21 dezembro 2011

A todos um bom Natal :)

Comecei o dia a reclamar. A mandar vir. E a dizer que a mim não me calam. Posso não conseguir o que quero, apesar de ter toda a razão, mas vão ter que me aturar. Estou como um cão agarrado a um osso e não vou largar. Hmpf.


Feliz Natal a todos.

20 dezembro 2011

Oh não!

Sem tv cabo, e a chegar atrasada para o Natal (o Natal e' quando eu quiser, e este ano chega varias vezes, embora nem todas as pessoas saibam disso), acabo de me aperceber que perdi, estou a perder, e já não chego a tempo de ver, os anúncios de Natal. Não vou ter hipótese de ver repetidamente o mesmo filme publicitário de 30 segundos num mesmo intervalo, nem de saber quais são as coisas que este ano me iriam tentar, principalmente no departamento dos brinquedos. Por um lado, eheh, antes assim. Por outro... contem la' quais são os melhores que eu vou procurar no youtube. :D

19 dezembro 2011

Síndrome do Reader a zero

A blogosfera deve estar toda de férias. Ou a fazer compras de Natal. Ou a fazer os presentes, quais ajudantes de pai Natal.
Des-subscrevi os blogues que se tornaram publicitários. Fora esses, por estes dias, ninguém escreve.

Negócio da China

Portugal está a pagar juros a 16,197 por cento (a dois anos)e a 15,738 por cento (a cinco anos) (daqui).

Quando eu era adolescente, as taxas de juro eram dessa ordem. Na altura, isso para mim significava que o dinheiro duplicava em 5 anos.
Supondo juros a 5 anos de 15%, com capitalização anual, ao fim de 5 anos tem-se 201% do investimento de volta. Pois, falta tirar os impostos.

Ainda assim... Acredito que o risco de Portugal não pagar a dívida (estas dividas, há muita dívida) é muito pequeno. O único risco que me parece apreciável é o do fim do euro e regresso à moeda antiga, com consequente desvalorização. Ora, as previsões de desvalorização dadas pelos economistas (baseadas na História) é de que essa nova moeda desvalorize entre 30% a 50% relativamente ao euro. Nesse cenário também é de esperar que a desvalorização seja mais abrupta inicialmente, recuperando terreno após um ano.

Portanto... Mesmo que tudo corra mal, é improvável, nestas condições, que quem investe a 5 anos para duplicar o seu dinheiro perca alguma coisa. Infelizmente, só os bancos (que ainda para mais beneficiam de taxas de impostos sobre os lucros mais baixas que os privados) podem emprestar nestas condições ao Estado.

Falta ainda dizer que os bancos andam a pedir emprestado ao BCE a 1% para depois irem emprestar ao Estado a estas taxas de juro obscenas...

14 dezembro 2011

workshop sobre blogues em 5 minutos

Um blogue é uma página web pré-formatada, ordenada por ordem cronológica inversa.
A maioria dos bloggers usam plataformas que não implicam conhecer código HTML ou outros. A facilidade em escrever post atrás de post sem ter que se preocupar com nada mais importante do que o texto, ou as imagens que se colocam nos blogues leva a que qualquer marmelo possa ter um blogue. É fácil e rápido: registo na plataforma (blogspot ou outra), escolha do layout, e post away, é só escrever.
Um blogue é como um diário de que toda a gente tem a chave, ou não, porque também se pode privatizar e dar a chave só a algumas pessoas. E, tal como um diário, não está obrigado a seguir nenhum tipo de escrita, nenhum registo, nenhuma regra, a não ser a que a pessoa quiser. Bem, talvez uma ou duas, de índole legal, mas já vi alguns posts cujos autores não tinham pensado nas consequências de clicar no botão de publicar... A sério, pensem duas vezes antes de se gabarem na net de que saíram de uma loja sem pagar: por um lado fica-vos mal, por outro, correm o risco de a polícia vos bater à porta.
De resto, alguns blogues têm publicidade, a maioria não tem. Os que têm publicidade a mais acabam por perder leitores, porque publicidade é coisa que não nos falta no dia a dia e ler publicidade, parecendo que não, cansa e é chato. Se querem escrever sobre a saia fabulosa da zara que foi uma pechincha, tudo bem, se estão a escrever sobre o produto xpto que vos mandaram pelo correio é capaz de já cheirar mal. Não é fácil escrever um post publicitário que não pareça ter sido encomendado, e quando isso se torna um hábito, enjoa. Além do mais, na minha opinião, os posts publicitários escritos por amadores podem ter um efeito contraproducente para a marca. Eu por exemplo costumava comprar sempre ferrero rocher nesta altura do ano e este ano não só não comprei como até tive uma reacção violenta quando os vi no supermercado (do tipo: blhec, gajos chatos, não quero disso).
Muitos blogues são estritamente pessoais, falam da vida de quem os escreve ou de aspectos do dia a dia. Outros são mais impessoais, ligados à fotografia, cinema, localidades ou outros temas. Outros ainda são profissionais, servem para promover a actividade do autor, ou mostram aspectos menos visíveis de certas actividades profissionais. Cuidado, no entanto, com o que escrevem num blogue sobre a actividade que exercem, há diversos casos de bloggers que foram despedidos por causa do que publicaram na internet. Digamos que nem sempre será a melhor maneira de trocar de emprego.

Isto é o essencial. Não precisam de saber quase nada disto (à parte aquela linha sobre registo na plataforma) para ter um blogue. A parte do workshop é que agora têm que criar um blogue (se não o tiverem), e escrever lá qualquer coisa. E se quiserem por fotos ou vídeos e não estiverem a conseguir sem ajuda, podem perguntar.

Agora passem para cá 40 euros e vão fazer um bolinho. Pode ser este.

09 dezembro 2011

Conversas

Outro dia, um amigo inglês contava que cada nacionalidade tinha o seu tema de conversa "de elevador". Para os britânicos, era o tempo, outros já não me lembro, e para os portugueses era a praia. Pois, a praia é um bom tema, pensei eu, que gosto de praia. E depois encontrei outro amigo, um belga apaixonado por uma portuguesa, que contou que os portugueses estão sempre a falar de comida. De um apreciador para outro, anuí. Sim, a comida é realmente um bom tema, e bem mais imediato que a praia. É que se frequentar a praia depende do tempo que faz, a comida é assunto que estica para o ano todo. Gelados no verão, bolos no inverno, bacalhau, leitão, bife e alheiras. Eu que o diga, que ando sempre à procura da especialidade de cada região. Presunto da serra, pastéis de Tentúgal, ovos moles de Aveiro. Folar transmontano, bolas de azeite, pastéis de Belém (ou pastéis de nata noutros sítios), arroz de marisco. É melhor ficar-me por aqui, que começo já a salivar. Mas o mais interessante é que o tema da comida não se limita à comida em si. Há a procura pelo melhor restaurante, ou o que melhor cozinha certo prato, a procura pelos ingredientes para os emigrados como eu (onde será que se encontra uma couve penca ou galega? e um cacete para as rabanadas?), e a procura da "receita certa". Sim, eu adoro a praia, não passo sem uns dias de férias à beira-mar. Mas comer, isso é todos os dias.

07 dezembro 2011

Os profetas ou a desgraça

Noutra vida, fui conhecida por ser europeísta convicta. A livre circulação de pessoas é genial, a livre circulação de bens também, e a moeda única é algo absolutamente fantástico... Entre a circulação de pessoas e a moeda única até os mais anti-europeístas dos meus amigos se rendiam à evidência de que isto da comunidade europeia era algo que tinha as suas vantagens.
Noutros tempos, também achei que a moeda única faria sentido com sistemas fiscais iguais no espaço europeu. Acho que os estados unidos da europa seriam extremamente positivos para todos os povos envolvidos.
Claro, isto foi antes do último alargamento. Foi antes da Grécia implodir, de o milagre irlandês se transformar num pesadelo, e, principalmente antes de sentir a animosidade dos alemães contra os gregos, portugueses, e o que vier a seguir. Antes de ter a sensação de que os alemães estão a tentar pela via económica dominar a europa inteira - ou os outros países se portam bem ou levam tau-tau. Já nem sequer escondem o desejo de mandar em quem não os elegeu, em cilindrar as constituições e os políticos democraticamente eleitos de outras nações. O poder deles (alemães) é o de emitir moeda e decidir as taxas de juro - o que deixa a capacidade de reagir a problemas económicos dos outros países de rastos. E se antes fazia todo o sentido uma união fiscal (antes, quando a presidência da CEE era rotativa e passava pelos países todos), agora já me cheira a mais uma maneira de aniquilar totalmente a capacidade de resposta a problemas económicos dos outros países. Sem poder emitir moeda, tendo as taxas de juro ditadas por um BCE dominado por um outro país, sem capacidade de adaptar a política fiscal ao cenário económico, com as constituições alteradas a mando de políticos de outras nações, que União é esta?
E que legitimidade têm os políticos portugueses, eleitos pelos portugueses, que nunca antes falaram nestes assuntos antes das eleições, para seguir em frente com a desculpa de que tudo isto é necessário?
Somos Homens ou somos ratos?

(estou farta de ler notícias)

04 dezembro 2011

passatempo XPTO

ha' cada "passatempo" na blogosfera que quase indago ate' que ponto havera' gente que se de ao trabalho de inventar frases para fazer publcidade (de borla) para ganhar uma treta qualquer. E fico-me pelo quase, porque logo me recordo de um concurso, ha' uns anos atras, em que perguntavam a uma audiencia quantas pessoas estariam dispostas a saltar, vestidas, para uma piscina de agua fria. Primeiro ofereciam uma quantia em dinheiro consideravel, ao verem a quantidade de voluntarios foram baixando o valor. Ate' que chegaram a zero. Imaginam quantos malucos estariam dispostos a saltar para uma piscina de agua fria, vestidos, de borla? (nao era verao) Uma data deles.

Portanto, se este blogue tivesse publicidade, este seria o momento em que eu escreveria:

este blogue oferece um fantastico, fabuloso e utilissmo alfinete da marca XPTO a quem for fan no facebook da marca XPTO e escrever a melhor frase incluindo as palavras alfinete XPTO e o nome deste blogue. O alfinete, sendo tecnologia de ponta, e' tao fino que nem se ve, por isso dispenso-me colocar a foto que tirei a mim propria, a usar o fabuloso alfinete XPTO.

(este post foi escrito ao abrigo do acordo ortográfico possível com um teclado estrangeiro e a ajuda possível do corrector ortográfico que não quis cooperar devidamente)

28 novembro 2011

Sem cabeça

Um gajo passa o fim de semana a ler a Economist, a absorver as entrelinhas e a panicar com o fim do euro. Com tanta desgraca anunciada, vai trabalhar vestida com a primeira coisa que veio 'a mao, que por ironia do destino e' uma t-shirt com um grande smiley amarelo sorridente a piscar o olho, e calcas de ganga so' porque nao teve pachorra para procurar algo de jeito durante 5 minutos. Para completar o look? sapatilhas, Nike, giras, velhas (mas bem conservadas), de verao, azuis. E sem pensar muito, porque ha' tanto que fazer e o mais provavel e' ficar fechada sozinha entre quatro paredes a maior parte do dia. E depois, enquanto acalmava do panico do fim de semana (o fim do euro! o fim do euro! o fim da livre circulacao como a conhecemos! o fim da melhor coisa que a europa nos deu!), uma emergencia oficial, e tive que ir a correr apagar o fogo no que ja' me parecia uma m**** de t-shirt de andar por casa e jeans rafados (os meus favoritos!) e sapatilhas que nunca deveriam ter cruzado a porta do trabalho, explicar ao chefe o problema e apontar a solucao (raios para a preguiça matinal, porcaria da t-shirt tinha que estar no cimo da pilha das t-shirts lavadas), resolver o problema e voltar a enfiar-me entre quatro paredes.
E quando comecava finalmente a acalmar do panico (o fim do euro!), a pensar que se calhar os americanos estavam era a exagerar, que apesar do falhanco da emissao de divida alema na semana passada, da italia, da grecia, e dos sucessivos ataques dos mercados a esta aquela e aqueloutra niquice e mais a que se lembrarem a seguir, que caramba, o euro (o euro!) iria sobreviver, porque o euro e' a melhor coisa que veio com a uniao europeia (tanta coisa boa que veio por arrasto com euro), isto.
Vou ali correr em circulos como uma galinha tonta, porque se o euro acaba eu nao sei o que fazer. Bem sei que nao e' o fim do mundo, nem nada que se pareça. Mas sem euro, que raio de coisa e' esta uniao europeia?

24 novembro 2011

É o catano... (mais um post da série "o Louco no autocarro")

A mim apetece-me fazer greve hoje mesmo. Não trabalho em Portugal e não me cortaram os "subsídios" (que nunca tive desde que vim para cá). As prendas de Natal saem do orçamento dos meses de Novembro e Dezembro, a não ser que me antecipe nas compras, o que acontece menos vezes do que gostaria. As lojas estão a abarrotar de gente desde início de Novembro, fenómeno que este ano se antecipou por um mês, pelo que deduzo que por aqui a crise é uma coisa que só acontece aos outros e que serve como desculpa para desancar, principalmente, os gregos. Ainda me lembro das letras garrafais com que se anunciava no verão haver 10000 empregos por preencher na cidade de Munique. As mesmas que usam agora para anunciar, uma e outra vez, que os gregos são calaceiros.
Cresci a ouvi dizer "quem está mal muda-se", e sempre detestei essa expressão. Se quem está mal se mudar, todos perdem. Perde quem se muda, porque vá para onde for irá ficar sempre, eventualmente, mal, e passará a vida a mudar-se, porque nada é perfeito. Perde quem fica, pois apesar de aparentemente ficar a ganhar com a partida do chato, perde a oportunidade de evoluir e melhorar. Ainda assim, ouve-se demasiadas vezes dizer que quem está mal é que deve mudar.
Aqui não é dia de greve. No meu trabalho ninguém está a fazer greve por motivo nenhum. E ainda assim, apetecia-me fazer greve, para protestar. Porque depois de me queixar 5 vezes (só contando as queixas oficiais), estou convencida que ninguém vai fazer nada. Porque acho que tenho razão (tenho a certeza que tenho razão), e porque se deixam passar isto, deixarão passar outras coisas igualmente graves. Felizmente há outra maneira de protestar, que adopta a máxima "se não os podes vencer junta-te a eles". A ideia é juntar-me a eles com mais meia dúzia de pessoas para depois usar a força da maioria - a democracia é uma coisa fantástica.
Mas enquanto espero e não, como forma de protesto, só me apetece fazer greve.

18 novembro 2011

O louco no autocarro II

Enquanto a blogosfera, facebook, e internet em geral se incendeiam por causa de um video sobre cultura geral, eu que ate acho o debate interessantissimo e um bom sinal - caramba, parece que finalmente se comecou a entender que nem tudo o que parece e', e que ha' cada vez mais gente que usa a cabeca para pensar - ocupo-me com um tema que me incomoda mais. Agora passo as horas vagas (minutos, que eu nao tenho assim tanto tempo livre), a investigar a dignidade no trabalho. Algo que os americanos chamariam de assedio, mas que na europa se chama dignidade. Algo que nos EUA bastaria uma pequena chamada de atencao para ser corrigido, e que por aqui... enfim... Acho que vou esgotar o meu credito de queixas oficiais neste tema, mas nao me calo. E se uma queixa (ja' vao em quatro) nao resolver o problema, agarrar-me-ei ao lema "se nao consegues vence-los junta-te a eles" e farei os possiveis por dar cabo do sistema por dentro. Podem-me chamar ignorante tanto quanto quiserem, nao perdem pela demora. Posso ser a unica maluquinha que se queixa, nao porque ninguem esteja de acordo comigo, mas porque mais ninguem tem tomates, mas alguem tem que o fazer e esta nao vou deixar passar.

14 novembro 2011

Surpresa

Este ano estive em Madrid. Entre tapas e passeios, acabei por passar na Porta do Sol, onde se manifestavam centenas de pessoas. Note-se que isto foi meses depois dos protestos dos indignados, numa altura em que havia dezenas de mini grupos que protestavam contra as mais variadas coisas. Tanta gente, e tao variados os protestos que nem dava para perceber bem o que e' que levava tanta gente ali. Cada grupo tinha montada a sua tenda ou barraca, uns usavam fotos, outros grafitis, outros estavam simplesmente ali. De todas as tendas, havia uma que se destacava. Tinha uma zona de donativos, outra zona para outra coisa qualquer, e la dentro estavam meia duzia de pessoas que pareciam bem organizadas, embora nao tivessem muito que fazer (mas isso, tambem nas outras barracas). Acreditem ou nao, era a tenda dos anarquistas. Clara, objectiva, directa. Organizada.

11 novembro 2011

O louco no autocarro I

A propósito da notícia de hoje "grupo de feministas fecha rua de prostituição" (na Suíça).

Já era tempo de as mulheres perceberem que é estúpido "protestar" tirando a roupa. Se chama a atenção? Sim. No entanto chama a atenção para o facto de estarem de mamas ao léu, e não para o que quer que estejam a tentar fazer. Não lhes passará pela cabeça que haja quem continue a fazer seja o que for (usar peles de animais, prostituição,...) que as levou a tirar a roupa, só para que continue a haver protestos destes?
E, já agora, que "feminismo" é este que, para combater a objectificação da mulher, a objectifica?

Se não conseguires identificar o louco no autocarro é porque o louco és tu. Serei eu a louca?

07 novembro 2011

Desanimada

Depois de ler este artigo, defendi violentamente os gregos. Que devem ser um povo trabalhador (como o nosso), que tem gente que trabalha arduamente, que e' mal governado por elites que só estão interessadas em si próprias. Achei indecente que chamem preguiçosos aos gregos, imoral que chamem "salvar os gregos" a emprestar-lhes dinheiro a juros de usura, ridículo que algum povo se ache dono dos gregos e que fale deles como se fossem escoria.
Ate que um grego me fez o relato da situação. Que afinal os gregos estão prontos para que os alemães venham por ordem na casa, que uns funcionários públicos bávaros venham e tomem conta do pais. Que 70% dos gregos são preguiçosos, mas que os trabalhadores das empresas privadas trabalham muito e são de louvar. (Pelos vistos 30% ou menos dos gregos trabalham para o sector privado).
Quase desisti ali mesmo, naquele instante. Se nem um grego defende os gregos...
Mas pensando melhor, se calhar aquele era um dos gregos que levou a Grécia aonde hoje ela esta.

14 outubro 2011

Mais quê?

Ontem almocei com um amigo da faculdade que está por cá de férias. Férias que devia ter gozado em 2010, mas que por causa do trabalho (em Portugal, não cá) teve que adiar. E que me explicou que trabalha 10 a 12 horas por dia, no mínimo, e que apesar de estar de férias, logo às 8 da manhã tinha recebido um telefonema de trabalho que atendeu e que prontamente resolveu o problema de quem o acordou àquela hora. Engraçado, ontem à noite, um senhor engravatado ter ido à televisão dizer que os horários de trabalho têm que aumentar. Mais quê, já agora?

Querida Pátria
(ou: pobres e mal agradecidos?)

Não te queixes do calor. Já cancelaram os fundos para o aquecimento.

06 outubro 2011

O interesse

Há uns anos, fiz um curso de quinze dias que deixou o professor pasmado. Ele comentava com quem o tinha convencido a dar aquele curso que nas suas aulas normais os alunos não estavam atentos (não seriam todos, acrescento eu), tinham pressa de ir embora, não manifestavam grande interesse pelo assunto. E ali estava ele, a mesma pessoa, com um grupo de alunos diferente, cada aluno com um background completamente diferente do do lado, de diferentes nacionalidades, e a situação era quase o reverso do que o que este professor estava habituado. A atenção era total, o interesse também, e quando o tempo terminava nenhum dos alunos arrumava as coisas para ir embora, antes continuava o trabalho que estava a fazer, ou a tirar as dúvidas que tinham surgido, e depois, muito lentamente, depois de serem relembrados várias vezes que a aula tinha acabado, lá arrumavam as tralhas e seguiam para o ponto seguinte do programa (o jantar!).
Até hoje estou convencida que a diferença era que todos estes alunos tinham escolhido aquele curso, aquele tema, porque à partida estavam interessados nele. Não porque os pais os tinham obrigado a ir para ali, não porque sentiam que aquilo era um passo necessário na vida (não era), não porque lhes fosse dar melhores perspectivas de emprego (mas talvez ajudasse), não por nenhuma razão externa excepto o gosto pelo tema. Era um curso extra curricular, numa língua estrangeira para todos, com gente que não conheciam, com promessas de festa à mistura, mas suficientemente técnico para suscitar interesse por si próprio. E durante aquelas semanas aprendemos uma data de coisas sobre as quais não tínhamos a mínima noção à partida, desfrutámos da aprendizagem, fomos a festas todas as noites, e fizemos um professor muito feliz.

02 outubro 2011

A apanhar maçãs

Ter uma macieira carregadinha de maçãs a dar sopa é a desculpa perfeita para subir a uma árvore pela primeira vez desde anos, e fingir que se tem um propósito para além de simplesmente trepar por ali acima. Na realidade, a fruta foi apanhada recorrendo a um utensílio que até agora desconhecia, uma espécie de pau telescópico com um aro redondo com dentes a sair por um lado e um saquinho do outro, mas ainda consegui apanhar duas empoleirada lá em cima. Esta árvore não foi podada de modo a facilitar a subida de humanos, disse eu, e desci dali com as duas maçãs a justificar o comportamento de macaco. Quatro baldes depois, pergunto-me, o que é que se faz com tanta maçã?

(Só me lembro de uma coisa, levar para o trabalho e anunciar que há maçãs biológicas para quem quiser, rir-me do termo bio, porque nada é mais biológico que maçãs que cresceram numa árvore que não só não viu produtos químicos como não foi regada nem podada...)

Já agora, alguém conhece uma boa receita de tarte de maçã? :)

18 setembro 2011

Sobre conduzir do outro lado da estrada

De vez em quando a mão direita vai direitinha `a porta do carro, porque e' ali que costuma estar a alavanca das mudanças. Ir pelo lado esquerdo da estrada não e' tão mau, porque o cérebro lembra-se que o condutor costuma estar no centro da estrada e o lugar do condutor mudou. As rotundas felizmente tem placas triangulares antes e depois, o que acaba por facilitar. 400 yards e' já ali, seja la' quanto isso for. Mas o mais esquisito são os mini-sinais a indicar as velocidades máximas nas estradas fora das localidades.
A conduzir devagarinho, just in case. Mas uma coisa e' certa, isto e' divertido.

17 setembro 2011

Para o que me havia de dar

Estou que nem posso, pelo que a história é curta. Fui à cabeleireira (odeio, odeio). Disse uma frase da qual me vou arrepender nas próximas semanas todas as vezes que me olhar ao espelho. Parece-me que vou passar a usar chapéu. Incluindo debaixo de tecto. Sugestões?

04 setembro 2011

Para matar saudades

Para matar saudades, antes de dormir passo uns momentos a olhar para o Porto. A ponte D.Luís, a ribeira, três rabelos, o rio, as luzes da noite. A vista do meu quarto, à noite, com a persiana corrida, é essa. Comprei-a no Ikea há uns dias, e o melhor de tudo foi que no momento da descoberta ("Olha! Um quadro do Porto", dizia eu) um alemão muito excitado descobria-a também. E dizia à namorada (?) "É o Porto! É o Porto!", e pegou no quadro-foto e levou-o para a mãe dele. É bonito. A foto é bonita. E é bonito, da parte do Ikea, trazer um bocadinho de mim até cá.

31 agosto 2011

Então é assim ;)

Ainda ontem estava na praia, a ouvir os mais ou menos imaginativos vendedores de bolas de berlim, a recordar os pregões dos vendedores de jornais (correio da manhã! diário de notícias! o jogo!) que devo ter ouvido pela última vez há uns 20 anos ou mais (ai a velhice!), a apanhar sol a horas que não se deve e ler (ver) mais revistas do que é aconselhável, e agora estou aqui.
Podia fazer um resumo.
Contar a história do Anderson, o vendedor de bolas de berlim fabulástico que anima(va) a praia todos os dias com as suas cantorias, pregões, bolas de berlim (com creme, sem creme e de chocolate), e que regularmente era brindado com uma salva de palmas. O Anderson que até tem um clube de fãs no facebook (procurem por bolinhas light), e que ao meio dia anunciava que se ia embora, quem quisesse dormir que aproveitasse pois ele regressaria às quatro para acordar todo o mundo. E depois, podia recordar os vendedores de bolas de berlim de outras praias, os que dizem que a ASAE não os deixa vender bolas com creme... (bola sem creme, para mim não é nada) Anderson, és o maior. Tão bom que enquanto outros vendedores se arrastam pela praia e vendem uma bolinha aqui, outra ali, o Anderson despacha duas malas térmicas em três tempos, e ainda tem uns miúdos que lhe vêm trocar malas vazias por outras cheias, que isto de vender bolas de berlim é para quem sabe e tem amor à arte (a arte deve ser a da cantoria). Desde o "amanhã de manhã", o "de quem será o filho" e outros êxitos adaptados à temática bolas de berlim, o pregão "quem comeu, comeu, quem não comeu, perdeu" vão ficar gravados na memória por uns tempos... Ainda agora me vim embora e já estou com saudades das minhas bolinhas light que não engordam... LOL (não faço ideia o que é que as tornava light, mas lá que eram uma maravilha e não engordei... :P)
Podia falar da desgraçada da crise, e das tantas medidas que andam a ser anunciadas diariamente e dizer que com tanto pau, não sei como é que o pessoal se aguenta, mesmo com sol e praia. De onde deduzo que devia ter evitado os jornais, que olhos que não lêem notícias dessas, coração que não sente...
Podia discorrer sobre o maldito acordo ortográfico, por causa do qual não reconheço palavras e por vezes nem descubro a acentuação (como é que se lêem certas palavras) para depois poder perceber que palavra é que é. E também podia dizer que há jornalistas que escrevem tão mal, e ninguém os corrige, com acordo ou sem acordo, que me custa a compreender como é que continuam a trabalhar para publicações em que a rainha deveria ser a palavra escrita. Deve ser a crise, às tantas pagam-lhes pouco ou nada e os pobres ficam sem tempo ou motivação para não assassinar a língua.
Também podia só dizer que não devia ser permitido usar o photoshop em fotografias de catálogos. Estou piursa porque uma carteira que apareceu em meia dúzia de revistas e na net vinha habilmente fotografada e photoshopada, ao ponto de as cores serem mais claras e brilhantes... quem a vê ao vivo quase nem a reconhece. E se fosse caso único...
No entanto estou com uma dor de cabeça que não posso, deve ser a aclimatização ao outono repentino... isto das viagens de avião tem as suas desvantagens. Como tal, não vou escrever nada. Isto há-de tudo passar.

11 agosto 2011

Isto anda lindo

Acordei e fui à procura das toalhas novas que comprei. Não me conseguia lembrar onde é que as teria guardado. Mais tarde, a realidade atingiu-me, as toalhas tinham sido compradas durante a noite. Em sonhos.

28 julho 2011

Investimentos

Devo ter um chip errado. Escreve-se por aí que a roupa é um investimento. Eu até gostava de ver alguém dizer isto sem se rir. Que comprou as calças XPTO como um investimento, porque aquilo, está-se mesmo a ver, com as lavagens e o uso só vai valorizar. Um investimento com retorno garantido. Mas se calhar estou a interpretar mal o termo investimento. Se calhar o investimento é na economia: do género alguém paga um salário a alguém, que usa esse salário para comprar coisas cujo valor irá rapidamente baixar após a compra, mas quem recebe o dinheiro ao menos pode pagar aos funcionários, e à fábrica, e a renda, e sabe-se lá mais o quê. Sim, um investimento na economia em geral. Deve ser isso.

E eu que achava que um investimento era algo em que depositávamos a confiança de que mais tarde recebêssemos mais (de preferência) do que o que tínhamos investido. Suponho que este seja o efeito imediato do rating da Moodys, já que tudo é lixo e não há confiança nos investimentos mais tradicionais, o melhor é mas é gastar o dinheirinho porque assim ao menos ficamos na mão com algo que se veja. Nem que sejam umas calças que desbotam na primeira lavagem.

Silly season

Comprei um vestido giríssimo no fim de saldos (uma pechincha, mesmo) e tive que tirar o verniz das unhas menos de 24 horas depois de mo terem colocado porque comecei a roer as unhas. Ou então era o verniz que não valia nada. Se estivesse calor, isto seria mais silly ainda... Tenho saudades do verão!!!

Dorian

Estas férias devo ter lido o número mínimo de livro de sempre. Acabei o "The Road", porque era emprestado e já o tinha à meses na casa de banho. Sou demasiado rápida na casa de banho e aquilo não chegava ao fim lendo duas páginas de cada vez. Verdade seja dita, também não estava a achar grande coisa até que cheguei a cerca de um terço do livro, que é quando finalmente começa a acontecer alguma coisa. Não foi mau, acaba relativamente mal (não gostei, mas também acho que não havia alternativa melhor), e não recomendo vivamente - só moderadamente, mais, se tiverem alguém que empreste :P.
E depois li "The picture of Dorian Gray", em inglês porque foi assim que o encontrei na FNAC a um preço pequenino. Fabuloso do princípio ao fim, tirando umas 3 páginas que me pareceram estar ali a encher chouriços (pode-se dizer isto do Oscar Wilde? imagino que sim, é a minha sincera opinião...) e que acabei por ler na diagonal. Mas sim, fabulosa, a história, a maneira como é contada, a obcessão pela beleza e o tormento interior do rapaz. Em certas ocasiões, à medida que a história se desenrola vê-se mesmo o que vai acontecer a seguir, como naqueles filmes em que já sabemos que o mau vem aí e a rapariga devia era já estar a fugir porta fora, mas ainda assim, excelente. Fabuloso. Ainda não consegui pegar noutro livro porque aquele ainda me ocupa os pensamentos. E ainda para mais, sei de um retrato que podia ser a versão final do de Dorian Gray. Spooky...

05 julho 2011

Em campo

No campo nunca dói nada. Um murro no pescoço, um remate com força nas canelas, caneladas, quedas, boladas no nariz. Não foi nada, nunca é nada. Mais tarde, quando ninguém vir, é que se sente a dor, o inchaço, as nódoas negras. Ainda assim, volto sempre para mais.

19 junho 2011

O-O

Há uns anitos que tenho um netbook cujo sistema operativo é Linux. Eu de Linux percebo pouco, muito pouco, mas quando comprei o bichinho os 50 euros a menos, comparativamente à mesma máquina com o sistema operativo das janelas ;), para além da rapidez ao iniciar e fechar o computador, pesaram. (E só depois me lembrei de outras vantagens, como o não precisar de anti-vírus e o facto de, ao longo dos meses e anos de uso, a máquina nunca ter ficado mais lenta, o nunca ter apanhado um trojan que me obrigasse a formatar o disco e me fizesse perder horas e paciência.) Uso o meu computadorzinho principalmente para ir à net a partir do sofá, quando estou em viagens, mas também para trabalhar, só porque é tao mais rápido que os laptops do trabalho, uma velocidade estonteante em comparaçao.
E depois há a desvantagem, que tem a sua graça e lado positivo também. É o não peceber nada. É de cada vez que preciso de uma coisa qualquer andar às aranhas. Ao início muitas vezes - que me lembre, para configurar o teclado (sistema operativo em inglês, mas teclado alemão que ele não descobriu sozinho, e ainda assim fiquei toda contente por ter a escolha, que o windows não me teria dado), para instalar o skype, para fazer upgrade para o firefox 3 (vinha instalado o 2).
Já há imenso tempo que não tinha que fazer nada de especial - era usar e pronto. O firefox updatava-se sozinho (LOL, sim, actualizava-se sozinho). Até agora. Com o Firefox 4 clicar no botão não chegou. Pelo que voltei a andar às aranhas, a pesquisar no google, a procurar nos fóruns. Desta vez foi um bocadinho mais rápido. Porque já sei o mais básico (Alt+F2 e escrever xterm para abrir um terminal), que nos primeiros dias não sabia. Porque sei que o "macles" é dos sítios com mais informação e mais fiável - não sei onde está, mas a minha pesquisa no google há-de encontrá-lo na primeira página de resultados.
E o mais engraçado é que quase me sinto geek a escrever linhas como 
wget -N http://kojipkgs.fedoraproject.org/packages/gcc/4.3.2/7/i386/libstdc++-4.3.2-7.i386.rpm

(Escrever mesmo, não copiar e colar, que para ver como isto se faz é preciso usar outra máquina que eu sem firefox no Linux nao sei (ainda) ver páginas web).
Quase, porque nem sei bem o que aquilo significa. (mas faço uma ideia). E a sensação dura uns meros segundos porque ainda há pouco tinha passado praticamente uma hora a tentar configurar os MMS do meu telemóvel marado e nao consegui. Not geek enough... No fundo, aquilo que me prende a este computadorzito, que começa a ser grande para o hardware que tem lá dentro (os modelos mais modernos são quase o mesmo, mas significativamente mais magrinhos) é mesmo este lado de geek. Se o trocasse por outro, estaria a trocar o meu Linux (já alterado para mim), por um windows, com a obrigatoriedade de usar um anti-vírus, as chatices das línguas, o progressivo arrastamento da máquina ao longo do tempo que se usa, o software que instalaria e o que se instalaria a si mesmo. E, da mesma maneira que tenho algumas saudades do MS-DOS, dos terminais de texto com écran preto e letras verdes onde via o mail com o pine, um dia terei saudades desta sensação de poder fazer uma coisa que nem toda a gente é capaz. Também a tenho com outras coisas na minha vida (tantas, na verdade), mas esta é especial.

E já que o motivo que me levou a fazer este post foi o update para o firefox 4 no meu acer aspire one com linux, se alguém cá vier parar ao engano, pode seguir este link que o macles tem a solução do problema.

18 junho 2011

Dos sapatos

Tenho uns sapatos novos, fantásticos, da Zara. Prenda de anos, 12 cm de salto, com plataforma que é para não cair dali abaixo, 3 cores (laranja, rosa e vermelho, sim, são lindos), e claro, no primeiro dia em que os usei deram-me cabo dos pés. Exagero, vá, foi só uma bolhinha que nem rebentou, mas o suficiente para no dia seguinte andar de sapatilhas. E depois, o dilema, o que é que eu calço? A vontade de andar de sapatilhas é pouca (não gosto de usar com saia, e está calor para andar de calças)... pelo que tirei do armário os sapatos do ano passado porque eram os mais confortáveis (bem, havia mais uma opção mas como eram sandálias com tiras mesmo no sítio da bolha, passei). Uns meros 10 cm de salto, também com plataforma à frente. E aí acendeu uma luzinha na minha cabeça, se os sapatos mais confortáveis que tenho são de salto bem alto, algo está errado no meu armário. Onde andam os sapatos rasos?

09 junho 2011

Números

Hoje já nasceram 132 portugueses, e morreram 141. (pordata)
Na Baviera há 13 feriados por ano. Tenho a impressão que se esqueceram de algum... (aqui)

08 junho 2011

Ligações

Para quem dá voltas por aí, de computador na mão e sempre à procura de ligação à net...
No ano de 2011 estaria à espera que houvesse, por todo o lado, ligação sem fios, fácil, prática e rápida, e de preferência a um custo baixo. Infelizmente não é tão simples quanto isso, e às vezes há truques que nos levam rapidamente a mil novecentos e noventa e tal... Há locais onde o acesso à net sem fios é pago, e o acesso com fios é grátis (não me perguntem porquê, não faço ideia) . A maioria das pessoas que têm acesso Wi-Fi nos seus aparelhos não transporta consigo um fio para se ligar, por isso isto é só para gente prevenida. Ainda para mais, descobri isto por via da necessidade ;), os cabos de ligação à internet (com fio) não são os mesmos em todos os países. Se têm um cabo que funcione em Portugal, aqui não encontram onde o encaixar, já que as fichas têm formatos diferentes. Estava a ver o tipo de ligações que há, e só encontrei isto, um site onde mostram as ligações telefónicas, que não é bem a mesma coisa. Dizem-me que França, Alemanha e Bélgica (pelo menos) usam a mesma ligação. Deve haver adaptadores, mas não pesquisei.
De qualquer forma, para já estou despachada. Vou meter um cabo de ligação à net na mala.

(Freebie: quando se forem meter num avião no aeroporto do Porto, levem o cabo para se entreterem enquanto esperam. É grátis, só têm que ir prevenidos, e até há tomadas de electricidade e tudo.)

11 maio 2011

E por falar em roupa

Ultimamente as minhas t-shirts de algodão  aparecem com buracos. Buraquinhos, um ou dois, muito pequenos, pouco maiores que uma picada de alfinete ou agulha. Suponho que se fossem traças os buracos fossem maiores, e afectassem outras peças de roupa, e por isso o mistério continua por resolver. Talvez seja a máquina de lavar, mas, mais uma vez, porquê apenas as t-shirts? E porquê só as minhas? A roupa do resto da família não sofre do mesmo mal... Discriminação é o que é. Às tantas tenho bichos que se alimentam de um tipo específico de tecido precisamente no meu armário.

Ultrapassar a crise

Horas depois de me render às compras online (mango e zara, atenção, nada que seja propriamente território desconhecido), descubro este blogue. A ideia é fantástica, e parece-me que a autora tem roupas melhores que as minhas (suponho que seja o efeito "galinha da vizinha"), o que é genial por diversos motivos (por exemplo: aproveitar roupas fantásticas, poupar dinheiro em compras desnecessárias, avaliar o que é realmente necessário, brincar com a situação, usar os recursos melhor). Eu ainda estou a recuperar de não ter comprado roupa praticamente nenhuma durante dois anos (gravidez e pós parto) e ainda estar a substituir camisolas com borboto e calças que aparentemente encolheram, e assim me justifico não me meter numa coisa destas, mas gosto muito da ideia. Quase tanto como aproveitar o aniversário para obter patrocínios para as minha compras online. :-)



(Entretanto, na Alemanha, parece que a economia vai de vento em popa.)

29 abril 2011

Parar é morrer (?)

Isto é do caraças. Uma pessoa passa dos trinta, e de repente parece que o mundo se organizou para se pôr a dar palpites sobre o que se pode ou não fazer. Era só o que faltava. Não é que isso me vá impedir de fazer seja o que for, afinal de contas lá porque o mundo está errado isso não quer dizer que tenha que guardar a sua opinião para si próprio... da mesma maneira que eu dou a minha quando me apetece.
Começa assim.
Querido mundo.
Lá porque já passei os trinta, isso não quer dizer que esteja a ter uma crise de meia idade só porque tirei a carta e comprei uma mota. (2500km de prazer absoluto até agora) Afinal de contas, tenciono viver bem para lá dos 60 anos. Se pensares bem, até os governos estão a contar com isso, e aproveitam para convencer a malta da minha idade que vai ter que trabalhar até lá para os 70. Toma lá esta.
Lá porque tenho um emprego estável (e fantástico) não quer dizer que não tenha que aprender mais nada. Mais ainda, isso não é razão para não me dedicar a coisas que não têm nada a ver com o meu trabalho. Lá porque me apeteceu tirar a carta de marinheiro isso não confirma que esteja numa crise de meia idade ou algo que o valha. Além do mais, se fosse pela adrenalina ficava-me pela mota. Ou tirava o curso de paraquedismo e nas férias ia para o campo saltar de um avião umas 20 vezes ao dia em vez de ir para a praia com os miúdos, como as pessoas "normais".
Por falar em paraquedismo.
Já agora, se eu tivesse feito o meu salto tandem depois dos trinta, será que isso também contaria como crise de meia idade? Qual é a tua, pá, que dualidade de critérios é esta?
Querido mundo, a minha vontade de morrer é menos que zero. É por isso que uso o equipamento de protecção completo quando ando de mota, e me arrepio toda quando vejo passar um motoqueiro (sim, que um motard não se veste assim) de pernas ou braços ao léu, a tentar a sorte. Mas também é por isso que tenho de fazer coisas novas. Experimentar comida que nunca provei. Ouvir música que nunca tinha ouvido antes. Ir aonde não fui. Conhecer quem ainda não conheci. Que é para não morrer por dentro muito antes de exalar o último suspiro.
Se não gostas... azar o teu.

26 abril 2011

De boca aberta

Já repararam que pelo menos em revistas e na publicidade em geral, as mulheres aparecem quase sempre de boca aberta? (Aberta, semi-aberta, vai dar ao mesmo.) Há uns tempos estava a folhear uma revista e até contem: 9 em cada 10 fotos a mulher retratada tinha a boca aberta. Nas produções de moda (portanto, mais de uma fotografia da mesma pessoa) a posição da cara até era a mesma - duas ou três variações, com uma pose facial claramente favorita. Nos catálogos de venda à distância a mesma coisa. Nos emails das lojas de roupa, idem. Se calhar sou eu, que como não ando a tirar fotografias às pessoas sem mais nem menos, não reparo que talvez haja uma tendência natural para abrir a boca quando a câmara está prestes a disparar. No entanto não me parece. Tirando quando estamos a comer, ou a falar, ou a beber, ou, literalmente de boca aberta, não me parece habitual ver para dentro de tantos lábios assim sem mais nem menos. Deve ser muita fome. Se calhar estão à espera que alguém lhes dê de comer...

30 março 2011

15C e sol

Quinze graus não é assim tanto. Mesmo com sol. Mas é bom. Perfeito por trás da janela. Perfeito á frente da janela. Fantástico, só por ser assim.
Adoro a primavera. É a minha estação do ano preferida, até porque logo a seguir vem o verão (gostaram da lógica?). Deve ser porque gosto de inícios, e a primavera é o início do bom tempo, e de tantas coisas boas que vêm umas a seguir às outras até à próxima mudança de hora (não, porque depois vêm as abóboras, e o natal e a passagem de ano, e também gosto disso, mas em quantidade, há muito mais coisas que aprecio no tempo mais quente). Desde a fruta, o sol, as férias, o mar, o azul do céu, o quentinho, a roupa mais leve, os sapatos abertos. A energia extra.
Vera, és a minha prima preferida. (eheheh, não há primavera que não venha com esta piadinha)

28 março 2011

Se tivesse muitos livros

arrumava-os por cores.
Só porque sim, porque algum critério se há-de usar, e ao menos assim, ficava giro. Mas não tenho muitos livros. Ter até tenho, mas desaparecem-me de casa, dão a volta pela família, alguns pelos amigos, e no fim vão parar à estante da minha outra casa (que não é minha) do meu outro quarto (que não é meu), juntamente com tantos outros livros que já deram a volta às mãos todas. Ou então vão parar a sítios que eu não conheço, perdidos nas suas andanças. Só ficam os que ainda não li, mais um ou dois que ainda não tiveram oportunidade de se pôr a andar.
Gosto de livros. Na mesa de cabeceira, nos corredores, nos quartos, na sala, na cozinha. Na casa de banho só os tolero.
Ficassem eles pela minha casa e arrumá-los-ia por cores.

13 março 2011

Encolher, encolher...

Sempre que quero diminuir o tamanho de uma imagem - quer seja para mandar pela net, ou para colocar numa moldura digital, ou por qualquer outro motivo - tenho sempre um trabalho imenso. Abrir programa de edição de imagem, escolher a edição de propriedades, diminuir o tamanho, gravar. Repetir para a imagem seguinte. É uma tarefa entediante, principalmente quando trata de muitas imagens.

Descobri há bocadinho um programinha fantástico chamado Fotoframe que serve, basicamente, para diminuir imagens para o tamanho 800x600. É só seleccionar a directoria de origem, escolher a de destino, e as imagens são todas redimensionadas com, praticamente, um clique. Básico, mas perfeito.

11 março 2011

Precisava de um candeeiro..

... entre o IKEA e a loja de design, passando pela Tchibo (vendem café e tudo o que se pode comprar por catálogo, mas por tempo limitado) onde me fecharam a porta no nariz - literalmente - às 16:05 num sábado, fui parar ao OBI. Que é uma espécie de Mestre Maco ou Leroy Merlin. (O que eu gosto mais no OBI são os quadros. Tenho-me contido, no entanto, e só tenho um, que até é uma fotografia relativamente pequena de duas chávenas de café com espuma de leite, mas que me faz companhia ao pequeno-almoço. Quase que fala comigo, aquela foto.) Quando encontrei um candeeiro de que realmente gostei (base + abat-jour) a menina informou-me simpaticamente que não havia aquela base mas podia encomendar. Apanhou o choque da vida dela - pelo menos pareceu - quando lhe respondi que não valia a pena, não tencionava voltar àquela loja. Parecendo que não, fica muito fora de mão e a minha vontade de me meter em lojas gigantes é nula. Se a loja de decoração perto da minha casa estivesse aberta depois da quatro aos sábados, era lá que tinha ido, mesmo que a brincadeira me tivesse saído um bocadinho mais cara. Sempre gostava de saber como é que estas pseudo lojas que não percebem o conceito de "porta aberta" ou "vender" e têm preços relativamente altos sobrevivem.
Já moro aqui há uma data de tempo,e ainda assim às vezes aprendo de rajada uma data de coisas estranhas sobre Munique. Apesar dos 1,3 milhões de habitantes, as lojas mais giras e únicas fecham às quatro ao sábado (para mim faria mais sentido que abrissem a essa hora). É relativamente complicado encontrar um restaurante que não seja fast food a um domingo à noite, mesmo no centro. Na terça de Carnaval a grande maioria das lojas estão fechadas a partir do almoço. E uma das coisas que mais gosto é comprar um gelado na janela de um restaurante italiano e comê-lo na rua, ao sol. Mesmo que ainda seja Inverno.
Ao fim de uma data de anos, começo a apreciar que as lojas fechem aos domingos. Dois dias como os sábados seria muita confusão - e na verdade é possível sobreviver com um dia de sossego. Ser obrigada a fazer as compras nos outros dias tem as suas vantagens - é como que um incentivo para fazer outras coisas ao domingo. Passear. Ver uma exposição. Andar de bicicleta. Ir a uma das muitas piscinas. Fazer bolos com os miúdos. Levá-los ao parque (um deles!). Difícil é escolher.

10 fevereiro 2011

Deixem-me dormir

Hoje perguntaram-me se tinha tido problemas a nascer. Até pedi para repetir a pergunta de tão incrédula que fiquei. Já me perguntaram muitas coisas estranhas, mas esta é das mais estranhas. Sei lá. Já foi há tanto tempo, e eu era pequena. Provavelmente estava mais preocupada com pensamentos do tipo "o que é aquela luz" e "porque é que está tanta gente a olhar para mim", e "onde é que está aquela voz que costuma fazer-me companhia" e "bem sei que é primavera mas tenho frio. e fome.". Problemas a nascer. Não mais que toda a gente, os mesmos de toda a gente.

Tão diferentes, tão iguais

A desigual abriu uma loja ali no centro comercial (só há 3, e não são grande coisa, e fecham às 8 da noite e estão fechados aos domingos e feriados). Vendem roupa tão diferente que é toda igual. Aqueles casacos têm todos os mesmos cortes, tecidos de padrões diferentes, e facilmente identificáveis. Tanto trabalho para se distinguirem e afinal são tão monótonos. (Era capaz de apostar que não há uma pessoa a vestir roupa deles que não salte à vista um "olha, comprou aquilo na desigual". É como comprar mobília no IKEA.)

19 janeiro 2011

o youtube e a música

De há uns tempos para cá, a minha frustração com o youtube tem vindo a aumentar exponencialmente. E eu nem sou grande utilizadora do youtube, no sentido de pesquisar por lá algum vídeo em particular. O que se passa é que recebo alguns links de outras pessoas, por mail ou facebook (mais no facebook, até), e depois, vai-se a ver e não dá para ver o conteúdo. Suponho que dependa de país para país, e que isto se passe principalmente, se não exclusivamente, com os vídeos de música. E não só é extremamente frustrante, como, parece-me, uma perda para todos. Por exemplo, há uns tempos comprei um CD duplo dos beautiful south. Gosto muito de uma música que lá está, chamada prettiest eyes. Ora, o que eu faço (fazia!) às vezes quando me apetece ouvir uma música e tenho internet à mão, mas não o CD, e não me apetece andar a procurar a versão digital, vou ao youtube e ouço a música. E à conta disso, há uns tempos vi o vídeo, suponho que o original dessa música, no youtube. Bem, na altura dava para ver o vídeo. Adorei, já nem tanto pela música, mas porque foi feito em Lisboa, maioritariamente numa barbearia das antigas. Agora não há vídeo para ninguém. A música, encontra-se de muitas formas. Os vídeos, nem tanto. Os vídeos, não estão, normalmente, à venda. Eu, por ter comprado o CD, não tenho nenhum direito a nenhum conteúdo extra na internet. Sinceramente, por estas e por outras, parece-me que isto não augura nada de bom para as grandes editoras. Eu não sou a única que não ouve rádio nem vê a MTV. Se não posso ouvir música nova (que para mim é nova, independentemente do quão recente é) da única maneira que ainda tinha acesso a ela, então vou comprar menos música. E eu nem gosto de comprar conteúdos em bits e bytes, prefiro dar dinheiro (mais ou às vezes até menos, ironicamente) por algo que posso tocar, sentir com os meus dedos, colocar nas estantes a acumular pó, ver o efeito, usar como decoração, partir a caixa.

Voltando atrás. Há maneiras de copiar vídeos no youtube, enquanto eles se encontram disponíveis. Isso não me interessa, não faço colecção de conteúdos digitais. Aprecio a disponibilidade da internet, o armazenamento central da informação disponível, teoricamente, para todos. Por muitas vezes que pudesse ver os 3 minutos de "prettiest eyes" no youtube, a verdade é que se tivesse copiado o vídeo para o meu computador nunca mais tinha olhado para ele. É que nem sequer tenho paciência para vídeos engraçados que durem tanto tempo. É uma pena que as editoras de música tenham uma abordagem tão agressiva ao copyright - como os miúdos pequenos agarrados a um brinquedo que nem querem, gritando "é meu" só para que os outros não brinquem com ele. E, sinceramente, parece-me um tiro no pé. Eu não vou comprar o vídeo só porque ele (já) não se encontra disponível - nem saberia como o fazer. E se nunca tivesse estado disponível, nem saberia da sua existência, nem estaria aqui a escrever este post. Sinto-me como se um dos meus quadros favoritos tivesse sido roubado de um museu.

10 janeiro 2011

Dos elogios

Começa o ano, e com ele as saudações de feliz ano novo a toda e qualquer pessoa conhecida logo que nos vejamos. Pois, bom ano e tal. Mesmo que hoje até só me apeteça dizer bom dia.
E depois o entusiasmo de ver algumas pessoas. E o choque. Quando disse a dois amigos que gostava das camisolas deles (porque são coloridas, mas sem ser folcóricas, e me pareceram novas) os outros três que estavam com eles ficaram chateados. Então o que é que a minha camisola tem de errado? perguntou um deles. E o outro, que estava de camisa, o que é que as camisolas têm de tão especial? Que homens tão sensíveis. A partir de agora, a ver se me lembro de só os elogiar em privado.

04 janeiro 2011

2010 em livros

Além dos livros emprestados, que por não me terem ficado na memória, não devo ter achado grande coisa, 2010 foi assim:
A viagem do elefante leu-se bem até ao fim, mas sem grande entusiasmo. Suponho que dado o protagonista não deveria ter esperado muito mais. De qualquer forma aprendi que os elefantes barrem, do verbo barrir, pelo que nem que seja só por isso já valeu a pena a leitura. O Diário de Carrie não parecia muito promissor ao início, mas no fundo até tem a sua graça, embora esteja cheio de estereótipos que não me dizem nada (mas melhora, à medida que se vai lendo). Depois comecei o amante de Lady Chaterley, e, para livro pseudo-erótico, achei-o muito filosófico, pelo que está em standby (é que nem cheguei às cenas tórridas, acho eu, só passei por uma muito... deixa cá ver... comedida), e entretanto comecei e já quase terminei o livro do Markl, a Caderneta de Cromos, que, já agora, tem meia dúzia de erros de palmatória (como aquela em que se refere à letra da Anita do Marco Paulo como sendo do José Cid - sim,o José Cid também tem uma "Anita", mas é outra) (e já agora, eu fiz a colecção de cromos do Dartacão e estou capaz de apostar que já vinham com cola...).
Em Novembro li a Mini-shopaholic, que suscitou a curiosidade das recepcionistas da clínica onde tive que ir (também queriam ler, eheheh). Bem, a verdade é que eu estava tão absorta na leitura que nem as ouvi chamar-me. :) Quanto ao livro, é mais do mesmo, Becky Bloomwood a fazer o que faz sempre, por a leitora a arrancar cabelos com tanta parvoíce e buracos que vai escavando cada vez mais fundo até que no fim um grande golpe de sorte a salva.
E no verão, que me lembre, foi o Julie & Julia. Não vi o filme, gostei do livro, embora dele leve a lição de não comprar livros de bolso, pela letrinha pequenina e, pior que isso, se estiverem impressos de forma que se torna difícil ler as palavras junto ao meio do livro.
Também comecei o "Chasing Harry Winston" (esqueci-me do título em português, li em inglês), mas achei-o muito tonto, muito parvo, muito fútil, muito irritante, e abandonei-o sem contemplações antes de sequer chegar a meio.
E comecei o "The Road" que é a minha leitura de casa de banho... como eu na realidade não leio na casa de banho e o livro não me entusiasmou o suficiente para o levar para a cama ou para o sofá, suponho que nunca lhe chegarei ao fim.
E antes disso ainda enfardei com os três livros da Lisbeth Salander todos seguidinhos que aquilo são calhamaços do mais viciante que há, só tenho pena que não haja mais. E foram os livros que mais gostei em 2010.