O PG (suspiro) era o miúdo mais giro da escola. Andava um ou dois anos à minha frente, e passava os intervalos ao sol, no „canto dos queques“. Todas as miúdas da escola tinham um fraquinho pelo PG, que era, provavelmente, o único da escola que era sistematicamente referido pelo nome e apelido.O PG tinha dois irmãos mais velhos que ele, e eram todos diferentes. O mais velho era o menos giro (bem, nem era nada giro), o do meio também era giríssimo, moreno, de olhos castanhos enormes, e parecido com o irmão mais novo. E o mais novo, o PG, loiro de olhos azuis, meiguinho, com lábios grossos, fazia suspirar as meninas todas. Era o filho mais novo de uma família que queria ter tido uma menina, num tempo em que não se sabia o sexo dos filhos antes de eles nascerem, e tinha tido toda a vida um quarto pintado de cor de rosa. Ele não se importava. Aliás, ele foi o primeiro rapaz que algum dia vi usar uma camisola rosa pálido (ou quase isso) muito antes de a moda masculina ditar que os homens também se podem vestir de cor de rosa (embora nem a todos fique bem).
O PG „trabalhava“ na rádio local, e tinha uma voz que só por si derretia corações. Quantas miúdas ouviriam os programas dele, incluindo o programa do sábado à hora do almoço sobre fórmula 1, só para continuarem a suspirar.
Sendo o rapaz mais giro do nosso raio de acção, por onde ele passasse ficávamos a admirá-lo (suspiro). Quando ele arranjou uma namorada que vivia perto de mim, ficava a vê-lo desde o fim da rua até que passava quase à minha porta e depois seguia. Se fosse hoje, o PG provavelmente teria tido centenas de admiradoras que discretamente lhe tirariam fotos com o telemóvel, para depois, embevecidas, olharem e voltarem a adorar o rapaz mais giro que conheciam. (Qual Brad Pitt, o PG é que era.)
Claro que isto já foi há muito tempo. Se bem me lembro, o PG e a última namorada tiveram um bebé ainda antes de eu ter saído da minha terra, e provavelmente devem ter casado, deitando por terra os sonhos de algumas miúdas da zona (mas não os suspiros). Há uns tempos, alguém que nunca soube desta história veio-me contar o que faz agora o PG. Continua a viver no mesmo sítio, e tem um trabalho que implica ir a casa das pessoas resolver problemas. Quando ouvi isto (e não podia perguntar nada) tive logo que telefonar a contar as novidades às minhas irmãs. Sim, o PG ainda existe, e sabemos exactamente onde o encontrar (suspiro). E entretanto já fui à minha terra e passei por ele na rua. Continua tão giro como sempre foi. Deve continuar a arrancar suspiros ao mulherio, e não me admirava nada que certas coisas, em certas casas, „avariassem“ só para que ele tivesse que passar por lá. Ah, o PG (suspiro)!
assim como contas, fico com a sensação que cá em casa se avariou tudo!
ResponderEliminar:-)
Meu Deus, até eu já estou a ficar apaixonada!
ResponderEliminarPS: Helena, tu és uma senhora séria! Já eu ainda vou sendo uma rapariga solteira...
Rita,
ResponderEliminare eu tenho lá culpa que as coisas se avariem?...
;-)
Ora vamos cá explicar umas coisinhas: o contrário de solteira é casada, que, por sua vez, não é sinónimo de séria.
(agora é que me desgracei de vez)
;-) ;-) ;-)
Bem, e isto tudo sem fotos... aquele rapaz é um verdadeiro monumento ;)
ResponderEliminarE agora com...
ResponderEliminarSó de ler este texto dá vontade de perguntar: então e foto do PG com número de telefone atrás, não há? LOL
ResponderEliminar(ai que eu já tenho idade para ter juízo e ando nisto! LOL)
Se eu tivesse uma foto, já tinha enviado às minhas leitoras mais fiéis, mas infelizmente (ou se calhar não) não tenho.
ResponderEliminarEntretanto hoje dei com um rapaz com ar de português (mas que pelo apelido deve ser alemão) com um sorriso que nem vos conto... (o verão pode não chegar, mas as maravilhas do verão andam por aqui)
Se anda...
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