13 dezembro 2015

Já não andava de metro desde Berlin

Miúdas, teenagers inconscientes, de casaco de homem, uns 4 ou 5 tamanhos acima dos delas. Verdes, largos, compridos, com bolsos enormes, fazem-me lembrar casacos de ir à caça. Conversam sobre os jeans com rasgões, feitos por uma delas, collants pretos por baixo. Os rasgões são largos demais, como se faziam no início dos anos 90, antes de começarem a vendê-los com rasgões já feitos, que se desfaziam muito menos com o uso. Lembro-me de querer ter calças de ganga assim, com aquela idade, de não ter coragem para estragar um par com buracos, e da alegria que foi quando, acidentalmente, uma das minhas calças favoritas fez um buraquinho na perna, que rapidamente aumentou até ocupar meia perna, na horizontal.
Pergunto-me se terão comprado os cascos já assim, ou se os terão levado emprestados do pai ou avô. As miúdas são magritas, e estas coisas costumam ser, até certo ponto, genéticas, pelo que duvido que o pai ou avô tivessem casacos tão largos. O casaco do meu pai não me ficaria assim tão grande. Não há muito tempo as miúdas roubavam as camisolas aos namorados. Depois foi a vez das calças de ganga. Não há rapazes que usem casacos daqueles. Não há homens abaixo dos 50 anos a usar casacos daqueles. Nem sei se é moda ou rebeldia. De repente, fico com calor, tiro o meu próprio casaco.

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