31 março 2014
Lápis azul
Como cidadã da união europeia, deixam-me votar nas eleições municipais. Desta vez era uma eleição de desempate, para decidir quem será o novo presidente da câmara. O boletim de voto, em vez de quadrados, tinha dois círculos, um para cada candidato. Perguntei se era suposto pôr uma cruz ou preencher o círculo. A resposta foi que qualquer opção serviria, desde que se conseguisse identificar qual o candidato escolhido. A segunda coisa mais estranha, é que na câmara de voto, em vez de canetas, tinham um lápis azul, daqueles mais grossos que os miúdos usam na escola para pintar. Talvez a razão para o lápis tenha tido algo a ver com o local de voto ser numa escola primária. Talvez tenham apenas escolhido o instrumento de escrita que havia em maior abundância. Apeteceu-me pintar uns raios de sol no círculo do meu candidato, mas desisti da ideia. Não porque amarelo fosse mais apropriado para o sol, mas apenas para que não houvesse dúvidas. Por um instante, quase tive pena de não estar a votar em protesto.
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