31 maio 2010

Mais uma vez...

É o máximo quando o universo conspira para me facilitar a vida. Às vezes esqueço-me disso.
(Estou tão contente. Como se me tivesse saído a sorte grande e nem tivesse jogado.)

30 maio 2010

Maratona

Há uns dias passei pelo SET (sony entertainment television) e estava a dar um episódio antigo do sexo e a cidade. E, por causa disso, peguei na minha caixa e comecei a ver (rever) os episódios todos, um por um, um a seguir ao outro, só com intervalos para comer e ir à casa de banho. E dormir... Bem, só ainda vou no fim da segunda série, mas já deu para perceber uma coisa: o Mr. Big não tem nada de giro. Mas é grande, digamos que tem ombros largos, deve dar uns abraços fantásticos, e tem um sorriso de derreter corações. E quando está com o coração partido ouve Sinatra, em vez de chorar. Sinatra. :)

O tempo passa, as pessoas mudam, as opiniões modificam-se. Ainda assim, há coisas que ficam sempre na mesma. Continuo a derreter-me com um sorriso, daqueles em que até os olhos se riem.

29 maio 2010

O sexo... ;)

Andava cheia de vontade de ir ver o sexo e a cidade, mas não fui na quarta (era a estreia) e na quinta li a crítica ao filme no Guardian e fiquei desanimada. Por um lado, pensei, que crédito posso dar a um homem que vai ver este filme e só diz mal... se fosse uma mulher, era capaz de acreditar mais depressa que o filme é uma banhada... Por outro... bem... o homem tinha ido ver o filme, estava mais informado que eu.
Acabei por ir hoje (voltei há bocadinho ;)) e tenho a dizer que gostei, muito. Gostei das piadas, das roupas, das conversas de gaja. E achei graça a ver o cinema como nunca o tinha visto: deviam estar ali 10 mulheres para cada homem, ou mais... Sem dizer mais, gaijas que me lêem, se gostaram da série ou do filme anterior, vão ver, que vale a pena. E levem as amigas.

26 maio 2010

Já é um começo...

Queria arrumar a minha vida mas só consegui arrumar uma secretária. E nem mexi nas gavetas.

É desta que perco os (poucos) leitores que (ainda) cá vêm vinham

"Leio" a Vogue alemã no cabeleireiro, quando lá vou. Na verdade só olho para as fotografias. Chocam-me os preços das coisas que lá vêm, quando diz o preço, faz-me sentir um alien. A parte que mais gosto são os anúncios. (A última que vi tinha lá um de duas páginas de uma marca de roupa que infelizmente me esqueci e incluia a foto de um vestido lindíssimo que fiquei de ir ver à net - que eu combino coisas destas comigo mesma. Infelizmente esqueci-me do nome da marca, pelo que a publicidade não foi assim tão eficiente.)

2 em 1

Transformei um quase cinto (duas tiras de pele entrançadas com umas bolinhas azuis nas pontas) que vinha numa saia num quase colar para usar com a dita. Perfeito. Onde é que eu ia arranjar um colar que desse tão bem com a saia? :P E aquele azul das bolinhas que é quase igual ao do top. Fantástico.

Para começar o dia...

Levei o miúdo à escola, como sempre. Deixei-o no sítio do costume, no acesso próximo, e preparava-me para arrancar quando uma data de miúdos começam a correr para a estrada, na direcção contrária à da escola. O meu primeiro pensamento foi o amoklauf que tinha sido anunciado há uns tempos no tampo de uma mesa da escola, com data e tudo, que não se tinha chegado a concretizar. (Na altura pensei que era brincadeira, alguém que não queria ter aulas nesse dia, como quando eu era miúda e alguém telefonava para a escola a avisar que havia uma bomba, provavelmente para não ter que fazer algum teste.) Já me estava a preparar para pegar no meu rapaz e levá-lo dali para fora rapidamente, quando me apercebi do que realmente se estava a passar. Um grupo de adolescentes mafarricos, cada um com uma pistola de água daquelas gigantes (tipo supersoaker) estavam a atirar a quem chegava. Uma partida portanto. E os miúdos tinham-se organizado, até tinham t-shirts para o evento e tudo. Ainda estou para ver o sentido de humor dos alemães para esta brincadeira. Eu achei graça...

20 maio 2010

A aventura da carta de mota III
O exame

No dia do exame tive que conduzir a mota até à DGV mais próxima (acho eu que era a DGV, mas se calhar tem outro nome...) que ainda fica a uns quilómetros. Mais um passeio na estrada nacional, desta vez mais longe que eu já tinha ido, e, pela primeira vez, com chuva a cair. Alguma vez tinha que acontecer. Por cima do meu equipamento normal lá pus um impermeável gigantesco, mais para não ficar com frio pois as minhas roupas de motard são à prova de água. No caminho aconteceu-me logo o primeiro susto: ao virar para uma ponte, em que a visibilidade era reduzida por haver muitas árvores, aparece-me um carro em direcção contrária mas que vinha em metade da minha faixa... a sorte é que eu vinha bastante enconstada à direita, senão tinha-me acertado e eu nem teria tempo de reagir. O maluco do condutor tinha o corpo do lado do passageiro, pareceu-me que estaria a tirar uma sandes do porta-luvas ou algo semelhante...
Quando chegámos à cidade lá fui dar o passeio da praxe, ruas residenciais, ruas movimentadas, cruzamentos, rotundas, subidas, descidas. E os malfadados oitos. No início do passeio em ruas planas ou pouco inclinadas, no fim numa subida acentuada. Foi um desastre. À primeira tentativa caí. À segunda - que eu não desisto facilmente, quando estava a terminar a curva aproximei-me demais do passeio, acelerei com a intençao de não cair, e quando dei por ela tinha subido o passeio, fui contra um muro, parti a mota e caí no chão. Não me aleijei, mas fiquei com a confiança bastante abalada. A mota ficou sem o pisca de um lado e um dos apoios dos pés também partiu, quase nem dava para meter as mudanças. Tive que levar a mota a uma oficina por que da maneira que estava nem sequer poderia fazer o exame. Acabei por não almoçar decentemente, e fiquei sentada no passeio enquanto me arranjavam a mota, a deitar contas à vida e a pensar como é que isto podia ser, que miséria, a única coisa que eu não consigo fazer e que me vai fazer chumbar no exame. E ia dizendo para os meus botões que a única hipótese que tinha de me safar seria se, por algum milagre, o examinador me mandasse fazer os oitos numa rua sem inclinação...
Sentada naquele passeio com um olhar miserável, a atrair olhares de pena de quem passava e pessoas a perguntar se tinha caído da mota (sim caí, mas não me aleijei), lá me acalmei, e convenci-me que não era o fim do mundo e que se não passasse desta teria que treinar mais, pois mais tarde ou mais cedo havia de ser capaz de fazer os oitos na perfeição, fosse onde fosse.
Quando a mota já estava pronta lá fui para o local do exame, comi uma tosta à pressa (belo almoço!) e fui à chamada. Todos os candidatos que estavam à espera tinham como equipamento... um capacete. Ainda mandaram umas bocas por eu estar completamente equipada, mas eu ri-me e disse que se caísse ao menos não me ia magoar (e pensei, com as vezes que eu já caí da mota, se não fossem as protecções já tinha partido alguma coisa e desistido disto para todo o sempre).
O meu exame ia ser o segundo, e por isso pude ir ter ao ponto de encontro, que era fora da cidade, na mota, nas calmas. Foi um passeio bom, deu para andar um bocado mais depressa que o costume (70-80km/h é uma velocidade genial ;)), e enquanto rodava naquela estrada pensava que aquilo era o motivo pelo qual eu queria tirar a carta de mota. Acalmei, deixei de me preocupar com o resultado do exame, e decidi desfrutar o passeio, tanto aquele como o de regresso, quando o examinador estivesse atrás de mim a julgar todos os meus movimentos em cima da burra. (ah, ouvi esta na oficina e achei tanta graça...)

Quando o examinador chegou ao ponto de encontro com o outro rapaz em cima da mota (vinha todo contente, sabia que só podia ter passado), o homem olha para mim, com calças, casaco, botas, luvas e capacete, e olha para o rapaz, e diz-lhe, eu admiro um candidato que vem para o exame assim vestido. (Ganhei logo ali uns pontos, pareceu-me.) E depois começa a contar alguns dos seus próprios acidentes de mota, sem equipamento, com muita tolice à mistura, e a sorte de lhes ter sobrevivido, embora às vezes com marcas para a vida, e eu ali a pensar no que é que me fui meter, ainda me espeto contra qualquer coisa e me arrependo desta ideia louca para o resto da minha vida...
O exame começou com umas perguntinhas sobre a mota - como é que se faz o pisca, como é que se ligam os máximos, o que indicam as luzes e os instrumentos no painel da mota. Foi a parte fácil. Depois lá me sentei, liguei a mota, e conduzi de volta à cidade (fantástica, esta parte) a uns 80km/h para o homem não morrer de tédio e com cuidado para não ir demasiado encostada à esquerda e com muita atenção ao tráfego. Em chegando à cidade mandou-me virar à esquerda, à direita, entrar em diversas rotundas e sair das várias maneiras possíveis, tive que parar nas passadeiras e safar-me de umas confusões de trânsito normais para quem está habituado a conduzir um automóvel. Depois de muito passeio em cidade, o examinador lá me manda para uma zona residencial, uma rua larga, mas inclinada e diz-me "agora faça aí os oitos". E eu só pensei pronto, é agora que me lixo, não tenho hipótese, será que vale a pena sequer tentar... Estava mesmo nervosa, mas lá me decidi a tentar, consegui fazer uns oitos, o homem ficou satisfeito e mandou-me continuar e eu nem conseguia acreditar que tinha conseguido, estava toda a tremer... mas a mota essa, ia segura. :) Suponho que já ter tido feito umas viragens à esquerda e à direita mais apertadas em subidas antes dos oitos tenha ajudado a o examinador não me ter mandado fazer oitos num sítio mais difícil. A verdade é que eu consigo dominar a mota a baixas velocidades e situações mais complicadas, mas os oitos em subida dão cabo de mim, é trauma de ter caído tantas vezes.
Depois disto ainda dei mais uns passeios, muitas curvas à esquerda, à direita, subidas, descidas, e depois regressámos ao parque da DGV. O examinador desejou-me felicidades, eu interpretei isso como um "passou" e considerei-o uma prenda de anos. O instrutor de condução também deve ter ficado todo contente, já que assim não tem que me dar mais aulas e não lhe volto a partir a mota. :D

Mais uma vez, acho que tive uma sorte do catano, e depois do que me aconteceu só sei que vou ter muito cuidadinho. Tive que trazer a mota de volta à escola de condução, mais uns quilómetros em estrada nacional e debaixo de chuva, e apreciei tanto o passeio, mais uma vez, que só decidi não comprar uma mota nova muito cara. É que se voltar a cair não quero ficar muito triste por causa da mota... Por agora o plano é esperar pela carta definitiva, arranjar uma motinha para principiantes e praticar muito, de preferência com a companhia de motards com muita experiência.

A aventura da carta de mota II
As aulas práticas

É preciso ter em conta que, há pouco mais de um mês, eu nem sequer sabia onde é que era o acelarador e pensava que a manete da esquerda também era para travar (é a embraiagem). E não fazia ideia que há um botão para ligar, um para paragens de emergência, e que é preciso desfazer os piscas. A minha primeira aula foi aprender a arrancar a mota. Fantástico, consegui andar uns metros, deixei a mota ir abaixo uma vez, e deixei-a cair uma vez (subida em curva). Achei aquilo o máximo. Mais umas aulitas e já pude dar uns passeios fora da cidade, assustar-me com os cães (tanto cão à solta nas aldeias, e cães pastores enormes a tomar conta das ovelhas...), tentar não passar por cima da bosta de vaca para não escorregar... Andei em sítios e estradas onde nunca antes tinha estado, vi paisagens lindíssimas, e parecia-me que 40 km/h era mesmo rápido...
Depois vieram os 8s. Para quem não sabe, o exame de condução consiste num passeio :) em cidade, fora da cidade, e em fazer oitos com a mota numa rua à escolha do examinador. É proibido pôr o pé no chão e cair... Suponho que a ideia seja perceber se o candidato tem capacidade para se desenrascar em situações mais complicadas como curvas apertadas, porque de resto, não estou a ver-me nunca a vida a escolher uma rua menos movimentada para me por para ali a desenhar oitos com a mota... Quero a mota para passear, não para fazer gincanas.
Depois de algum treino lá aprendi a fazer os sacanas dos oitos numa rua de uma zona residencial. O problema veio quando me disseram para os fazer numa rua inclinada... É que a primeira vez que tentei caí, assustei-me, e a partir daí bloqueei e raramente conseguia.

A aventura da carta de mota I

Há coisas giras nesta vida. Uma delas é andar de mota. Sentir o vento, desfrutar a paisagem, estar só na estrada, e ir cantarolando o que vier à cabeça. (E prestar atenção aos cães, que se se enfiam no meio das rodas é tombo certo, e aos buracos na estrada, e aos obstáculos, e aos objectos não identificados e potencialmente escorregadios.) Fazer isto durante umas horas numa estrada nacional deserta tem quase o mesmo efeito que olhar para o mar sentada na areia quando a praia está deserta - com a diferença que depois posso ficar um bocado dorida de estar sempre na mesma posição.

Sempre quis ter carta de mota. Quando era miúda não me deixaram, e agora lá me decidi a deixar de adiar. E tinha que ser depressinha, que já não há tempo a perder. Em quinze dias preparei-me para o exame teórico, e fui tendo umas aulas práticas. Fiz os testes todos que havia na escola, fiz os testes todos do site do IMT, e quando vi o exame à minha frente mal podia acreditar que, das 10 perguntas, não tinha a certeza da resposta a 4 (que nunca tinha visto antes). Durante os 10 minutos do exame vi e revi as respostas, mudei uma no último minuto, e nos 20 minutos seguintes que estive à espera do resultado perguntei-me um milhão de vezes onde é que teria ido parar a minha sorte, como é que podia ser, eu não passar. Isto não podia ser, eu safo-me sempre, que é que eu iria fazer agora. Peguei no livro (sim, também tinha lido o livro todo), confirmei uma das perguntas (das 3 que tinha dúvidas), procurei e não encontrei a resposta às outras, amaldiçoei quem fez o livro e os testes, e quando recebi o resultado do exame... perguntei-me como é que eu tinha duvidado da minha sorte. Tinha acertado todas.

18 maio 2010

Aquela coisa do dia perfeito*

Na verdade, não preciso de muito para que um dia seja perfeito. Todos os meus dias têm partes perfeitas, era questão de juntar as partes durante um dia inteiro. Tipo acordar com sol, ir às compras com as minhas irmãs, almoçar com um amigo, ir ao cinema com o miúdo, jantar e ir para os copos com a minha melhor amiga. Ou então, um dia de verão (os dias de verão são todos quase perfeitos ou perfeitos), daqueles em que passo o dia na praia a fazer bodyboard, a ler e a dormir, almoço qualquer coisa leve naquele sítio onde têm uma cama de rede à disposição, e ao jantar vou a um daqueles restaurantes que servem delícias como ameijoas e atum fresco com tomate e ainda têm sobremesas deliciosas como leite-creme. Ou então ir ao karaoke com as minhas manas, companheiras da maior parte das coisas mais divertidas que fiz (e faço) na vida.

E, hoje em dia, um dia perfeito pode ser um dia em que nem esteja assim tanto sol e nem esteja assim tanto calor, e eu vá dar um passeio de mota (sim, já tenho a carta, foi uma aventura).

Um dia perfeito pode ser um sábado ou um domingo (com pequenos-almoços preguiçosos a dar para o brunch, sempre, que eu crio hábitos quando gosto muito das coisas), e também pode ser durante a semana, de férias (quando todos os dias são igualmente importantes e têm quase o mesmo significado) ou de trabalho (eu gosto do trabalho por razões semelhantes a ter gostado da escola).

(por causa disto. e disto)

17 maio 2010

Experimente o pão de ló em miniatura. Pode levar à confiança que são uma maravilha, eu até guardei ali uma caixa para levar para casa. Ah menina, e experimente esse sumo, que é novo, e vai ver que não se arrepende. Leve, que se não gostar é só trazê-lo cá que eu devolvo-lhe o dinheiro do meu bolso. Olhe que só estou a dizer isso porque sei que é mesmo bom, a menina vai gostar.

Só por isto, vale a pena ir ao Porto.

06 maio 2010

Há coisas fantásticas

Há uns tempos atrás (parece ter sido há séculos) alguém me convenceu que quando tivesse a minha menina, nunca mais ia voltar a ter o corpo que tinha. O que até pode ser verdade. Se calhar isto foi dito com a melhor das intenções - um "resigna-te, nunca mais vais andar com a barriga à mostra ou as pernas ao léu" - e a verdade é que, por uns tempos, resultou. Tive a minha menina, mudei o guarda-roupa, convenci-me que não ficava bem com a roupa que antes usava. E continuei a falar com pessoas que me explicaram que, depois de ter filhos, não só estava "fora do mercado" como nem valia a pena imaginar que algum dia algum homem se pudesse interessar por uma mulher... digamos, usada. Eu até achei o comentário estranho (mas em que mundo é que esta gente vive?), a desistência da parte de quem o disse, resignação, impotência, sei lá, mas ainda assim, contestei. Que não é nada assim, lá porque temos filhos não morremos, não deixamos de ser giras, não deixamos de ser pessoas, não deixamos de ser fantásticas. Pelo menos pela parte que me toca. Que depois de ter o primeiro ainda continuei a ser abordada por estranhos na rua, por menos estranhos no trabalho, que continuei a ouvir os assobios ou os comentários de alguns homens quando passava na rua. Mas pronto, se calhar esta gente tem razão, depois do segundo filho, é o fim.
Se alguém algum dia vos disser isto, gajas que me lêem, não acreditem. A vida só acaba para quem se recusa a vivê-la. As pessoas só deixam de ser atraentes se se fecharem em si mesmas. E não é por ter tido meia dúzia de filhos que já não se pode usar uma mini-saia ou um top mais decotado. Ser mãe não implica deixar de ser sexy. Não implica ter apenas os miúdos na cabeça (e nos braços) o tempo todo. Sim, eles ocupam-nos o tempo e os pensamentos, e a nossa vida funciona à volta deles, nem poderia ser de outra maneira. Mas não deixamos de ser, primeiro que tudo, seres humanos. Quem pensam, riem, sentem, exactamente como antes de terem umas criaturinhas para tomar conta, educar, amar.

(Demorou a voltar a sentir-me como antes. Fantástica. Mas agora é assim que me sinto. E isso reflecte-se nas outras pessoas.)