30 maio 2013

E agora, um pouco de história

Milhentos anos depois de terminar o curso, a dúvida:

Aquele professor que deixava o pessoal levar o que quisesse para o exame de cruzinhas (álgebra 1, os exercícios practicamente não tinham números, era tudo letras, o que para uma cadeira de matemática, é obra), será que ainda faz exames de consulta? Na altura, até o portátil podíamos levar, se tivéssemos um (só um cromo é que levou, na antiguidade os portáteis eram coisas muito caras e muito pouca gente tinha). Além do mais, nem que levássemos um, não saberíamos o que fazer com ele, pelo menos a maioria de nós. Naqueles tempos, os idos de  mil novecentos e troca o passo, ainda nem telemóveis havia (pelo menos dos que coubessem no bolso), e a coca-cola distribuiu pagers pela miudagem - eram uma coisa praticamente inútil mas todos tínhamos um, para o style. Mas o que não havia na altura, e agora há, é a possibilidade de terminar o exame e mandar um SMS com o resultado ao amigo na mesma sala, sem ninguém dar por nada.
Será que o professor ainda faz testes de consulta? E, se sim, que consulta será permitida?

Isto pode parecer algo desprovido de qualquer importância, à primeira vista. No entanto, para aquelas noites em que tenho sonhos-pesadelos em que volto a ter que fazer exames que já passei na pré-história, esta informação dava jeito.  É que da primeira vez não foi nada fácil, imaginem agora, tanto tempo depois, sem ter ido às aulas.
(A minha vida não é fácil, nem quando estou a dormir.)

(Estive a "ajudar" o rapaz com química pré-universitária, tem exame amanhã. Não sei nadinha daquilo. E eu tive química até ao 12º ano, e mais uma cadeira na faculdade, e era mesmo boa naquilo. Prevejo noites e noites sem dormir. Bem, sem dormir bem.)

29 maio 2013

Falso alarme

Alarme de incêndio num edifício público: toda a gente abandona o edifício.
Alarme de incêndio em casa: como é que se desliga essa porcaria? Abana um jornal por baixo do sensor a ver se passa. E tudo continua sentado como se nada se passasse.

26 maio 2013

Um caso escocês

De cada vez que cá venho, o tempo fica bom. Dizem que na Escócia está sempre a chover, que faz frio, que é meteorologicamente horrível. Não tenho visto nada disso. Não é Portugal, pois não, mas em Portugal o sol não se põe às dez da noite por estes dias. Podia dizer que este país faz tudo o que pode para me conquistar.



24 maio 2013

Curtas de férias II

Uma das coisas que mais me faz falta em férias é uma caneca do tamanho certo. Canecas há muitas, é verdade, mas eu habituei-me a beber uma certa quantidade de bebidas quentes (café, leite, chá) e se me trocam as canecas fica-me sempre a faltar um bocadinho. As canecas que apanho nos sítios onde tenho passado férias são, cada vez mais, canecas com 200ml de capacidade. 20cl. 5 canecas por litro de leite.
Tenho de me lembrar de meter uma caneca certa na mala de viagem para destinos onde não sei o que me vai calhar em termos de canecas. Há poucas coisas que me façam grande falta. Uma caneca de 330ml traz os meus pequenos almoços e lanches mais próximos da perfeição.

23 maio 2013

Curtas de férias I

Há um caminho longo e um caminho curto para a praia. O caminho curto atravessa ruas residenciais, a zona comercial, a estrada, e vai finalmente dar ao porto, que fica entre as praias. O caminho longo dá directamente para o campo. Atravessa pontes e tem vista sobre o mar desde o princípio ao fim. Descendo o monte, o caminho ladeado por árvores cheira maravilhosamente. Insectos gigantes da família dos mosquitos e melgas ameaçam atacar a cada instante. Agradeço mentalmente o facto de não estar calor e ter trazido casaco (e o cabelo comprido a tapar o pescoço e orelhas), e ando o mais depressa que posso até  chegar ao campo de golfe. Free at last, acabou-se a mosquitada. O golfe está  cheio de gente, pelo que não me atrevo a cortar caminho. Mais umas centenas de metros, e chegamos à praia. Quase deserta, como convém. Várias obras de engenharia civil depois, a barriga começa a dar horas. O regresso faz-se pelo caminho curto. Tão cedo não quero voltar a ver mosquitos gigantes.

17 maio 2013

O meu BILF

 Ah, pois, passei o dia todo a pensar nisto, e só quando fui ao meu feeder é que me lembrei.
José Bandeira. Já escreveu mais. Inteligente, culto até mais não, tira fotografias que obrigam a pensar, e desenha cartoons com humor e certeiros. Com um sentido de humor apurado, um contador de histórias que me prendem a atenção de cada vez que que as leio. E releio. E por ser tão diferente de mim, e tão interessante nessas diferenças, tem-me vindo a cativar ao longo dos anos. E ainda para mais seguia-o numa rede qualquer onde o avatar era a foto abaixo. Barba giríssima, um guitarra na mão, a preto e branco, um retrato sexy.
Tenho paixonetas assim por homens inteligentes capazes de uma boa e longa conversa. E a inteligência é a característica que mais me atrai num homem, logo seguida do sentido de humor. José Bandeira, do Bandeira ao Vento. Um senhor BILF.


Partidas e chegadas

Passo o ano a fazer (e desfazer) malas. As estatísticas confirmam-se: fazer malas, 5 minutos, desfazer, uma semana. O tempo que demoro a desfazer a mala, no regresso, pode diminuir ligeiramente se meter a roupa toda para lavar (técnica entretanto aperfeiçoada, tento nunca lavar a roupa fora de casa), ou aumentar se contar o tempo de levar a mala vazia para o lugar... Não é preguiça o meu problema, não, é uma vida muito atarefada... ahem...

feel good

Quantas vezes seguidas se pode ouvir o "indigo eyes"?
Para já, uma manhã inteira.

16 maio 2013

É hoje, é hoje!

Não posso andar de um lado para o outro sem me darem os parabéns :-).
O telefone não pára de tocar ou apitar com mensagens, e o email está constantemente a receber coisas novas.
Sei muito bem que muito disto é o "efeito facebook". O resto, são amigos, ou colegas com boa memória.
Posso estar cada vez mais velha (e sim, desta vez é que foi, estou oficialmente uma cota, eu nem sei como é que cheguei aos a esta idade tão depressa), mas isso também tem as suas coisas boas.
A minha pimpolha acordou tão excitada como se fosse o aniversário dela, e lá foi acordar o irmão para prepararem as minhas prendas. Tomámos um pequeno-almoço de fim-de-semana, abri as prendas, e fomos à nossa vida (trabalho, escola).
Muitos miminhos, como deve ser. Alguma coisa devo ter feito bem para merecer tanto carinho.

15 maio 2013

Rosa

Blazer rosa forte para a video conferência. A estrela do que seria, sem ele, uma imagem apenas branca, sem interesse nenhum. Para outros, garrafas no background. Há gente com sorte.

12 maio 2013

Das vantagens de fazer anos

Uma pessoa ganha coragem para não fazer o que não quer e admiti-lo descaradamente. Reuniões chatas? Queira desculpar, mas faço anos, não vou. Nem é que não possa, e nem digo que não posso. Não quero, mesmo, compreenda. A vida é demasiado curta para desperdiçar horas preciosas assim. Podia festejar assim todos os dias.

Segurança é...

Roupa cor de rosa fluorescente. Pode não combinar com absolutamente nada, pode ferir a vista, pode ser a coisa mais berrante que alguma vez se viu, mas isso tudo contribui para o título de roupa mais segura para andar na rua. Roupa com tão grande visibilidade só pode evitar acidentes. Ninguém dirá que não viu.

05 maio 2013

Coimbra

Estes estudantes andam muito a pé. E bebem muito. E cantam alto. A altas horas da noite.
(Não me estou a queixar.)

02 maio 2013

As avós como exemplo

Fui dar com esta TED talk sobre "o direito à compreensão".  São quinze minutos bem passados, a pensar sobre o que lemos em documentos que deveríamos compreender, porque no fim os assinamos.
A Sandra Fisher Martins fala sobre a linguagem dos documentos, e no fim escolhe a figura da avó para nos fazer pensar em como simplificar as coisas. Achei a ideia genial, embora não seja, para mim, nova. O importante é que fez clique com outras "avós" da minha vida.

O professor Daniel Bessa explicava economia recorrendo ao exemplo da sua avó ("na mercearia da minha avó era assim... " e continuava). Provavelmente ainda o faz. Era genial, porque imediatamente tornava um assunto complexo acessível fazendo o paralelismo com coisas que toda a gente compreendia.
Tenho um colega que usa a avó dele (mas podemos substituir por qualquer outra avó) como exemplo do que toda a gente deve saber em termos de tecnologia. Outras pessoas usam "um motorista de autocarro" ou "um licenciado em humanidades", mas a avó é imbatível.
Eu uso os velhotes (a partir de agora chamar-lhe-ei avós) como exemplo a seguir na escolha dos cafés com o melhor atendimento e os melhores bolos. Os avós merecem respeito porque já viveram muito, e sabem muitas coisas que se calhar nem nos passam pela cabeça.

Gosto desta TED, não só pela ideia principal de que é necessário simplificar a linguagem dos documentos, em particular dos documentos legais, mas também pela ideia de pensarmos na avó para o fazer.
E como é que se escreve como se fosse para a avó?
1. Começar pelo mais importante (ela tem mais que fazer, por isso vão directamente ao assunto, e escrevam com respeito e sem paternalismos)
2. Escrever com frases curtas.
3. Usar linguagem simples, nada de palavras complicadas.

Simples. Eu sou a primeira a violar estas regras todas quando tenho de escrever alguma coisa, mas vou tentar lembrar-me disto e melhorar. :-) Fazer de conta que estou a escrever para a minha avó.

01 maio 2013

A caixa do demo

A miúda recebeu uma caixa de materiais para fazer os seus próprios cartões 3D. Para além do facto de a caixa indicar uma idade aconselhada de 6 anos ou mais (ou seja, ou quem comprou foi generoso, ou tinha na ideia que ela guardasse a caixa para mais tarde - o que por si só evidencia a falta de compreensão da mente de uma miúda de 5 anos) aquilo envolve uma data de trabalho manual. Recortar, colar, pintar. Muito bonito, 'a primeira vista. O terror começa quando olho para os objectos a recortar: aquilo em vez de ser uma coisa com linhas direitas, uma ou outra linha mais curva, vá lá, rapidamente se transforma num circuito de saliências e reentrâncias minúsculas, que requerem a perícia, não de uma criança de 6 anos ou mais, mas de uma pessoa que ganhe a vida a fazer scrapbooks. Uma tesoura de pontas redondas não tem como recortar  tais pormenores, e uma tesoura normal pouco mais consegue fazer. O 3D não passa de obrigar a miúda a mãe  a recortar uma imagem grande, e depois pormenores mais pequenos da mesma imagem que a miúda (vá lá) irá colar a uma espécie de esponjinha minúscula com cola dos dois lados - perfeita para os dedinhos dela. Quando chego ao enésimo passarinho e respectivas penas salientes, já só me apetece mutilar o malvado pássaro, cortar o nariz 'a princesa, e queimar os corações em efeito de flor. O projecto de 4 cartões rapidamente se transforma em "um cartão por dia", que eu tenho dificuldades em usar a tesoura por mais de 5 minutos, quanto mais meias horas seguidinhas. Para que é que ela quer tanto cartão, ainda para mais, se era para o dia da mãe devia haver outro voluntário a recortar tanto desenho.
Estes monstros do marketing deviam ser obrigados a fazer cartões 3D com tesouras de pontas redondas antes de classificarem estas coisas como para maiores de 6. O que a caixa deveria dizer era  que é preciso um mestrado em trabalhos manuais ou belas artes para fazer aqueles belos cartões, caso contrário mais vale recortar bonecos de uma caixa de cereais e colá-los num papel branco. Sempre se estragava menos material e o que se poupava em nervos. Se alguma vez me lembrar de oferecer um kit de trabalhos manuais a um pequeno humano vai ser uma caixinha com simples papel branco, cola, tesoura, e lápis ou marcadores. Ao menos com isto não pode haver erros. E um conselho: recortem primeiro, pintem depois.

Determinação

Tenho, e admiro nos outros, imensamente.
A capacidade de se decidir o que se quer, independentemente da idade. A capacidade de descobrir o caminho para se chegar os destino que se escolheu. E depois, fazer todo o trabalho necessário para atingir o que se quer. Nada disto é fácil. Tudo isto demonstra carácter.