A viciar-me em chá de jasmim e bolinhos de amêndoa. Já comi um pastel de nata e não estava nada mau. Acho imensa piada aos produtos de farmácia chineses - comprei uma "cena" com não sei o quê de dragão para as dores nos pés - na verdade aquilo é basicamente óleo de eucalipto, menta e cânfora, mas eles chamam-lhe de dragão.Como queiram. Comprei uns marcadores florescentes para o meu filho, com cheirinho e tudo (bem, esta parte se calhar vai estragar tudo), por 2 patacas cada. Uma pataca são uns 10 cêntimos.
Os táxis são baratíssimos (onde é que um gajo vai a algum lado por menos de dois euros? só aqui!), embora os condutores nem sempre falem inglês ou entendam o que se quer. Viva o cartão do hotel e os mapas, que é o que me vale para poder andar de um lado para o outro.
No centro é um mar de gente, anda tudo às compras pelas ruas estreitas, as pessoas acotovelam-se, até parece que está tudo em saldos. Vendem carne de porco numa espécie de tablete grande, não faço ideia como é que tratam aquilo mas andavam a oferecer pessoas para provar. Não provei nada na rua, com alguma pena, sei lá o que me pode acontecer (eu bem vi os remédios chineses contra a indisposição). Ainda assim, arrisquei o pastel de nata, esse tinha mesmo que comer. :)
O hotel tem internet a uma boa velocidade, o que é porreiro porque vim sozinha e por isso tenho muito mais tempo livro do que teria noutras circunstâncias. Infelizmente a diferença horária é de 7 horas para a frente em relação à Alemanha, o que significa que durante a semana é praticamente impossível falar com a família, pois quando eles estão livres, eu estou a dormir, e vice versa. No entanto, como tenho net, tenho feito uns vídeos que lhes mando por mail, para verem o que ando a fazer. Muito à frente. :)
30 novembro 2009
28 novembro 2009
no aeroporto
uma tossezinha leve, mesmo muito levezinha, uma única vez, e logo um bando de chineses entrou em pânico. hmmm
25 novembro 2009
Canja de Galinha
Passar o dia a chá e torradas, dormir bem mais que o normal, e já me sinto muito melhor. Ainda não a 100%, mas melhor. A canja de galinha ainda vou ter que a fazer (é já a seguir), e ela é que vai acabar de vez com esta constipação chata.
No entanto, pensando bem, não ter passado o dia de um lado para o outro e a falar como de costume, é capaz de ter contribuído bastante para diminuir a tosse e até o nariz a correr. Se calhar à próxima vez que apanhe uma em primeiro lugar fecho-me num sítio qualquer e desligo os telefones, e talvez consiga curá-la sem ter que ficar em casa.
No entanto, pensando bem, não ter passado o dia de um lado para o outro e a falar como de costume, é capaz de ter contribuído bastante para diminuir a tosse e até o nariz a correr. Se calhar à próxima vez que apanhe uma em primeiro lugar fecho-me num sítio qualquer e desligo os telefones, e talvez consiga curá-la sem ter que ficar em casa.
24 novembro 2009
Logo agora é que tinha de encolher...*
A uns dias de me enfiar num avião com destino ao outro lado do mundo apanhei uma constipação. Ou melhor, há quinze dias que ando com uma constipação a assombrar-me, a zombar de mim como quem diz tu vais para a Ásia, mas corres o risco de pôr lá os pés e seres recambiada imediatamente de volta à Europa.
A culpa é de Portugal, do Porto mais concretamente, que desde que lá fui que não paro de tossir. O belo do nariz tem agora vida própria (é melhor ficar por aqui), e a cara anda congestionada, e penso para comigo, umas vinte vezes por hora, espero não piorar, isto não pode piorar, agora não.
Estou tramada.
*mais alguém se lembra dos desenhos animados da avozinha que encolhia?
A culpa é de Portugal, do Porto mais concretamente, que desde que lá fui que não paro de tossir. O belo do nariz tem agora vida própria (é melhor ficar por aqui), e a cara anda congestionada, e penso para comigo, umas vinte vezes por hora, espero não piorar, isto não pode piorar, agora não.
Estou tramada.
*mais alguém se lembra dos desenhos animados da avozinha que encolhia?
21 novembro 2009
Perfeitos, perfeitos
Podia estar aqui a preocupar-me com a fome no mundo, mas não, preocupo-me com sapatos. Às vezes é assim, tanta coisa que podia estar a fazer, tanta coisa que podia estar a pensar, tanta coisa útil que passo a ignorar porque agora é altura de pensar em sapatos. Até nem tenho tantos sapatos como isso. Pelo menos estou convencida disso. E agora queria uns sapatos. Ando a sonhar com sapatos vermelhos, de plataforma e salto, biqueira redonda. Envernizados, eventualmente, ou com algum tipo de brilho, porque senão como é que se vão ver os sapatos que me andam a povoar os sonhos.
Já vi vários candidatos a sapatos dos meus sonhos. Satisfaziam todos os requisitos, menos a cor. Como é que isto pode ser, haver os sapatos dos meus sonhos em preto, azul, roxo, combinações de cinzento e rosa a dar para o roxo, imitação de pele em tons cinzentos ou roxos, mas não num simples vermelho?
Pelos vistos o vermelho não é para toda a gente. Mas é a minha cor preferida. E hei-de encontrar os sapatos vermelhos perfeitos. Nem que seja numa loja em segunda mão. Ou no ebay. Ou roubados a uma amiga.
Já vi vários candidatos a sapatos dos meus sonhos. Satisfaziam todos os requisitos, menos a cor. Como é que isto pode ser, haver os sapatos dos meus sonhos em preto, azul, roxo, combinações de cinzento e rosa a dar para o roxo, imitação de pele em tons cinzentos ou roxos, mas não num simples vermelho?
Pelos vistos o vermelho não é para toda a gente. Mas é a minha cor preferida. E hei-de encontrar os sapatos vermelhos perfeitos. Nem que seja numa loja em segunda mão. Ou no ebay. Ou roubados a uma amiga.
16 novembro 2009
A foto que eu queria
Há turistas (deve haver) que vão à terra dos meus avós. Se pesquisar no google pelo nome dessa terrinha, ele sugere-me hotéis na localidade. Hotéis. Hoje o que eu queria era fotos de lá. Mas não umas fotos quaisquer. Não as fotos da igreja, do pelourinho, da Câmara Municipal, das piscinas. Nem sequer a foto da fogueira do Natal (ou será que é do ano novo), nem as fotos da procissão que fazem na Páscoa. Eu queria era a foto do que costuma ficar do outro lado da câmara, mas sem as pessoas. A foto da casa dos meus avós, enquanto ainda lá está. E já agora, a foto das estradas empedradas, se é que ainda as há, e a foto das escadas do vizinho, e, já agora, a foto do relógio da torre. E a da figueira que ficava por cima do poço, e ainda lá deve estar. E a foto do burro, que já morreu, e das coisas que estavam na casa dos meus avós enquanto eles lá viveram. Hoje queria mesmo poder ver isto tudo.
11 novembro 2009
Dilema
No sábado levanto-me cedo e vou à H&M ou fico a dormir?
(Aposto no fico a dormir. Não há curiosidade nem paciência para histerismos. Se os sapatos ainda lá estiverem na segunda pode ser que traga uns para casa. Se não... bah. Não valem o esforço.)
(Aposto no fico a dormir. Não há curiosidade nem paciência para histerismos. Se os sapatos ainda lá estiverem na segunda pode ser que traga uns para casa. Se não... bah. Não valem o esforço.)
10 novembro 2009
Ai... o Porto
O Porto já não é o que era. E, ao mesmo tempo, ainda o é.
Andei no "metro" pela primeira vez. Começou logo bem, tinha perguntado a uma senhora o caminho e ela não me largou enquanto não me ajudou a comprar o bilhete certo para o sítio onde eu queria ir. E ainda me explicou, tintim por tintim, como é que funcionava, quando é que aquilo andava debaixo da terra, e onde é que teria que estar atenta. Uma simpatia - e eu nem tinha perguntado nada. São estas coisas que dificilmente se encontram noutros sítios e que apaixonam uma pessoa logo à chegada.
Depois, a viagem. Logo num dia em que tinha apanhado por cá dois alemães a discutir porque um deles estava à conversa ao telemóvel num transporte público, em tom de voz completamente normal, e o outro se sentiu muito incomodado pelo barulho. No "metro" as pessoas falam ao telemóvel de maneira a que toda a gente ouça. E falam umas com as outras, vá lá, alto. Combinam o jantar - quem é que leva o quê, o que é que se vai comer, quem faz o arroz. (- Vai ser arroz de ervilhas! - Não, arroz de legumes! - Então fazes tu! - Pois faço!) E eu fico com água na boca, a pensar nas castanhas e na jeropiga, e até no arroz, de ervilhas ou de legumes, tanto me dá. (E o homem do arroz de legumes a insistir: "Eu sei fazer tudo! Só a massa de pizza é que o não-sei-quantos faz melhor que eu, mas é só porque trabalhou numa pizaria!)
O casal de gente "forte", a contar um ao outro como se sentiam injustiçados por comentários maldosos. Fortes, mas trabalhadores. Fortes sim, esforçados e empenhados, e a fazer pela vida, que quando a coisa fica preta gente assim vai buscar as forças todas e enfrenta o que vier de peito aberto sem se queixar. Cantando e rindo. Bem, não os ouvi cantar, mas a boa disposição não lhes faltava.
A chuva. Tudo cinzento. Os vendedores de rua, com guarda-chuvas grandes ("É a 5! É a 5, menina!"), que saudades dos providenciais vendedores que aparecem quando mais se precisa deles. Cá já apanhei muitas molhas, por falta de guarda-chuva e de vendedores de rua.
Santa Catarina quase vazia, pedintes e sem abrigo os únicos que ainda por ali resistiam. (E a senhora que veio falar comigo e me partiu a alma aos bocadinhos. E o rapaz novo encostado a uma parede, com um papelão escrito em mau português, que dizia ser alemão e querer ficar em Portugal, mas precisava de 40 euros para o passaporte.) E no fim, os Aliados - cinzentos, molhados, desconfortáveis, um belo ponto de encontro.
Andei no "metro" pela primeira vez. Começou logo bem, tinha perguntado a uma senhora o caminho e ela não me largou enquanto não me ajudou a comprar o bilhete certo para o sítio onde eu queria ir. E ainda me explicou, tintim por tintim, como é que funcionava, quando é que aquilo andava debaixo da terra, e onde é que teria que estar atenta. Uma simpatia - e eu nem tinha perguntado nada. São estas coisas que dificilmente se encontram noutros sítios e que apaixonam uma pessoa logo à chegada.
Depois, a viagem. Logo num dia em que tinha apanhado por cá dois alemães a discutir porque um deles estava à conversa ao telemóvel num transporte público, em tom de voz completamente normal, e o outro se sentiu muito incomodado pelo barulho. No "metro" as pessoas falam ao telemóvel de maneira a que toda a gente ouça. E falam umas com as outras, vá lá, alto. Combinam o jantar - quem é que leva o quê, o que é que se vai comer, quem faz o arroz. (- Vai ser arroz de ervilhas! - Não, arroz de legumes! - Então fazes tu! - Pois faço!) E eu fico com água na boca, a pensar nas castanhas e na jeropiga, e até no arroz, de ervilhas ou de legumes, tanto me dá. (E o homem do arroz de legumes a insistir: "Eu sei fazer tudo! Só a massa de pizza é que o não-sei-quantos faz melhor que eu, mas é só porque trabalhou numa pizaria!)
O casal de gente "forte", a contar um ao outro como se sentiam injustiçados por comentários maldosos. Fortes, mas trabalhadores. Fortes sim, esforçados e empenhados, e a fazer pela vida, que quando a coisa fica preta gente assim vai buscar as forças todas e enfrenta o que vier de peito aberto sem se queixar. Cantando e rindo. Bem, não os ouvi cantar, mas a boa disposição não lhes faltava.
A chuva. Tudo cinzento. Os vendedores de rua, com guarda-chuvas grandes ("É a 5! É a 5, menina!"), que saudades dos providenciais vendedores que aparecem quando mais se precisa deles. Cá já apanhei muitas molhas, por falta de guarda-chuva e de vendedores de rua.
Santa Catarina quase vazia, pedintes e sem abrigo os únicos que ainda por ali resistiam. (E a senhora que veio falar comigo e me partiu a alma aos bocadinhos. E o rapaz novo encostado a uma parede, com um papelão escrito em mau português, que dizia ser alemão e querer ficar em Portugal, mas precisava de 40 euros para o passaporte.) E no fim, os Aliados - cinzentos, molhados, desconfortáveis, um belo ponto de encontro.
04 novembro 2009
O quadro
Isto de mudar de casa tem graça. Eu gosto imenso, é uma oportunidade de reorganizar tudo, até o modo como se vive, aquilo para que se olha durante o dia, aquilo que nos salta à vista à noite. E desta vez, algo mais. O súbito acréscimo de paredes brancas faz com que finalmente tenha hipótese de pendurar o que me apetecer nas paredes. Não tendo quase nada, há que começar da maneira mais simples - a típica visita ao IKEA. Eu gosto do IKEA, apesar de achar que o sucesso deles é também o maior defeito. Afinal qual é a graça de entrar na casa de alguém e poder dizer "olha, vi essa mesa/cadeira/estante/coisa" no IKEA. Uniformização à parte, a gente deixa passar pelo simples prazer que é encontrar ideias giras e poder implementá-las na nossa casa. Como as 5 molduras de acrílico ligadas na vertical, e com alguns postais convenientemente colocados mesmo ao lado, em grupos de 5, para uma pessoa poder escolher ao mesmo tempo que pensa "para agora ficam estes, depois ponho umas fotos giras".
Andava eu no IKEA à procura de impressões para colocar numa moldura, quando encontrei uma que achei gira lá para um canto na minha casa. Havia duas versões: vermelho ou azul. Gostei do vermelho - o azul não funciona para mim - e lá deitei a mão à única versão dessa cor. Imediatamente a seguir aparece-me uma senhora de moldura na mão que queria... bem, ela queria mesmo era o desenho que eu tinha acabado de apanhar, mas resignou-se a pedir para a deixar ver se era do formato que se adequava à moldura que ela tinha na mão. E eu deixei - claro que deixei - enquanto ia pensando, olha, tiveste azar, que cena mais parva até parece que isto vale alguma coisa, e fui deitando o olho à prateleira dos azuis. Lá no meio encontrei outro vermelho, disse à senhora que podia ficar com o primeiro, e fui à minha vida.
Quando cheguei a casa, qual não foi o meu espanto quando me apercebi do que realmente tinha trazido. Pois o IKEA é generoso e não quer os seus clientes a disputar imagens em dois tons, de modo que toda a gente leva para casa o azul (de um lado do cartão que usam para o papel não amarrotar) e o vermelho (do outro). Imagino como a outra senhora se deve ter sentido quando percebeu o mesmo.
Andava eu no IKEA à procura de impressões para colocar numa moldura, quando encontrei uma que achei gira lá para um canto na minha casa. Havia duas versões: vermelho ou azul. Gostei do vermelho - o azul não funciona para mim - e lá deitei a mão à única versão dessa cor. Imediatamente a seguir aparece-me uma senhora de moldura na mão que queria... bem, ela queria mesmo era o desenho que eu tinha acabado de apanhar, mas resignou-se a pedir para a deixar ver se era do formato que se adequava à moldura que ela tinha na mão. E eu deixei - claro que deixei - enquanto ia pensando, olha, tiveste azar, que cena mais parva até parece que isto vale alguma coisa, e fui deitando o olho à prateleira dos azuis. Lá no meio encontrei outro vermelho, disse à senhora que podia ficar com o primeiro, e fui à minha vida.
Quando cheguei a casa, qual não foi o meu espanto quando me apercebi do que realmente tinha trazido. Pois o IKEA é generoso e não quer os seus clientes a disputar imagens em dois tons, de modo que toda a gente leva para casa o azul (de um lado do cartão que usam para o papel não amarrotar) e o vermelho (do outro). Imagino como a outra senhora se deve ter sentido quando percebeu o mesmo.
03 novembro 2009
não me falem em comida
a não ser que saibam o que são azedas. eu contava onde apanho as minhas (entre duas árvores enormes em trás-os-montes) mas não posso, que não há azedas à venda em lado nenhum e nem sequer sei outro nome noutra língua qualquer para elas. as azedas são preciosas, apanhadas quando as há, onde as há (uns caminhos que não lembram ao diabo, felizmente). o meu sonho é plantar azedas no jardim (quando um dia tiver jardim) ou na varanda, e que elas não morram, que se reproduzam ao ponto de eu as poder comer sempre que tiver vontade. azedas com batatas cozidas e o melhor azeite do mundo. e um bifinho com molho a acompanhar. quem não sabe o que isto é não percebe nada de cozinha.
(e omoletes com acelgas? há quanto tempo não como uma destas...)
(e omoletes com acelgas? há quanto tempo não como uma destas...)
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