19 janeiro 2011

o youtube e a música

De há uns tempos para cá, a minha frustração com o youtube tem vindo a aumentar exponencialmente. E eu nem sou grande utilizadora do youtube, no sentido de pesquisar por lá algum vídeo em particular. O que se passa é que recebo alguns links de outras pessoas, por mail ou facebook (mais no facebook, até), e depois, vai-se a ver e não dá para ver o conteúdo. Suponho que dependa de país para país, e que isto se passe principalmente, se não exclusivamente, com os vídeos de música. E não só é extremamente frustrante, como, parece-me, uma perda para todos. Por exemplo, há uns tempos comprei um CD duplo dos beautiful south. Gosto muito de uma música que lá está, chamada prettiest eyes. Ora, o que eu faço (fazia!) às vezes quando me apetece ouvir uma música e tenho internet à mão, mas não o CD, e não me apetece andar a procurar a versão digital, vou ao youtube e ouço a música. E à conta disso, há uns tempos vi o vídeo, suponho que o original dessa música, no youtube. Bem, na altura dava para ver o vídeo. Adorei, já nem tanto pela música, mas porque foi feito em Lisboa, maioritariamente numa barbearia das antigas. Agora não há vídeo para ninguém. A música, encontra-se de muitas formas. Os vídeos, nem tanto. Os vídeos, não estão, normalmente, à venda. Eu, por ter comprado o CD, não tenho nenhum direito a nenhum conteúdo extra na internet. Sinceramente, por estas e por outras, parece-me que isto não augura nada de bom para as grandes editoras. Eu não sou a única que não ouve rádio nem vê a MTV. Se não posso ouvir música nova (que para mim é nova, independentemente do quão recente é) da única maneira que ainda tinha acesso a ela, então vou comprar menos música. E eu nem gosto de comprar conteúdos em bits e bytes, prefiro dar dinheiro (mais ou às vezes até menos, ironicamente) por algo que posso tocar, sentir com os meus dedos, colocar nas estantes a acumular pó, ver o efeito, usar como decoração, partir a caixa.

Voltando atrás. Há maneiras de copiar vídeos no youtube, enquanto eles se encontram disponíveis. Isso não me interessa, não faço colecção de conteúdos digitais. Aprecio a disponibilidade da internet, o armazenamento central da informação disponível, teoricamente, para todos. Por muitas vezes que pudesse ver os 3 minutos de "prettiest eyes" no youtube, a verdade é que se tivesse copiado o vídeo para o meu computador nunca mais tinha olhado para ele. É que nem sequer tenho paciência para vídeos engraçados que durem tanto tempo. É uma pena que as editoras de música tenham uma abordagem tão agressiva ao copyright - como os miúdos pequenos agarrados a um brinquedo que nem querem, gritando "é meu" só para que os outros não brinquem com ele. E, sinceramente, parece-me um tiro no pé. Eu não vou comprar o vídeo só porque ele (já) não se encontra disponível - nem saberia como o fazer. E se nunca tivesse estado disponível, nem saberia da sua existência, nem estaria aqui a escrever este post. Sinto-me como se um dos meus quadros favoritos tivesse sido roubado de um museu.

10 janeiro 2011

Dos elogios

Começa o ano, e com ele as saudações de feliz ano novo a toda e qualquer pessoa conhecida logo que nos vejamos. Pois, bom ano e tal. Mesmo que hoje até só me apeteça dizer bom dia.
E depois o entusiasmo de ver algumas pessoas. E o choque. Quando disse a dois amigos que gostava das camisolas deles (porque são coloridas, mas sem ser folcóricas, e me pareceram novas) os outros três que estavam com eles ficaram chateados. Então o que é que a minha camisola tem de errado? perguntou um deles. E o outro, que estava de camisa, o que é que as camisolas têm de tão especial? Que homens tão sensíveis. A partir de agora, a ver se me lembro de só os elogiar em privado.

04 janeiro 2011

2010 em livros

Além dos livros emprestados, que por não me terem ficado na memória, não devo ter achado grande coisa, 2010 foi assim:
A viagem do elefante leu-se bem até ao fim, mas sem grande entusiasmo. Suponho que dado o protagonista não deveria ter esperado muito mais. De qualquer forma aprendi que os elefantes barrem, do verbo barrir, pelo que nem que seja só por isso já valeu a pena a leitura. O Diário de Carrie não parecia muito promissor ao início, mas no fundo até tem a sua graça, embora esteja cheio de estereótipos que não me dizem nada (mas melhora, à medida que se vai lendo). Depois comecei o amante de Lady Chaterley, e, para livro pseudo-erótico, achei-o muito filosófico, pelo que está em standby (é que nem cheguei às cenas tórridas, acho eu, só passei por uma muito... deixa cá ver... comedida), e entretanto comecei e já quase terminei o livro do Markl, a Caderneta de Cromos, que, já agora, tem meia dúzia de erros de palmatória (como aquela em que se refere à letra da Anita do Marco Paulo como sendo do José Cid - sim,o José Cid também tem uma "Anita", mas é outra) (e já agora, eu fiz a colecção de cromos do Dartacão e estou capaz de apostar que já vinham com cola...).
Em Novembro li a Mini-shopaholic, que suscitou a curiosidade das recepcionistas da clínica onde tive que ir (também queriam ler, eheheh). Bem, a verdade é que eu estava tão absorta na leitura que nem as ouvi chamar-me. :) Quanto ao livro, é mais do mesmo, Becky Bloomwood a fazer o que faz sempre, por a leitora a arrancar cabelos com tanta parvoíce e buracos que vai escavando cada vez mais fundo até que no fim um grande golpe de sorte a salva.
E no verão, que me lembre, foi o Julie & Julia. Não vi o filme, gostei do livro, embora dele leve a lição de não comprar livros de bolso, pela letrinha pequenina e, pior que isso, se estiverem impressos de forma que se torna difícil ler as palavras junto ao meio do livro.
Também comecei o "Chasing Harry Winston" (esqueci-me do título em português, li em inglês), mas achei-o muito tonto, muito parvo, muito fútil, muito irritante, e abandonei-o sem contemplações antes de sequer chegar a meio.
E comecei o "The Road" que é a minha leitura de casa de banho... como eu na realidade não leio na casa de banho e o livro não me entusiasmou o suficiente para o levar para a cama ou para o sofá, suponho que nunca lhe chegarei ao fim.
E antes disso ainda enfardei com os três livros da Lisbeth Salander todos seguidinhos que aquilo são calhamaços do mais viciante que há, só tenho pena que não haja mais. E foram os livros que mais gostei em 2010.