Todos os dias, ele está lá. O velhote do cabelo grisalho e do fato-de-banho-cueca azul. Todos os dias ensina miúdos a nadar. A princípio pensei que fossem os netos, depois fiquei na dúvida. Umas vezes eram uns miúdos, outras vezes outras. Só o velhote era sempre o mesmo. Ele nem deve ser assim tão velho, velhos são os trapos, e eu começo a perder a noção do que é ser realmente velho. Deve ser velhice. A minha.
Um dia apercebi-me de uma mulher que dizia aos filhos para irem ter com o velhote, e eles irem, e o velhote ensinar os miúdos. Primeiro tentou explicar-lhes dentro de água. Depois, trouxe-os para o areal. Gesticulava muito, falava sem parar, e os miúdos, de vez em quando, respondiam-lhe noutra língua. Foi aí que me convenci que o velhote devia ser o professor de natação oficioso ali da praia, e até pensei em mandar-lhe os meus miúdos. Eles também poderiam responder-lhe numa das línguas que sabem, e o velhote continuaria a tentar fazer-lhes entender, na dele, como é que se faz. Mas não. Mais uns dias, que eu às vezes demoro a perceber bem as coisas, e reparei que sim, eram vários miúdos, mas eram sempre os mesmos. E até eram parecidos. Portanto aquilo deve ser tudo família, e andam uns para um lado, outros para outro, uns para uns países, outros para outros, e encontram-se todos ali na praia, para apanhar sol e pôr a conversa em dia, mesmo que em línguas diferentes. Um bocadinho como a minha família.
31 agosto 2010
28 agosto 2010
27 agosto 2010
One in a million
Às vezes tenho a clara sensação de que o universo está a tentar dizer-me qualquer coisa. Sendo o "qualquer coisa" algo como "eu sei que às vezes te esqueces, vá-se lá saber porquê, mas eu estou do teu lado. toma lá esta abébia que é para te lembrares". A sério. É fantástico. E às vezes di-lo tão alto que até custa a ouvir, e demora umas horas a processar.
(Imaginem que tinham visto o sorteio do totoloto. E até tinham jogado. E passado umas quatro ou cinco horas vão ver se algum número confere. Aí reparam que afinal todos os números que jogaram, saíram. E ficam a pensar puxa, eu nem me lembrava de ter registado este boletim. Que sorte. Assim. Meios apáticos. E continuam apáticos até ao dia de receber o prémio. À espera que o acontecimento registe nas vossas cabecinhas. E depois... bem, depois não sei. Ainda não cheguei lá.)
(Imaginem que tinham visto o sorteio do totoloto. E até tinham jogado. E passado umas quatro ou cinco horas vão ver se algum número confere. Aí reparam que afinal todos os números que jogaram, saíram. E ficam a pensar puxa, eu nem me lembrava de ter registado este boletim. Que sorte. Assim. Meios apáticos. E continuam apáticos até ao dia de receber o prémio. À espera que o acontecimento registe nas vossas cabecinhas. E depois... bem, depois não sei. Ainda não cheguei lá.)
26 agosto 2010
Não gosto da Vogue francesa. Apareceu-me dentro de casa, folheei-a, e decidi que é igual à alemã, não é para mim. Mas depois dei-lhe utilidade. Descobri que é muito boa para matar moscas. Moscas não, que aquilo era um bicho parecido com uma mosca, mas com uma parte traseira mais comprida, e voava devagar e parecia mesmo que se me apanhasse me arrancava um bocado à dentada. Dei-lhe com a Vogue, e depois limpei a parede com um bocadinho de papel higiénico com uma gota de água.
24 agosto 2010
22 agosto 2010
Guerra
Está calor (finalmente, o sol, o suor, o mar, os gelados :D). O único revés é a abundância de mosquitos. Estou toda mordida e cada vez que ponho o pé fora de casa sou picada. Outras vezes é mesmo dentro de casa e tudo. Se os apanho, faço-os em picadinho.
21 agosto 2010
No ir
A pizza estragou tudo. Tudo não. Só o plano de sair de casa a seguir à pizza. Que deixou de fazer sentido por a pizza ter chegado pelo menos uma hora atrasada. E eu nem tinha fome quando mandei vir a pizza, mas entretanto fiquei esganadinha, e atirei-me aos amendoins, e mais dois iogurtes, que era o que havia mais à mão. E quando a pizza finalmente chegou só comi duas fatias, mas fiquei com dor de barriga. Pelo que nem saí, nem dormi, nem estou lá muito bem disposta. Raios. E a pizzaria fica a uns 500 metros de casa. Sacanas. A estragar o início das férias de uma pessoa.*
*na... nada pode estragar o início das férias, a não ser o fim das mesmas. Mas para o fim ainda falta bastante. :D
*na... nada pode estragar o início das férias, a não ser o fim das mesmas. Mas para o fim ainda falta bastante. :D
19 agosto 2010
☼
Uns saem de casa na mota. Outros vestem o fato e vão para o trabalho de monociclo.
(Se não estivesse mais preocupada em olhar para o semáforo e não me deixar cair a mim nem à mota, era uma foto fantástica. O homem de fato no monociclo, não eu na mota.)
(Se não estivesse mais preocupada em olhar para o semáforo e não me deixar cair a mim nem à mota, era uma foto fantástica. O homem de fato no monociclo, não eu na mota.)
18 agosto 2010
O álcool não resolve nada. O chocolate também não.
Tenho saudades, muitas, do calor. Há quase cinco semanas que mal vejo o sol, e as temperaturas andam pelos vinte graus. Está toda a gente de férias, eu devia estar também. Nada que não se resolva daqui a uns dias.
O céu, cinzento, mais o saber que depois de 15 de Agosto é sempre a piorar, é desolador. Faz-me falta a bola amarela lá em cima. Comprei uma mota e só ainda andei 2000km nela. Hoje estive vai não vai para me equipar e dar uma volta (até ao trabalho, pois, mas também conta como passeio), e desisti. Fico assim, sem sol, sem grande vontade para fazer seja o que for. Ainda para mais não tenho nada que me apeteça ler - ficou um vazio enorme depois da triologia da Lisbeth Salander - já vou com uns 5 livros a meio, quer dizer, com meia dúzia de páginas lidas, e nada de me entusiasmar. Algo me diz que vai ser um ano muito comprido, até ao próximo verão. Um dia destes viro sueca e começo a tirar umas semanas de férias aqui e ali, no meio do inverno, para ir para a Tailândia ou um sítio assim, onde haja sol e calor.
O céu, cinzento, mais o saber que depois de 15 de Agosto é sempre a piorar, é desolador. Faz-me falta a bola amarela lá em cima. Comprei uma mota e só ainda andei 2000km nela. Hoje estive vai não vai para me equipar e dar uma volta (até ao trabalho, pois, mas também conta como passeio), e desisti. Fico assim, sem sol, sem grande vontade para fazer seja o que for. Ainda para mais não tenho nada que me apeteça ler - ficou um vazio enorme depois da triologia da Lisbeth Salander - já vou com uns 5 livros a meio, quer dizer, com meia dúzia de páginas lidas, e nada de me entusiasmar. Algo me diz que vai ser um ano muito comprido, até ao próximo verão. Um dia destes viro sueca e começo a tirar umas semanas de férias aqui e ali, no meio do inverno, para ir para a Tailândia ou um sítio assim, onde haja sol e calor.
12 agosto 2010
Por baixo da roupa
Ia escrever um post sobre as coisas que não preciso (todas, nenhumas, provavelmente), mas depois olhei-me ao espelho. Hoje é dia de saia branca justa. E por isso experimentei, finalmente, umas cuecas novas. "As" cuecas novas, melhor dizendo. Aquelas que me custaram 3 vezes o preço das minhas favoritas, porque teoricamente não "marcam". O problema deve estar na definição de "marcar". Pois, não têm costuras. Mas continuam a ser cuecas, feitas de tecido com uma certa espessura, que ainda que seja milimétrica não é inexistente. Portanto, apesar de relativamente céptica, eu até acreditei que não se vissem as cuecas por debaixo da roupa. Ingenuidade da minha parte, claro, vi agora ao espelho, claro que se vê que tenho cuecas, que a saia é bem justa. E agora, aquilo que realmente interessa, mas o que é que importa seja a quem for que se veja que uso cuecas por baixo da saia (ou das calças)? Porquê esta obcessão por fingir que não se tem ali nada? E daqui para as praias do Algarve (pelo menos): mas porque é que este ano as mulheres andam a meter o fato de banho por dentro do rabo??? (é que é mesmo...) Desde quando é que passou a ser tão importante ter um cu bronzeado? (E porquê, mas porquê, e para quê? O que é que me anda a escapar?) E, caso o seja, porque é que não compram mas é umas tangas e pronto? (Eu sei que não me devia incomodar, que um rabo feio ou bonito me devia ser indiferente, mas nunca tinha visto tanto rabo ao léu na vida, e a maior parte preferia não ter visto. )
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