a primeira dose com iogurte natural, e gostei tanto que logo a seguir fiz outra com iogurte de côco, levei tudo o que sobrou para o trabalho e desapareceram num instante entre mmms de satisfação), ou ainda este pato com laranja e gengibre que tive que experimentar e estava delicioso.
E isto são apenas alguns exemplos. Claro que também tenho diversos livros de receitas, mas como cheguei à conclusão de que, por melhor que seja o livro, nunca faço mais do que meia dúzia de receitas de cada um (nem tanto, na maioria dos casos), o meu livro de cozinha favorito é mesmo este que se encontra à vossa frente. Teclado, écran, ligação à net sem fios, computador a arriscar-se a ficar com dedadas gordurosas enquanto experimento mais qualquer coisa. E a surpresa é que quase todas as receitas que encontro nestas navegações quase ao acaso são muito boas. Mais pitada de sal ou pimenta, menos pitada de açúcar, encontro coisas fabulosas que consigo facilmente "melhorar" para melhor se adaptarem ao meu gosto. Não sou, de todo, cozinheira. Mas quando me dá vontade de comer alguma coisa, faço-o com todo o prazer. E estas experiências dão-lhe um toque especial que torna as comidas ainda mais saborosas.

27 maio 2009

Citações na parede

"Think back. Really far. Ten years ago." (Seth Godin)

(Se calhar já postei isto, mas não tem importância. É por isso que está na parede, para ir relembrando.)

26 maio 2009

História de uma flor

Ou "a flor mais grande do mundo". (Mais grande não, maior, diria a minha mãe. E agora eu. Mais grande não, maior.) História de José Saramago, em plasticina, com a voz do próprio, que me fez recordar o quanto gosto de histórias para miúdos, que são as melhores. O vídeo tem cerca de 10 minutos.

via O Caderno de Saramago

As séries da minha vida

Desafiada pelo sniper, aqui fica a minha resposta

Eu tenho séries da minha vida? Deixa cá ver...

Os Simpsons - gostava de ver quando era miúda, depois arranjei um mais que tudo que também gosta, e um filho-mai-lindo que se viciou. O que quer dizer que já transpiro Simpsons mesmo sem querer. (Ah-ah, diria o meu miúdo, na sua imitação do Nelson, e que entretanto começa a também ser imitado pela bebé lá de casa. Sim, os Simpsons são assim importantes)

Lost - Odeio estes gajos. Episódio atrás de episódio deixam uma pessoa agarrada ao televisor, à espera do que virá a seguir. É daquelas séries que preferia ter visto apenas no fim, tudo de enfiada, uma semana inteirinha colada ao sofá, de olhos fixos na caixa mágica.

Sex and the City - para meninas crescidas. Tive a sorte de só lhe achar alguma graça quando já tinha sido tudo transmitido 10 vezes. Depois de ver o mesmo episódio duas vezes, e esperar religiosmente pelos seguintes no canal dois ao sábado à noite, fartei-me e comprei a colecção numa caixinha de sapatos. E depois vi os episódios todos em tempo record.

'allo 'allo - "listen very carefully, i shall say this only once", "a voman of the opposite sex" "you stupid woman" são frases que não se esquecem. E o quadro "the fallen madonna with the big boobies" também não.

league of gentleman - primeiro estranha-se, depois estranha-se ainda mais, e finalmente, entranha-se. "this is a local shop for local people, we don't want strangers here". Um humor... peculiar

Fawlty Towers - já nem sei porque é que gostava tanto disto. Provavelmente por causa do Basil, o estalajadeiro rude. Tenho que rever.

E claro, as séries da minha infância:

Dartacão e os três moscãoteiros
As fábulas da floresta verde
os filmes de cowboys e índios (não é bem uma série, mas não importa)
o KITT
Alf - extra terrestre minorca com sete estômagos mais engraçado dos anos 80
Vickie, a menina robot
A menina da família (disto só me lembro dos totós da miúda, que eu também tinha que ter. Com 8 anos podem-se fazer totós à vontade.)
Rui, o pequeno Cid; Bel e Sebastião; Freddy

E ainda...
Sherlock Holmes
Miss Marple
Crime disse ela
E tudo o que fosse série de advogados e crimes.

E já que quebrei a primeira regra (era suposto responder com 15 séries) vou quebrar a última: quem quiser continuar a corrente esteja à vontade, quem não quiser que vá ver o House (ora aí está outra boa série). Ou outra coisa qualquer.

19 maio 2009

O lixo de um homem é o tesouro de outro

No caso, o lixo da creche pode ser o tesouro da minha coisinha mais fofa.
Há uns tempos compraram uma cadeira de baloiço para crianças pequenas. Coisa barata, dizem as educadoras, e eu acredito, até porque nunca tinha visto uma coisa daquelas. A minha miúda adorou a cadeira. Volta e meia sentava-se nela e "dava umas voltas", que é como quem diz umas baloiçadelas. E zangava-se se a obrigavam a sair de lá. Até que um dia... a cadeira rebentou. Uma das peças (pelo menos) estava a desfazer-se por dentro, a esfarelar. As educadoras mencionaram o facto ao meu mais que tudo, que, com pena de a nossa mafarrica perder o seu brinquedo favorito daquela parte do dia se voluntariou para a arranjar. Sim, que ele tem muito jeito para carpintaria, e não só, e além disso é bom rapaz e gosta fazer as pessoas felizes. Lá trouxe a cadeirinha, viu que a peça que se estava a desfazer precisava de ser reforçada, comprou uma outra peça para o reforço - uma espécie de cilindro estreito e comprido, do qual cortou uma pequena parte - furou a parte estragada, meteu lá a peça nova, aparafusou a cadeira em tudo quanto era junta, só para ter a certeza que não dava de si outra vez e algum dos miúdos se magoava, e devolveu à proveniência.
Passaram algumas semanas, se tanto, e a cadeira teve um acidente. Caiu de uma mesa. E os miúdos não tiveram nada a ver com isso. Um adulto pôs a cadeira em cima da mesa para poder limpar o chão, deu uma cotovelada na cadeira, que caiu, e partiu uma perna. A cadeira, não o adulto, nem a mesa. A educadora, frustrada com a cadeira que já pela segunda vez não mostrava ter a resistência necessária para sobreviver numa creche, achou por bem deitá-la fora. Quando soubemos da história entrámos em pânico. Bem, nem tanto. Mas tentamos logo saber se a cadeira já tinha ido desta para melhor ou se por acaso ainda havia hipótese de salvação. Felizmente ainda fomos a tempo. Mais uma reparação (mas desta não sei os pormenores, não prestei atenção) e a cadeira está como nova. E nós temos uma menina feliz, que não só se baloiça como arrasta a cadeira à frente dela pela casa toda. Whatever makes her happy. Nós também estamos contentes. E a cadeira, aposto que, se pudesse, agradecia ter-lhe saído a sorte grande.


(Quanto à foto: já experimentaram o FotoFlexer? É genial, não me canso de o dizer.)

16 maio 2009

Estão a gozar...

Será que eu sou a única antiquada que compra CDs? Cenário: amazon.uk. A dar a volta às promoções, que já sei que os novos são estupidamente caros e mais tarde ou mais cedo o preço baixa. E depois, reparo nos preços dos downloads em MP3 (possivelmente com DRM que é para tornar a coisa quase inútil). Mas como é possível que o preço do download seja o mesmo do CD físico?! Ou, em certos casos, mais caro? E correndo o risco que um dia um vírus se instale no PC e mande tudo à vida?
A sério, enquanto não houver assinaturas ilimitadas, recuso-me a pagar por downloads de música. Mil vezes encher os gavetões dos móveis do IKEA com CDs. E as estantes. E as mesinhas de cabeceira.

15 maio 2009

Tanta imaginação...

"My Family" era uma das minhas séries preferidas da BBC. Vi-a não sei quantas vezes, algumas repetidas, e não me cansava. No Canal 2, e na BBC. Ou na SIC Comédia/Gold, já não tenho bem a certeza. E agora, alguns anos depois, a RTP gasta dinheiro para a copiar indecentemente. É que até os diálogos me parecem exactamente os mesmos. Algumas expressões traduzidas à letra soam estranhas. Será que os risos enlatados também são os mesmos?
Podiam ter feito uma coisa nova. Deviam ter feito uma coisa nova. Mesmo que fosse má, seria melhor que esta cópia coladíssima ao original. Ainda para mais, não devo ser a única a estar mais que farta que os programas sejam repetidos milhentas vezes. O que é que virá a seguir? Uma Liga de Cavalheiros?

14 maio 2009

Dois satélites, o mundo inteiro a olhar

Há mãos portuguesa a mandar satélites para o espaço. A minha irmã contribui com duas dessas mãos (e um cérebro genial). Sim, eu sei que para uma coisa destas se fazer é precisa muita gente, e qualquer pessoa envolvida é uma pecinha infinitesimal no processo. Mas mesmo assim, estou aqui a rebentar de orgulho. O Herschel e o Planck são lançados às 15h12 (14h12GMT), do outro lado do mundo. E com imensa gente a trabalhar neste lançamento espalhada pelo planeta. Mana, és a maior.

Votar ou não votar

Estou aqui num impasse. Votar ou não votar. Votar nos partidos portugueses ou votar nos partidos alemães. Votar nuns gajos em quem não acredito, ou votar noutros que não conheço, a não ser dos cartazes (alguns bem convincentes). Tenho poucas horas para decidir.
As senhoras dos consulados não ajudaram muito. Esclareceram umas coisas, mas baralharam outras. A do consulado de Estugarda nem me soube dizer se poderia votar em Munique ou se teria que me deslocar a Estugarda para exercer o meu direito de voto. Dream on. Fazer 400km para votar? Só podem estar no gozo.
Ainda tenho umas horas para me decidir a votar nos partidos alemães, convenientemente à porta de casa, isto se eles me deixarem (custa-me a acreditar que basta preencher o formulário, ainda para mais quando me perguntam quando é que dei baixa no meu local de voto, coisa que nem sei se se pode fazer). Ou então a não votar, porque para isso é preciso inscrever-me no consulado, e isso só em Estugarda (boa piada) ou em Munique uma vez por mês, não sei em que dia, e depois há os prazos e as esperas, e mais sabe-se lá o quê.
Eu até gostei de votar, enquanto vivia em Portugal. Hoje em dia parece-me um exercício demasiado trabalhoso, a não ser para as eleições locais e os referendos (engraçadíssimos). Mas depois pergunto-me, para quê? Quando me lembro que nas duas últimas eleições nacionais, os candidatos a primeiro-ministro prometeram ambos não aumentar os impostos e imediatamente a seguir a serem eleitos os aumentaram, começo a sonhar com um candidato que prometa aumentar os impostos, aumentar o desemprego e diminuir o salário mínimo nacional, na esperança que ele faça o contrário. Em relação aos políticos alemães, não sigo muito o que se passa, mas tenho alguns vislumbres de que não devem ser muito melhores... Pois há uns tempos tivemos um referendo engraçado perto do sítio onde eu moro (mas longe demais para eu me poder pronunciar). Perguntava-se qual o nome que se devia dar a uma certa praça/zona da cidade aos residentes dessa área (suponho que fosse escolha múltipla, ou pergunta "isto ou aquilo"). O certo é que os eleitores escolheram um nome, mas os políticos, depois do referendo, rejeitaram-no, dizendo que não se adequava. Se não queriam saber, para que é que perguntaram?
E por coisas assim parecidas, pela primeira vez, questiono-me se realmente valerá a pena o esforço que implica votar. (Para mim, nas minhas circunstâncias. De maneira nenhuma porei em causa a utilidade do voto do povo, que não gosto de ditaduras nem de monarquias.)

PS- O meu colega do lado é sueco e não tem estes dilemas. Pode votar à distância, por voto electrónico. Que inveja.

13 maio 2009

A coisa mais difícil de ter um bebé em casa é continuar a ter momentos a dois. Sair juntos, ir para a borga, ir a uma simples festa. Isto porque a família mora longe, e porque não confiamos a bebé a qualquer um ;). Pois, ela até passa o dia na creche e tal, mas não é a mesma coisa que deixá-la de noite, a dormir, com alguém que ela não conhece bem a tomar conta. 15 meses depois, já tivemos uma ou outra noite (poucas, tão poucas) em que deixamos a miúda ao cuidado dos avós, uma ou outra tarde em que fomos passear e ela ficou com a família. Mas estes momentos são raros, e como tal, preciosos. Apesar de eu nem ser fã de cinema nem de grandes saídas, confesso que tenho saudades de "ir à rua" mais vezes, de ter paz e sossego durante largas horas, não ter que fazer nada por um tempo considerável. E porque estas coisas da falta de nós próprios têm um preço muito alto, procuro as pequenas oportunidades de escapar com o meu mais que tudo para durante umas horas nos lembrarmos como é que é quando estamos só os dois. É que esta vida é muito comprida, e daqui a uns anos, quando os putos forem à deles, convinha que ainda quiséssemos viver um com o outro.

09 maio 2009

Sabemos que chegou a primavera...

...quando vemos um homem velhote bávaro a andar de bicicleta. A equilibrar uma barriga proeminente. Em tronco nu. De calções de nylon curtos. E nem me deu tempo de sacar da máquina fotográfica.

Sabes que tens CDs a mais...

Dou por mim à procura de músicas no Youtube, e depois a confirmar que as tenho no disco rígido, porque comprei o CD e depois guardei a cópia digital para ouvir no carro. Os CDs do carro vão-se estragando, eu nunca os substituo, e um dia quero a ouvir a tal música e nem me lembro de procurar na minha colecção.

(Andava à procura disto. E depois lembrei-me que tenho que por no carro os def leppard, que são dos meus preferidos para conduzir. Eles e os greenday.)

Limpeza de Primavera

Aí está uma coisa que eu gostava de conseguir fazer. Dar a volta à casa toda, de uma ponta à outra, deitar fora o que já não serve ou está estragado, reciclar, e, porque não, limpar tudinho. O problema é que eu sou uma mulher de pormenores. Encontro uma coisa qualquer que já não via há anos e ponho-me a pensar. Será que nunca vou sentir a falta disto? Um dia destes se calhar dá-me jeito, como na ocasião X há anos e anos atrás - que, apesar de ter sido a única situação em que utilizei o tal objecto, ficou para sempre gravado na minha memória, e, como tal, torna-me agora impossível de me apartar de tal bem, que em certa altura foi essencial.
Não sendo capaz de atacar o todo, vou por partes, muito espaçadas no tempo, que há que definir prioridades e a arrumação não é uma delas. Decidi atacar as gavetas da roupa interior. O critério? Imagino que um dia, por algum motivo, tenho que ser internada de urgência no hospital. Nada de grave, mas os médicos querem que fique uma noite para observação. O meu mais que tudo tem que me fazer uma mala com os essenciais. Tudo o que eu não gostaria que ele trouxesse vai fora.

05 maio 2009

Missão impossível

Aperfeiçoar o pudim da minha mãe. Para começar, nem forma tenho...

Não é justo

Uma data de vestidos lindos (na city22, para quem mora cá) e nem uma hipótese de os usar, a não ser no provador. Deixei todos na loja, para grande pena minha. Pode-se ir trabalhar como quem tem um casamento a seguir?

04 maio 2009

Coisas boas

Hoje deu-me para a culinária doçaria. No blogue de uma amiga falava-se de tiramisu de morango, e eu fiquei com água na boca. Encontrei este, fi-lo, e já comi um bocado, mesmo sem esperar as três horas de frigorífico que a receita pede. A lambarice e a impaciência são muito amigas.

(Sim, está muito bom e recomenda-se. Provavelmente irá parar à mesa na próxima festa para a qual eu tiver que fazer alguma coisa.)

(Já agora, uns pistácios partidos devem ficar lá muito bem...)

Coisas que gostava de gostar...

... Espargos. Todos os anos chegam para me torturar. Verdes ou brancos, com ar fresquinho e saudável, a gritarem alto e bom som "come-me". Quase todos os anos lhes dou uma hipótese, e sempre me arrependo. Por outro lado, os espargos anunciam a vinda da época dos morangos. E isso, para mim, já vale a pena.