12 novembro 2008

Não há nada como ser expulso de um restaurante. Quando os empregados já todos jantaram, todas as cadeiras (menos as nossas) já estão viradas em cima das mesas, e finalmente percebemos que estamos a estorvar. Pagamos e saímos pachorrentamente, mas ficamos à porta, ao frio, porque a conversa tem impreterivelmente que continuar, e corremos o risco que os pobres moradores da zona, arrancados do sono por gargalhadas espalhafatosas - que não há conversas animadas sem elas-, chamem a polícia, as horas infindas a discutir "mas para onde é que vamos agora" e ninguém a arredar pé nem com intenções de ir para lado nenhum. Podia medir graus de felicidade assim. Quanto mais tarde, mais frio, mais gargalhadas, mais feliz.

(inspirado aqui)

2 comentários:

  1. ora, muito bem visto, smowgaze: a expulsão do restaurante é sem margem para dúvidas um excelente aferidor do grau de felicidade, se bem que às vezes bem que se podia aferir do grau de alcolémia ... :-)
    Obrigadíssima pela simpática e generosa referência: o A&OD tem tido, desde ontem, um muito agradável corropio de visitas.

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  2. ora essa, io, eu é que agradeço a inspiração (não para a escrita, mas para me lembrar das coisas que devia fazer mais vezes porque são aquelas que dão côr à vida ).

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