28 setembro 2009

12 horas

Quão difícil pode ser comprar um bilhete de avião? À partida, pouco. Para alguém que já planeou tantas viagens como eu, para mim e para outros, custa a acreditar que possa ser uma tarefa complicada. Desta vez, foi. Uma data de sites que não deixavam efectuar o clique final da compra (incluindo o da Air China), e teimaram em funcionar mal, até que, depois de muita persistência, quando já me começava a render à evidência que talvez tivesse que voar para Hong Kong e depois ir de ferry para Macau, ou então ir a uma agência de viagens que fizesse esta pesquisa toda por mim, lá consegui. Aleluia. Macau here I go. (A não ser que precise de um visto e não mo dêem. Batam aí na madeira, se fazem favor.)

(Já agora, um grande obrigado ao tripadvisor que através da expedia - que não me deixava fazer o que eu queria - acabou por me resolver o problema.)

Pergunto-me

O que será necessário para que alguém deixe de se importar com os resultados de eleições.

Complicado...

Vou a Macau. Ou melhor, estou a planear a ir. Quer dizer... inscrevi-me numa conferência que se irá realizar em Macau. (ponto 1, check) Teoricamente, para visitar Macau não preciso de visto, já que sou portuguesa, só que o avião fará escala em Pequim. Será que faz falta um visto só para sair de um avião e entrar noutro? Eu diria que não, mas não sei o que é que as autoridades chinesas pensam sobre o assunto. (ponto 2, ?) Tenho que verificar onde anda o passaporte e quando é que termina a sua validade, mas penso que deve estar em ordem. (ponto 3, ?) Já tentei comprar o bilhete de avião na internet, mas depois de ter escrito todos os dados e clicado no botão que torna a coisa oficial recebi uma mensagem de erro. Sim, é mesmo nessa altura que os clientes querem perceber que houve um erro. Entretanto telefonei para a agência (vá lá, ao menos tinham telefone) e disseram-me que o bilhete não tinha sido emitido e que me dariam novidades por email nas próximas duas horas. Não gosto disto. (ponto 4, alerta amarelo) Ainda me falta marcar o hotel, mas só me atrevo a fazê-lo depois de ter o bilhete de avião. Tal como só tentei obter o bilhete de avião depois de me confirmarem a participação na conferência. Só por causa dos azares, que ainda não acredito completamente que vou a Macau. Tão longe. Mais 6 horas que aqui (e por isso quase impossível de contactar a embaixada portuguesa de lá, só se for entre as 9 e as 10 - antes das 10, que tentei às 10h01 e já não deu). (ponto 5, suspenso).

25 setembro 2009

Um brilho nos olhos

A minha parte favorita nas pessoas, quase todas as pessoas (ia escrever todas mas nunca se sabe, não gosto de absolutismos, nem mesmo os meus), é o brilhozinho que trazem nos olhos. O entusiasmo que lhes causa seja o que for (e aqui lembro-me de uma ou duas coisas tenebrosas que aparecem nas notícias e pergunto-me se essa gente também traria esse brilho nos olhos, e foi por isso que não generalizei completamente). Desde o entusiasta do origami, que aborrece os outros quando se excede nas explicações do quão complicado pode ser fazer um Gandalf de papel (sem um único corte!) mas depois mostra fotografias de objectos extraordinários feitos com uma folha de papel e ainda oferece um morcego preto ao amigo, ao fanático por máquinas de café, extraordinariamente útil quando a nossa avaria, porque é provavelmente a única pessoa num raio de 500km que sabe procurar o problema, onde comprar as partes que avariaram, e trazer a comatosa máquina de volta à vida.
Quando conhemos alguém por vezes damo-nos ao trabalho de perguntar quais são os seus hobbies - e ainda assim frequentemente não fazemos a mínima ideia daquilo que faz vibrar pessoas com quem convivemos diariamente mesmo que por anos a fio. Aquele tipo que se senta a poucos metros de nós e trabalhou num jornal aos 18 anos, e desenha órgãos humanos a carvão (ia dizer a lápis, eheh), o que será que lhe traz um sorriso até à alma? E aqueloutro, o mestre dos projectos inovadores, que escreveu um livro sobre tapetes só porque um dia lhe deu para estudar o assunto nos tempos livres, que construiu uma máquina de pintar quadros e depois se virou para a pintura monocromática usando uma técnica com centenas de anos de que ninguém se lembra. O que será que faz brilhar os olhos daquela mulher que se veste de forma estranha e tem um sorriso triste como se carregasse o mundo nos ombros, o que será que lhe alivia o peso, ainda que momentaneamente.
Haverá algo mais contagiante que uma alma a sorrir, espelhada no brilho dos olhos de cada um de nós?

Fora de contexto

Gut...gut...sehr gut...
Gut...gut...sehr gut...
Gut...gut...sehr gut...

e depois de ouvir o homem dizer isto uma data de vezes com uma certa cadência, deu-me uma vontade incontrolável de rir.
(ainda me rio, de pensar nisto)

24 setembro 2009

facebook 1-2-3

O blogue está mais ou menos em standby porque entretanto me dediquei ao facebook. No entanto rapidamente me apercebi que uma coisa é o facebook, outra é o blogue, e escrever para os amigos e família não é a mesma coisa que escrever para um público largamente desconhecido. No blogue há uma liberdade que não há no facebook - são as vantagens do quase anonimato. E no facebook há uma liberdade que não há no blogue - são as vantagens de escrever para quem nos conhece a vida com algum pormenor. O que é talvez estranho é a certeza que tenho que nunca escreveria os meus postes favoritos no facebook - privados como são, ideais para lançar aos leitores que não me conhecem, impossíveis de partilhar de uma vez com todos os "amigos do facebook".
É engraçado como se pode compartimentar a vida assim, uns para um lado, outros para outro, uns sentimentos para aqui e outros para ali. A galhofa está bem para qualquer sítio e para qualquer lugar, a lamechice, quando a há, só pode ser partilhada com muito poucas pessoas de cada vez, ou com um monte de desconhecidos (embora alguns não tão desconhecidos como isso). E outras coisas, para mais tarde recordar se entretanto o blogger não desaparecer ou eu fizer uma cópia do arquivo, ficam aqui, sossegadinhas, quietinhas, preciosas e intocadas como aquilo que se guarda num baú e só se revê muitos anos depois - quando se muda de casa ou reorganiza as tralhas.

21 setembro 2009

Emergência

O miúdo cresceu 5 centímetros em dois meses. Mais coisa menos coisa. Enquanto andava de calções não se notava, mas agora todas as calças lhe ficam curtas. Mesmo as que lhe comprei em Junho, porque as anteriores também tinham deixado de servir.
E os pés? Não sei como, aumentou 3 números num ano sem dizer nada a ninguém. Tem os pés ligeiramente maiores que os meus. E desconfio que não vai ficar por aqui...
(Uma pessoa vê isto, e pensa para consigo, puxa, não tarda nada o puto não cabe na cama. E, se calhar por isso, a última moda entre os miúdos da idade dele é irem ao bruxo médico para obterem uma estimativa da sua altura em adultos.)

18 setembro 2009

para mais tarde recordar

(um ano e meio da minha bonequinha)

Entre as sete e meia e as oito da noite, depois do jantar dela, levo-a para o quarto. mudo-lhe a fralda, visto-lhe o pijama, mostro-lhe a cama. E pergunto-lhe se quer ir dormir. Ela atira-se aos lençóis, eu tapo-a, e ali fica, sossegadinha e sem chorar, até ao dia seguinte, quando for hora de se levantar.

(não sei de que é os outros pais se queixam. os filhos são fáceis. os bebés ainda mais.)

17 setembro 2009

Segredos

A desvantagem de organizar uma festa surpresa para alguém, é que essa pessoa pode decidir organizar outra festa.

(e agora temos duas festas para a mesma pessoa, com organização diferente, e local diferente, a menos de 24 horas uma da outra. mais vale festejar muito do que não festejar de todo.)

16 setembro 2009

Prendas parvas

(ou melhor, mais uma ideia brilhante)

E se eu empacotasse todos os bonecos dos Kinder Surpresa que se escondiam nos recantos mais improváveis da minha casa (e agora foram encontrados com a mudança), embrulhasse, e desse de prenda a alguém? Era giro, não era?
(também os podia pôr em filinha a indicar o caminho numa daquelas brincadeiras do Natal para os miúdos)

Os gatos

Eu até nem ligo muito a política, acho graça aos gatos, e já dei muitas gargalhadas à conta do esmiuçar dos sufrágios. E isto só com dois programas. Só me parece que as entrevistas têm um ritmo muito lento, o que é uma pena. Falta de prática, talvez.
Depois de ver, não só me parece uma ideia brilhante do ponto de vista televisivo, mesmo sendo copiada do Daily Show, como também é muito prometedor o espírito com que os dois políticos entrevistados até agora encararam as suas participações. É bonito ver um político a rir-se numa entrevista, a sorrir quando lhe são postas as perguntas que toda a gente gostava de ouvir - as tais que são apelidadas de parvas, mas às quais não é dada uma resposta séria. Os políticos portugueses até conseguem entrar na brincadeira. E material para a primeira parte - o gozo com a campanha - não falta. Aos gatos - e ao RAP, provavelmente a pessoa mais sexy em estúdio, mesmo quando acompanhado do primeiro ministro - tiro o meu chapéu. Uma coisa é certa, se este programa fosse para durar, duvido muito que os políticos continuassem a aparecer com sorrisos tão abertos.

15 setembro 2009

Os miúdos são tão giros

Anuncio ao meu mais velho (ah, nunca tinha dito isto, mais velho, como se fosse realmente velho, ou pelo menos muito crescido) que lhe vou meter o dinheiro que tem guardado no banco. E ele concorda, que ponha tudo no banco (ele já há muito que percebeu a história dos juros), mas que lhe deixe 10 cêntimos. 10 cêntimos? Sim, está a dever ao amigo.

14 setembro 2009

A coisa mais engraçada dos últimos dias

O debate Sócrates - Ferreira Leite. Aquilo parecia ter sido ensaiado/escrito pelos Gato Fedorento. Em vários momentos fez-me lembrar sketches antigos deles. Tendo em conta que foi o único debate que vi, pode não ter sido o melhor. Mas achei-o hilariante.

09 setembro 2009

Será pedir muito?

Estou a meio da tarefa de reformar o meu guarda-roupa. O primeiro passo é (tem sido) deitar fora (ou dar, se estiverem em bom estado) coisas que não me servem, que não gosto, que nunca uso, que usei uma vez há anos e depois nunca mais (certo tipo de vestidos, por exemplo). O segundo passo é criar um guarda roupa funcional, sem coisas a mais, de roupa para o dia a dia, que sirva para trabalhar e para estar em casa. E substituir a roupa de desporto, que a que tenho também está à beira da reforma. Sim, que isto de ter tido uma bebé fez com que há mais de dois anos e meio eu não faça compras de roupa para mim a sério. Portanto, out with the old, in with the new.
Não ter vindo a alterar o que visto de uma forma gradual, como é (era) costume, leva-me a ter uma perspectiva... científica, vá lá, da coisa. Ou seja, primeiro vejo o que existe, em catálogos, revistas, e, porque não, nas montras, decido que tipo de looks me interessam mais, e depois irei à procura do que quero. Com um pequenino problema. As revistas e catálogos só têm miúdas esqueléticas a fazer de cabides. A elas pode-lhes ficar lindamente uma camisola às riscas horizontais compridas por cima de umas leggings, mas aposto que a 95% das mulheres não. Não seria tempo de começarem a fazer catálogos (e revistas, se não for pedir muito) com modelos de tamanhos variáveis? Assim gente para usar um tamanho 36, em vez do 32? Apetecia-me passar o dia sentada em frente aos provadores a ver outras mulheres experimentar a roupa em vez de ter que ser eu a experimentar tudo a ver o que ficará bem...
Há nove meses que tenho um número de telemóvel alemão. Há nove meses que tenho um número que não consigo decorar. Escrevo-o em tudo quanto é sítio - tenho papelinhos na carteira, na secretária, na agenda, no caderno de endereços - e quando preciso de o dar a alguém... dou antes um toque.

08 setembro 2009

Blogue do dia

O Jansenista. Todos os dias fotografias fabulosas.

Mais vale tarde do que nunca

Eu sei que tinha prometido umas fotografias de um certo café em Munique... finalmente, levei a máquina. Que é como quem diz, o telemóvel. Carregado. Faltam as fotos das montras e as que tirei não têm grande qualidade, mas... a minha vida não é isto, foi o melhor que se arranjou e com muita boa vontade. :)
De resto, os bolos recomendam-se, em especial os brownies...

Bois de Rose

Uma das coisas mais bonitas (entre tantas) que vi nas montras, durante as férias, foi uma escultura em pau rosa, pequena, que representava um monte de livros empilhados. Havia variações do tema, umas esculturas tinham um homenzinho encostado aos livros, noutras o homenzinho estava a descansar em cima da pilha, e outras ainda consistiam apenas nos livros. Gostava de ter trazido uma para casa, mas achei-as estupidamente caras. Fiquei tão chocada quando vi o preço quem já nem me lembrei de tirar uma fotografia. E agora, ao recordar aquelas esculturas, tarde demais, vem-me à ideia que podia ter pedido uma de prenda. :) Para compensar os aneis que não uso e que são muitíssimo mais caros.

07 setembro 2009

(aos saltos de contente)

Eu vou ao Porto! Eu vou ao Porto! Eu vou ao Porto!

(é só daqui a quase dois meses, pelo que ainda vou ter que dar muitos pulos até lá.)

04 setembro 2009

I ♥ amazon

Livros por um cêntimo, portes de envio 3 euros. Haverá mais barato que isto (sem descolar da cadeira?)

(no marketplace da amazon)

03 setembro 2009

Dúvida

To facebook or not to facebook.
Acho que o primeiro "convite" que recebi foi há anos. Bem, há um ano, pelo menos. E muitos outros se seguiram. E eu, que tinha experimentado o Hi5 e achado aquilo uma porcaria, recusei sempre, educadamente como a minha mãe me ensinou. Mas agora (547 convites depois) estou na dúvida. Aquela confusão dos Terms & Conditions há uns tempos tinha sido uma desculpa tão boa...

Batalhas no escritório


Encontrei no Jansenista, e achei uma ideia fantástica. Também há o calendário para 2010. E eu já mandei vir um da amazon. Ainda não sei para quem vai ser. Mas haverá aviões a voar onde ele for parar. :)

Speedy Gonzalez

O rapaz do correio tinha por hábito entrar e sair a correr. Olá - entrega as encomendas - retira o correio a enviar - adeus. Tudo em menos de 5 segundos. Não gostava deste rapaz do correio. Era demasiado rápido, nem sequer dava tempo para responder com um bom dia ou esboçar um sorriso. Era tão frustrante que já fugia dele, evitava a hora da entrega e recolha do correio.
Um dia o rapaz do correio abrandou. Deu tempo para receber um bom dia. E tempo para ouvir a resposta ao seu adeus. Ainda assim não teve direito ao sorriso da praxe que todos os outros rapazes do correio recebiam. O espanto tinha sido demasiado.

Genial

Caderno de Palermo. Teria continuado a ler, mas não havia mais nada.

(via a origem das espécies)

01 setembro 2009

Mudanças

Mudei de casa uma data de vezes até hoje. Em média, de três em três anos, mais coisa menos coisa. E ainda continuo a achar mudar de casa divertidíssimo. É um bocado mais complicado não ter os pais a tratar de tudo (e a limpar, e a arrumar, e a tratar das burocracias), e o fim da mudança fica sempre mais longe (da última vez demorei um ano até terminar de desencaixotar tudo). Mas adoro tornar um conjunto de divisões na minha casa. Transformar quatro paredes brancas na minha sala, ou no meu quarto. Fazer experiências com a mobília. Trocar as lâmpadas e (mandar) colocar candeeiros. Já mudei tantas vezes de casa, que uma das mudanças mais giras até hoje tinha sido quando mudámos para uma casa do outro lado da rua, teria eu uns dez anos. (É assim que situo certos acontecimentos na minha vida, estão ancorados à casa onde vivia na altura.) Mas hoje, mudei de casa outra vez, e desta vez foi ainda mais especial. Mudar para o apartamento de baixo não acontece a toda a gente. Nem sequer a todas as empresas de mudanças. (Aos nossos homens fortes e musculados (e giros! e novos! e simpáticos!) que andaram a carregar a mobília nunca lhes tinha calhado.) Não é preciso camião. Nem bloquear a rua. E teve piada ver coisas a descer de uma varanda para a outra. E a piéce de resistance... A Telekom quase que nos tramou. No apartamento novo nao tenho nem internet nem telefone até sexta, se tudo correr bem. Felizmente estamos na era do wireless. O telefone continua a emitir lá em cima, e agora é utilizado cá em baixo. A internet a mesma coisa. Ah! Ah!
(Estou que nem posso. E pensar que tive pena de não ir à aeróbica. Doem-me os músculos todos.)