30 abril 2010

vrrrrrummmm

Já andava a adiar tirar a carta de mota há demasiados anos. Mais do que os que tinha quando pedi aos meus pais que me comprassem uma e eles disseram "mas estás maluca! nem penses!". Parece-me que ponderei tempo suficiente. Anunciei à família o que ia fazer, e mais uma vez perguntaram-me se estou maluca. Bem, não mais que há uma data de anos atrás.
E lá fui. As aulas de código foram fantásticas, a começar pelo dia em que o instrutor me perguntou como é que era a regra da prioridade nas rotundas quando eu tirei a carta, há um milhão de anos atrás, e logo um rapazote se sai com um "é pá, eu tinha acabado de nascer nessa altura". O que, sendo verdade, chateia. Pronto, sou oficialmente um dinossauro. Mas eu ao menos já tenho a carta, e as motas que aquele atrevidote quer poder conduzir eu já posso, sem ter que passar nenhum exame. Toma lá.
O exame teórico foi um bocado chato. Assim tipo de eu ficar na dúvida em 4 perguntas (em 10, e só se pode errar uma), sair de lá uma pilha de nervos e a perguntar-me o que é que aconteceu à minha sorte, como é que pode ser, mas eu safo-me sempre!, não estou preparada para não passar, e no fim do filme, descobrir que tinha acertado tudo. (Como é que eu pude duvidar da minha sorte fenomenal, mil perdões.)
As aulas práticas, o andar de mota propriamente dito, é fenomenal. Depois de ultrapassadas as primeiras dificuldades - não é que as manetes não são as duas travões?! e aquela cena de trocar as mudanças com o pé e ter o neutro entre a primeira e a segunda não está com nada! - andar de mota é absolutamente fantástico. E nem é preciso ir muito depressa para se ter uma sensação de liberdade (sim! liberdade), desfrutar da paisagem (sem deixar de olhar para a estrada, que eu tenho medo de escorregar em areia ou outra coisa qualquer e não tenciono cair e aleijar-me) e simplesmente sentir o vento no corpo (não é na cara, que o capacete vai fechado, até para evitar que entrem mosquitos :D).
Difícil, difícil, é fazer os oitos. O exame tem uma parte em que tenho que descrever oitos na estrada, verificar se vem alguém e não por o pé no chão... A dificuldade está em -ironia das ironias -ter que se fazer isto muito devagar, porque o espaço para o fazer é curto. Com uma mota pequena (125cc, 100kg) não tenho problemas, com uma mota a sério - a que vou usar no exame - a coisa já pia mais fino.É que eu não sou assim muito grande, e a mota pesa 200Kg. Se virar o guiador um bocadinho demais o centro de gravidade desloca-se para um sítio onde já não tenho forma de o contrariar - e a mota cai-me em cima. Pois. E caiu, já, duas vezes. Uma das quais foi direitinha em cima do meu pé, que ficou preso debaixo do depósito de combustível, e sem que me fosse possível sair daquela situação sem ajuda. Felizmente estava equipada - fato, capacete, botas, luvas - e em vez de partir o pé, não senti nada. :D Fiquei intacta, só o meu orgulho é que ficou um bocadinho ferido, mas já passou. Eu hei-de conseguir lembrar-me de não virar tanto a mota. E nessa altura vai ser só passeios. :D

21 abril 2010

Puxa

Já ando a escrever blogues há 6 anos. Dei agora por ela. Desde 19 de Abril de 2004. Embora ultimamente escreva cada vez menos - acho que a escrita me sai de forma inversamente proporcional às complicações da minha vida - continuo a achar isto dos blogues fantástico. E em retrospectiva, acho imensa graça a poder rever como me senti em alguma altura. Não é que escreva como se isto fosse um diário, que não o é. Mas tenho coisas nos arquivos que ainda hoje me fazem rir. E outras, crípticas, que já não consigo decifrar. Tenho a impressão que um dia destes volto ao ritmo antigo. E daí talvez não, que quando a minha vida voltar a acelerar posso não ter tempo para parar e escrever sobre o que me passa pela cabeça.

16 abril 2010

Perspectivas

Não perdi o voo de ligação, apesar da porta já ter fechado e o avião estar prestes a sair. Infelizmente não se pode dizer o mesmo da bagagem. Eu cheguei, as malas não.

Por causa da confusão na porta, o funcionário ficou com os meus bilhetes, que substituiu por outros. A chatice é que os bilhetes tinham lá coladas as etiquetas da bagagem. Nunca as tinha perdido antes. Tinha logo que acontecer quando as malas não apanharam o mesmo avião que eu...

Apesar de tudo, a funcionária em Munique conseguiu localizar as malas perdidas (todas as 6!) sem que houvesse dúvidas que aquelas eram mesmo as minhas. Atribuíram-me um número para poder ver na internet por onde andavam, e prometeram entregá-las em breve. E cumpriram, menos de 24 horas depois tinha um rapaz simpático à minha porta com as minhas coisas todas. Fantástico.

Eu acho que tive uma sorte desgraçada. Além de tudo, apenas perdi cerca de 30 minutos no aeroporto a reclamar, e despachei-me antes do voo de ligação seguinte chegar (portanto, saldo positivo). E não tive que carregar as malas até casa eheheh. :)

11 abril 2010

Sabes que estás em Portugal...

...quando, no dia a seguir ao jogo (um qualquer, não interessa qual é sempre a mesma coisa desde que se fale de futebol), o único assunto que se discute é o jogo. Há quanto tempo não ouvia disto.
Ou então eu é que tenho amigos estrangeiros muito esquisitos que não ligam a bolas redondas e gajos em calções.