09 setembro 2008

Assalto à moda alemã*

Há uns dias ouvi uma história, em segunda mão, de um assalto a um banco que se verificou há umas semanas no Sul da Alemanha. Um indivíduo de uma terra pequena decidiu assaltar um banco de outra terreola vizinha. Mas não pensem que este indivíduo era um meliante qualquer. Em primeiro lugar, utilizou uma máscara para cobrir a cara. Até aqui, parecerá ao leitor que este assaltante não se distingue dos outros, mas a verdade é que a história deste assalto é muito diferente das que normalmente ouvimos nos (tele)jornais. Pois o meliante chega ao banco a meio do dia, e está uma velhinha a ser atendida. E o que é que ele faz? Começa aos gritos, brandindo a arma e ordenando a entrega de todo o dinheiro que por ali houver? Não. Este bandido é bem educado. Espera pacientemente a sua vez, e só quando o empregado acaba de atender a velhinha é que se aproxima do balcão, e pede que por favor lhe entreguem o dinheiro que por ali houver. Entretanto, um dos empregados pergunta a outro se já carregou no botão, o qual responde afirmativamente. Ao mesmo tempo, no piso superior um funcionário alertava o informático que tirasse umas fotos com as câmaras de vídeo. O informático estava ocupado “a fazer umas coisas”, pelo que repondeu que já ia (calma, calma), mas quando lhe explicaram que estava a decorrer um assalto, executou imediatamente a tarefa de tirar as fotos. Entretanto o assaltante apressa-se a guardar o dinheirinho, e põe-se a andar dali para fora. E qual o meio de fuga utilizado? Ali não havia metro nem comboio nem transporte público, pelo que o meliante escolheu usar ...uma bicicleta. A polícia ainda demorou algum tempo, e como ao chegar já não havia rasto do ladrão (devia ser um ciclista profissional), enviaram um helicóptero, que também não consegui encontrar o homem. Posteriormente veio-se a saber que ele teria um carro escondido a uns kilómetros de distância, perto da floresta (é o que não falta por aí, é floresta para um gajo esconder um carro), que usou para continuar a fuga.
Ora um ladrão desta envergadura, educado e amigo do ambiente, para onde é que vai depois de um assalto a um banco? Para as Bahamas? Para a República Domicana? Para as Maldivas? Não. Um gajo destes só podia ir... para casa da mamã.
No dia seguinte, a mãe vê a notícia do roubo num jornal local. Apesar da cara tapada, ela reconhece o filho pelas roupas que ele usava. O que é que esta mãe faz: avisa o filho, ou ele se entrega à justiça ou ela terá que o denunciar. E assim acaba a história, com o assaltante de bancos a entregar-se na esquadra mais próxima por ordem de sua mãe.

* título largamente exagerado, até porque é o único assalto de que ouvi falar em pormenor, mas dado a minha exposição exagerada a noticiários portugueses nos últimos meses, perfeitamente aceitável

1 comentário:

  1. Gosto desse assaltante...já dessa mae nao sei. Tenho de descobrir primeiro se roubar um banco é realmente moralmente condenável...

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