Ainda assim, às vezes acho que sei muitas coisas (embora tenha sempre a consciência de que há muitas mais que não sei). E outras vezes, nada. Nada de nada. E até aquilo que julgava que sabia questiono. O sol nasce todos os dias - quer dizer, mantém-se mais ou menos no mesmo sítio e a Terra vai rodando. A noite vem todos os dias - quer dizer, todas as noites. No verão a terra explode com frutas e verduras - que o calor não é certo - e de seguida vem o outono, que é quando as folhas caem, e uns tempos depois começa a nevar e é inverno, e depois virá a primavera, que é só quando a neve desaparece e de repente temos mais pássaros a esvoaçar e não só os corvos que nunca vão a lado nenhum. E rebentos, e flores.
E ao mesmo tempo queria saber o que há que seja mais pequeno que um electrão, protão, neutrão, fotão, ou quark, ou o que vier a seguir, e o que há para além do universo que se conhece. O que é que nos faz correr, de onde vêm as paixões, mesmo aquelas pequeninas, por pedras da calçada ou bolotas. E o que é que nos faz parar de correr, ou parar para pensar o que é que andamos aqui a fazer. (E para quê, já agora, porquê e para que é que corremos, paramos, pensamos.)
Daqui a bocado vai deixar de fazer diferença outra vez. Enquanto se corre não há tempo para pensar. Até tropeçar outra vez.
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