29 abril 2011

Parar é morrer (?)

Isto é do caraças. Uma pessoa passa dos trinta, e de repente parece que o mundo se organizou para se pôr a dar palpites sobre o que se pode ou não fazer. Era só o que faltava. Não é que isso me vá impedir de fazer seja o que for, afinal de contas lá porque o mundo está errado isso não quer dizer que tenha que guardar a sua opinião para si próprio... da mesma maneira que eu dou a minha quando me apetece.
Começa assim.
Querido mundo.
Lá porque já passei os trinta, isso não quer dizer que esteja a ter uma crise de meia idade só porque tirei a carta e comprei uma mota. (2500km de prazer absoluto até agora) Afinal de contas, tenciono viver bem para lá dos 60 anos. Se pensares bem, até os governos estão a contar com isso, e aproveitam para convencer a malta da minha idade que vai ter que trabalhar até lá para os 70. Toma lá esta.
Lá porque tenho um emprego estável (e fantástico) não quer dizer que não tenha que aprender mais nada. Mais ainda, isso não é razão para não me dedicar a coisas que não têm nada a ver com o meu trabalho. Lá porque me apeteceu tirar a carta de marinheiro isso não confirma que esteja numa crise de meia idade ou algo que o valha. Além do mais, se fosse pela adrenalina ficava-me pela mota. Ou tirava o curso de paraquedismo e nas férias ia para o campo saltar de um avião umas 20 vezes ao dia em vez de ir para a praia com os miúdos, como as pessoas "normais".
Por falar em paraquedismo.
Já agora, se eu tivesse feito o meu salto tandem depois dos trinta, será que isso também contaria como crise de meia idade? Qual é a tua, pá, que dualidade de critérios é esta?
Querido mundo, a minha vontade de morrer é menos que zero. É por isso que uso o equipamento de protecção completo quando ando de mota, e me arrepio toda quando vejo passar um motoqueiro (sim, que um motard não se veste assim) de pernas ou braços ao léu, a tentar a sorte. Mas também é por isso que tenho de fazer coisas novas. Experimentar comida que nunca provei. Ouvir música que nunca tinha ouvido antes. Ir aonde não fui. Conhecer quem ainda não conheci. Que é para não morrer por dentro muito antes de exalar o último suspiro.
Se não gostas... azar o teu.

26 abril 2011

De boca aberta

Já repararam que pelo menos em revistas e na publicidade em geral, as mulheres aparecem quase sempre de boca aberta? (Aberta, semi-aberta, vai dar ao mesmo.) Há uns tempos estava a folhear uma revista e até contem: 9 em cada 10 fotos a mulher retratada tinha a boca aberta. Nas produções de moda (portanto, mais de uma fotografia da mesma pessoa) a posição da cara até era a mesma - duas ou três variações, com uma pose facial claramente favorita. Nos catálogos de venda à distância a mesma coisa. Nos emails das lojas de roupa, idem. Se calhar sou eu, que como não ando a tirar fotografias às pessoas sem mais nem menos, não reparo que talvez haja uma tendência natural para abrir a boca quando a câmara está prestes a disparar. No entanto não me parece. Tirando quando estamos a comer, ou a falar, ou a beber, ou, literalmente de boca aberta, não me parece habitual ver para dentro de tantos lábios assim sem mais nem menos. Deve ser muita fome. Se calhar estão à espera que alguém lhes dê de comer...