10 fevereiro 2011

Deixem-me dormir

Hoje perguntaram-me se tinha tido problemas a nascer. Até pedi para repetir a pergunta de tão incrédula que fiquei. Já me perguntaram muitas coisas estranhas, mas esta é das mais estranhas. Sei lá. Já foi há tanto tempo, e eu era pequena. Provavelmente estava mais preocupada com pensamentos do tipo "o que é aquela luz" e "porque é que está tanta gente a olhar para mim", e "onde é que está aquela voz que costuma fazer-me companhia" e "bem sei que é primavera mas tenho frio. e fome.". Problemas a nascer. Não mais que toda a gente, os mesmos de toda a gente.

Tão diferentes, tão iguais

A desigual abriu uma loja ali no centro comercial (só há 3, e não são grande coisa, e fecham às 8 da noite e estão fechados aos domingos e feriados). Vendem roupa tão diferente que é toda igual. Aqueles casacos têm todos os mesmos cortes, tecidos de padrões diferentes, e facilmente identificáveis. Tanto trabalho para se distinguirem e afinal são tão monótonos. (Era capaz de apostar que não há uma pessoa a vestir roupa deles que não salte à vista um "olha, comprou aquilo na desigual". É como comprar mobília no IKEA.)