16 agosto 2007

#58

Realmente há coisas estranhas. Há tanto tempo que vivo em Munique e ainda não me tinha passado pela cabeça que o Isar é um rio calmo e como tal, deve ser aproveitado. Felizmente tenho uns amigos com ideias brilhantes (e outras estúpidas, mas isso é outra conversa), como a de descer o Isar em barcos de borracha. Bem, podíamos tê-lo feito de canoa de madeira, como muitas outras pessoas, incluido umas que viraram e perderam as garrafas de água, chinelos, sapatilhas, e até bonés. Perderam mesmo, pois com a corrente não há maneira de os recuperar. Alguns de nós, os que vinham mais atrás, ainda apanharam algumas dessas coisas, mas os tipos da canoa virada é que nunca mais nos encontraram. (Alguém quer comprar uns ténis Nike, número 42? E chinelos adidas número 39?) Mas os barquinhos de borracha não sao nada maus, tem é que se ter cuidado para não furar, pois a viagem dura 8 horas (com duas paragens nos Biergarten que ficam pelo caminho) e nem sempre há meios de transporte nas redondezas. O meu barquito deve ter começado logo com um furo (um furinho bem pequeno) na dobra, mas lá se aguentou até ao fim sem ir ao fundo. Outras pessoas não tiveram tanta sorte, e pudemos testemunhar vários cadáveres de barcos pelo caminho (que ainda sao uns 32 km, mais coisa menos coisa). E o mais fantástico de tudo é que o rio é na sua grande parte baixinho (sao poucas as zonas onde não se tem pé), e às vezes só se vêem outros malucos de barco. E natureza, muita natureza. Nas prainhas mais escondidas (quer dizer...), aquelas de mais difícil acesso por outros meios que não o fluvial, encontra-se uma data de gente a fazer naturismo. Nunca tinha visto tantos rabos nús (e não só) numa só tarde.

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