13 setembro 2015

Calcorreando o mundo

Almoço inter-geracional. A geração mais nova entretém-se com o telemóvel por uns momentos. As maravilhas da internet. A geração mais velha, conta como viajava antigamente. O que era chegar a um aeroporto de um país desconhecido, onde se fala uma língua diferente, e tentar seguir de comboio. A aventura que era comprar o bilhete, descobrir qual a plataforma seria a correcta. Descobrir, por sorte depois de chegar ao destino, que devia ter picado o bilhete. Receber as instruções todas por telefone, ainda em casa, sem hipótese de confirmar mais tarde, em cima da hora, quando as dúvidas ocorressem.
Lembro-me das primeiras vezes que viajei sozinha "para fora". Já havia internet, na faculdade, já se tinha acesso em casa também, com um modem analógico que se ligava pela linha telefónica. Antes de sair de casa imprimi o mapa do metro, as instruções para apanhar o comboio que ligava o aeroporto ao centro da cidade, o mapa da zona onde iria chegar, onde assinalei o caminho para o sítio onde ia dormir. Já devia ter telemóvel, um tijolo comparado com os de hoje, mas o custo das chamadas em roaming era proibitivo. E ainda assim, também entrei no comboio com o bilhete por picar. Quando me avisaram que tinha que picar o bilhete, já ia tarde para sair do comboio, picar o bilhete, e voltar a entrar. Arranjei uma solução: escrevi a data e a hora com uma caneta. Nunca soube se os revisores aceitariam o meu bilhete ou não: ninguém me perguntou por ele.
Mais tarde, fico por minha conta, sem boleia, e encontro marcado para mais tarde. Computador na mão, google maps numa janela, site dos transportes públicos no outro. Viajo virtualmente desde a minha cadeira até ao meu destino, decido a que horas quero ir. Nem me passa pela cabeça por um instante que me engane no caminho. Sei que irei direitinha aonde quero.
De manhã, tive um regresso ao passado. Uma viagem de carro, sem ter bem a certeza do caminho, em que a minha condutora decidiu por várias vezes parar para perguntar o caminho. Fosse eu sozinha a conduzir e teria desistido. Voltado atrás - ou procurar wifi - e pesquisado o caminho certo no telemóvel. O mais engraçado foi notar, ao chegar ao destino, a quantidade de gente que claramente estava meio perdida.


07 setembro 2015

Nut free

A escola da miúda manda uma circular a avisar que "our school remains nut-free". Lembro-me que no Natal do ano passado a pequena me chegou a casa com amendoins e nozes que não mandei com ela, recordo as vezes em que lhe meti frutos secos no lanche, e chego à conclusão que o que não querem na escola é malucos. Acho bem.