30 agosto 2012

instantâneos de verão XIV

a gastar os últimos cartuchos...


Nos meus montes, verdes e amarelos ao perto, azuis ao longe, confundindo-se com o céu. Solitários, orgulhosos, rasgados por estradas novas e geradores eólicos porque ali não mora ninguém, e por isso pode-se estragar a paisagem, tira-se a foto para o outro lado e depois manda-se lá para fora a ver se vêm turistas (parvos).
Divirjo. Na estrada antiga a ponte velha ainda serve, bonita, e as bermas estão pejadas de castanheiros, os ouriços verdes, as castanhas a crescer e amadurecer. Quase não passam carros. Estradinhas de terra batida seguem por montes acima, vão dar ao cume, onde me lembro de brincar em miúda. E dos campeonatos de asa delta, hoje em dia já ninguém faz asa delta, onde pessoas esquisitas se mandavam dali abaixo numas geringonças estranhas e depois iam parar ao meio do nada. Se bem que ali quase tudo seria o meio do nada, e como tal, dificilmente conseguiriam ir parar a lugar algum.
Tenho muita sorte.
Apesar das fotos que correm o mundo, os meus montes continuam suficientemente vazios para o meu gosto. Aquela vista agora é de muita gente, mas aquele ar continua a ser de muito poucos. Gosto disso. Os meus montes não se dão com o turismo de massas - o turismo de massas não se dá com eles. Uma piscina só entretém por um ou dois dias, a paisagem não é como a televisão, apenas está ali, não passa nada. Mesmo nada. Ao fundo as barragens não se mexem, a água parada. Nos caminhos de terra batida também não passa ninguém.
À despedida, passo por dois velhotes na estrada. Acenam-me. Aceno-lhes também e sorrio, provavelmente ganharam o dia, ao ver passar alguém. E eu também.

22 agosto 2012

Instantâneos de verão XIII

Fui à praia às quatro e meia, mas já estava a fechar...


E os nadadores salvadores (eram dois) andavam a pescar gente no mar.

19 agosto 2012

instantâneos de verão XII

Vi pela primeira vez uma quantidade de gente com escaldões. Deve ser síndroma da segunda quinzena de Agosto, chegar à praia branquinho quando já muita gente está morena, e tentar apanhar o bronze rapidamente... Vermelho não é uma cor bonita para a pele (e o que aquilo deve doer à noite).

13 agosto 2012

instantâneos de verão XI

Desde que estou de férias que os combustíveis têm vindo a subir 3 cêntimos por semana. Se eu pensasse que o mundo gira à minha volta poderia decidir que está na hora de voltar ao trabalho...

10 agosto 2012

instantâneos de verão X

Aproveitei um breve interregno no verão para ajudar alguém a preparar-se para um exame de matemática. Deixei a comida a meio por um problema envolvendo derivadas e logaritmos. Puro prazer. Fiquei a pensar que deveria ter ido era para matemática, seria mais feliz assim.

instantâneos de verão IX

Por muito que não goste de me levantar cedo, só preciso da motivação certa. Nada como chegar a uma praia quase deserta, passear pela areia, nadar na água quentinha, ver as massas chegar, descendo as escadas ao longe. O pequeno-almoço pode esperar pelo meio-dia,a praia é diferente (e melhor) de manhã.

instantâneos de verão VIII

Boooolinhas!
Afinal, mistério desvendado, há praias com bolas e praias sem bolas. Bolas de berlim com creme (nham nham) em quatro das cinco praias onde já estive. Não é verão sem bolas de berlim (com creme).

08 agosto 2012

instantâneos de verão VII

A escolha agora é entre gente, muita gente ou geradores eólicos. Na praia, gente, emigrantes, ingleses, alemães, holandeses, espanhóis e portugueses, muitos, pouco espaço para toalhas. A vista, gente, muita gente, um pouco de azul do mar, depois muito azul  na zona em que já não há pé.
Longe da praia, qualquer sítio que seja minimamente afastado das multidões foi, ou está em vias de ser, invadido por geradores eólicos. Horríveis, visíveis bem de longe, como que dizendo, foge, que agora esta zona menos populada é agora nossa. Tudo o que algum dia foi bonito e apreciado por poucos, é agora aldeia de geradores eólicos. Pergunto-me quanto tempo por lá ficarão, se quando terminarem os 25 anos de vida que lhes dão irão ser retirados ou se por lá permanecerão para sempre. Haverá algo ainda mais feio a substituí-los um dia, e se chegarei a ver essa mudança. E quanto aos novos, como os que de momento estão a ser colocados na serra a caminho de Alcoutim, se sobreviverão aos fogos florestais e que tipo de efeito teria um fogo que atingisse um destes monstros. Uma coisa é certa, agora é que ninguém vai subir aquelas montanhas para fazer turismo.