Às vezes lembro-me que tenho um blogue. Mas, por estes dias, não tenho tempo.
Queria escrever como gostei de Berlim à segunda. À segunda vez, entenda-se. Da primeira gostei, mas era Inverno e estava escuro, e eu passei os dias a trabalhar e ao fim do dia estava demasiado cansada para mais do que comer e ir para a cama. Às nove da noite. Mas gostei da cidade grande, das luzes, das montras, de uns botins que tive mesmo que trazer e que já têm uma quilometragem invejável. À segunda, na primavera, com os dias grandes, a coisa mudou de figura. Tive uns dias geniais, muitos passeios, novos amigos, comida, e até fotos (algumas foram parar ao instagram, que é a única rede social para a qual vou tendo algum tempo). E até deu para mostrar aquela uma ou duas coisas que já conhecia e que têm de ser partilhadas, como a loja de chocolate Fassbender & Raush (e o fondue de chocolate).
Podia contar como a Baviera decidiu homenagear o meu 40. aniversário com um feriado, só porque eu mereço. Mas eu penso que, caramba, já tenho quarenta anos, como é que isto aconteceu tão depressa, e quase me esqueço que ao menos tive feriado para comemorar. E como em outros anos, fui festejando, e ainda ando a celebrar, para ver se me habituo ao número novo. Um dia destes começo a dizer que "no meu tempo", há uns quinhentos anos atrás... Já digo, na verdade. Às vezes uso o "no meu tempo" para tentar perceber se há um equivalente a esse tempo para malta de vinte anos. O que será o equivalente para gente jovem ao que era a internet para mim há vinte anos atrás. (Já perguntei ao meu rapaz, mas continuo sem uma boa resposta.) O que há hoje em dia que seja tão interessante como um telemóvel em 96 - pois, um smartphone, estou mesmo a ver... Mas será, mesmo, assim tão interessante? Se calhar sim, a miúda já me anda a fazer a cabeça para lhe dar um, e só aprendeu a ler há uns dias.
Tenho uma estagiária, por umas semanas. É genial, das melhores coisas de sempre. É óptimo trabalhar com ela. A miúda é o máximo, inteligente, organizada, engenhosa, empenhada, trabalhadora. Bem, podia continuar com a lista de elogios. Tenho-lhe ensinado umas coisas, e ela já me ensinou outras a mim. Win-win, mesmo, a miúda vai longe.
Estou a organizar uns dias em Lisboa. Depois de organizar a logística, empanquei no programa cultural. O problema não é falta de escolha, é a agonia da escolha. Um bocado como uma criança numa loja de brinquedos - bem melhor que uma loja de doces - o que fazer? E, em marcando umas coisas, e se depois não posso fazer outras que colidam nas datas? Por esta vida acelerada, o tempo é o limite. Bem que gostava de esticar os meus tempos um bocadinho.
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