25 outubro 2010

a fada da chucha

há mães lixadas. não estivesse eu na terra onde putos de 6 anos andam de carrinho de bebé e até acharia normal, mas assim não acho. uma mãe veio-se meter com a minha menina, porque ia de chucha na rua. que tem que por a chucha não sei onde, que depois vem a fada das chuchas e leva para os pais dos bebés que não têm dinheiro para comprar chuchas, mas deixa uma prenda. raisparta. como se as chuchas fossem para partilhar assim. como se a miúda tivesse 5 anos. eu é que ando muito bem disposta, senão mandava-a a um sítio que eu cá sei, e até podia levar a chucha e tudo. deixa-me a miúda em paz, que ela quando quiser larga. ou quando eu quiser. e ainda não está na hora. gostava de saber onde é que gente com telhados de vidro arranja lata para atirar pedras.

sou eu que digo

o bar mais fixe é o dos livros. foi pena estar tão cheio que não deu para experimentar as poltronas, mas também se me tivesse lá sentado agarrava-me a um livro e dali não saia, nem bebia, nem nada. e os rapazes das gravatas cor de laranja eram engraçados.

13 outubro 2010

Elefante

Ando a ler Saramago. De repente as minhas frases mais compridas e cheias de parenteses deixam de parecer compridas e cheias de parenteses. Gosto disso. É como se tivesse ganho permissão para escrever frases ainda mais longas, e com ainda mais à partes lá no meio. Genial. O meu obrigada ao Nobel. :-)

11 outubro 2010

Chaves, porcas e parafusos

No sétimo e oitavo anos tive uma disciplina que se chamava mecanotecnia. Na realidade não estava muito interessada naquilo, o que eu queria mesmo era ter práticas administrativas para aprender a escrever à máquina usando os dedos todos, o que me teria poupado um curso esotérico para o mesmo efeito há uns dois anos atrás que me irritou de tão parvo que era, mas vinha em pacote com o que eu queria mesmo, que era electrotecnia, e por isso lá tive que gramar com a cadeira e esquecer as brincadeiras com a máquina de escrever.
A parte mais interessante daqueles dois anos, ou pelo menos a que para alguma coisa serviu, foram as primeiras aulas, quando o professor nos ensinou os nomes das ferramentas. Desde a chave de boca regulável, vulgo chave inglesa (a nossa até era espanhola), chaves de fendas e de porcas, a guilhotina, ferro de soldar e máscara de protecção, limas, serras, formão,  dois armários cheios de coisas mais um sem fim de máquinas espalhadas pela oficina, e que não estávamos autorizados a usar sem supervisão.
O meu interesse pelas coisas mecânicas é limitado, eu gosto mais de fios eléctricos e computadores, mas confesso que dá um jeitão saber como usar uma chave philips, um alicate ou um martelo. Saber que antes de serrar qualquer coisa provavelmente é boa ideia fixar o objecto que se vai serrar. O único problemazinho é ter-me posto a andar do país onde isto tudo era (quase) canja, e vindo para uma terra onde não faço a mínima ideia do nome das ferramentas. O tempo que se perde na loja à procura da chave certa. Preciso de um dicionário ilustrado. Ou então passo a levar um desenho.

07 outubro 2010

De blogue em blogue
(muffins de banana)

Por causa da Rita fui parar aqui onde me saltou logo à vista a foto de bolinhos. E a receita. Aquilo parecia bom - bem, o meu critério é apenas se alguém experimentou e ficou satisfeito, a partir daí só fazendo eu mesma - por isso também tive que fazer uns muffins (que é uma palavra mais gira que queques).
Ora esta receita não leva manteiga nem gordura nenhuma, a não ser para untar as forminhas, e enquanto misturava os ingredientes achei que aquilo estava pouco fofo, pelo que acrescentei um bocadinho de manteiga. Sem medir, um bocadinho pequeno, uma ou duas colheres de sopa, talvez. E não tinha nozes, pelo que substituí por amêndoas, a pensar que também deve dar. E enquanto misturava os ingredientes secos dizia para a pequenita, que isto de fazer bolos tem mais graça com companhia, esta receita deve ser americana, isto de misturar os ingredientes secos e os outros desta forma faz-me lembrar aquele programa de culinária que costumava dar na sic gaja, o everyday cooking, acho que era assim que se chamava.
Vinte minutos no forno, et voilá, estão prontos os bolinhos, já tarde para que alguém os coma como sobremesa. Ainda assim lá tive que me sacrificar e comer um, para decidir se junto a receita à minha colecção ou deito fora.
Conclusões:
As bananas que usei não estavam suficientemente maduras, e isso nota-se.
Metade da farinha devia ter sido Maizena, para os muffins não ficarem tão "queques" (por outras palavras, para os bolinhos ficarem mais fofos).
As amêndoas foram uma boa ideia. E como já estavam cortadas e tudo, nem deram trabalho. Também não medi, foi tudo a olho, umas duas mãos cheias, das minhas que não são muito grandes.
Provavelmente seria interessante juntar bananas (maduras, desfeitas) à receita das queijadas de iogurte, que faço dia sim dia não por serem tão fáceis e muito boas. (Eventualmente subsitituir um dos iogurtes por uma ou duas bananas para não ficar líquido demais.) Tenho de experimentar.

Cada vez mais, sou fã de bolinhos assim. Fazem-se num instante e não dão muito trabalho. São óptimos para levar para a escola, embora tenha o efeito de haver sempre quem peça a receita, e a minha vontade de traduzir as "minhas" receitas para alemão seja nula. Ando aqui a magicar uma maneira de "escrever" as receitas rapidamente com desenhos...

06 outubro 2010

A minha vizinha

A minha vizinha é fantástica. Podia pôr-me aqui a enumerar razões pelas quais acho que a minha vizinha é, provavelmente, a melhor do mundo, mas não tenho tempo. Ainda assim deixo aqui uma, para memória futura. Hoje a minha vizinha deu-me um chocolate. E nem sequer era um chocolate qualquer, era um Lindt de leite, um dos meus preferidos. Não para os miúdos, para mim. A minha vizinha é fantástica, nem ela sabe o quanto.

Entre aqui e ali

Aqui é animado, barulhento, stressante, divertido, hilariante. Há coisas pelo chão, a cozinha nem sempre está arrumada, e depois do jantar é muito sossegado. Aqui nunca tenho tempo para tudo o que queria fazer - de qualquer forma, acho que não há maneira de algum dia ter tempo para fazer tudo o que quero fazer, seja onde for, simplesmente porque essa lista cresce mais depressa do que eu consigo dar vazão ao que já lá estava. Aqui come-se bem e com regras, há sopa e legumes e fruta, e fazem-se doces por pura diversão. Aqui gravam-se programas de televisão para ver quando houver tempo (o tal que escasseia) e acumulam-se livros nas prateleiras. Aqui tem-se vontade de deitar metade das coisas fora, algumas para substituir por outras, a maioria apenas para criar espaço. Aqui sente-se o frio da rua e é preciso coragem para sair de casa.
Ali parece sossegado, mas também nunca há tempo. Ali vai-se ao cinema e ao brunch, deixa-se sempre tudo arrumado, vêem-se os episódios da Anatomia de Grey. Ali nunca se tem disposição para ir à net, coleccionam-se revistas "in München", tomam-se banhos de espuma. Ali planeia-se ler livros, mas nunca há tempo. Ali a rua é mais convidativa, mesmo que chova e não haja guarda-chuva, e tudo pareça mais perto do que realmente é.

04 outubro 2010

Como um verdadeiro nativo

A Oktoberfest acaba hoje. Normalmente teria terminado domingo (ontem), mas este ano decidiram continuar mais um dia devido ao 200° aniversário. Um dia extra de trânsito infernal, transportes públicos congestionados, bêbados a partir das 9-10 da manhã pela cidade. Um dia extra de garrafas partidas pela via pública, ruas cortadas, passeios cheios de gente que quase não se tem em pé. Para o ano há mais.