Não há nada como ser expulso de um restaurante. Quando os empregados já todos jantaram, todas as cadeiras (menos as nossas) já estão viradas em cima das mesas, e finalmente percebemos que estamos a estorvar. Pagamos e saímos pachorrentamente, mas ficamos à porta, ao frio, porque a conversa tem impreterivelmente que continuar, e corremos o risco que os pobres moradores da zona, arrancados do sono por gargalhadas espalhafatosas - que não há conversas animadas sem elas-, chamem a polícia, as horas infindas a discutir "mas para onde é que vamos agora" e ninguém a arredar pé nem com intenções de ir para lado nenhum. Podia medir graus de felicidade assim. Quanto mais tarde, mais frio, mais gargalhadas, mais feliz.
(inspirado aqui)
ora, muito bem visto, smowgaze: a expulsão do restaurante é sem margem para dúvidas um excelente aferidor do grau de felicidade, se bem que às vezes bem que se podia aferir do grau de alcolémia ... :-)
ResponderEliminarObrigadíssima pela simpática e generosa referência: o A&OD tem tido, desde ontem, um muito agradável corropio de visitas.
ora essa, io, eu é que agradeço a inspiração (não para a escrita, mas para me lembrar das coisas que devia fazer mais vezes porque são aquelas que dão côr à vida ).
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