31 janeiro 2013

E o bacalhau?

Tanta campanha de facebook contra tudo e mais alguma coisa, tanta treta sobre a mala Chanel, tanto faça like para isto ou aquilo que não interessa a ninguém - e eu não vejo ninguém incomodado com o bacalhau.
Vai hoje a votos a introdução de fosfatos no bacalhau. A proibição (?) do bacalhau ser salgado à maneira portuguesa. Diz que essa mudança trará uma alteração na "cor, textura e sabor" do bacalhau. E ninguém se organiza? Tanta coisa porque a ASAE tinha fechado a ginginha do Rossio, mas o bacalhau, vendido e consumido de norte a sul do país (e no estrangeiro, quando cá chega), não põe o Zé povinho a mexer-se?

Eu aqui encontro bacalhau congelado. Não foi seco e salgado, e depois demolhado, foi simplesmente congelado. Garanto que nem para bacalhau à Brás serve. (Serve, mas é um pobre substituto do bacalhau verdadeiro, é como usar outro peixe branco em vez do bacalhau.)

Isto é a austeridade a chegar ao bacalhau?

30 janeiro 2013

Tudo acontece por uma razão

Às vezes a razão é pura estupidez.

A fila

webcam do centro de Munique
Uma fila de pessoas gigantesca à espera de vez para assinarem uma petição contra propinas. (Não, não estão a dar nada.) Comentário de um alemão: "pensava que só os britânicos ou os australianos eram capazes de fazer filas assim". Eu aposto que nem que estivessem dez graus negativos e a nevar eles arredavam pé.

28 janeiro 2013

A adiar

Gosto tanto da foto aqui debaixo que perco a vontade de postar seja o que for. Isto já passa. :)

22 janeiro 2013

Cor de rosinha

A praguejar baixinho porque certas e determinadas lojas (C&A, H&M, S.Oliver e Esprit, pelo menos) só têm calças slim fit para menina. Tão slim, que às vezes mal passam nas pernas da miúda, que é uma magricela. Tão terrivelmente apertadas, fashion, e femininas, que me vejo obrigada a comprar calças "de rapaz". Na secção das meninas, nem no Inverno têm calças quentinhas, com forro, que dêm mais espaço para as meias calças (e as pernas, caramba, as pernas!). Quanto às partes de cima, é só parvoíce atrás de parvoíce. Mensagens como "just buy me flowers", "i <3 shopping", "ballet princess", e já vi bem pior que isto embora não me recorde exactamente da terminologia usada para aqui reproduzir. Algumas dessas mensagens impressas em t-shirts envergonhar-me-iam como mãe, e aposto que qualquer pessoa que saiba inglês e as leia na camisola de uma miúda que nem na escola anda perceberia como tudo isto é bizarro. Ninguém me manda comprar nas lojas mainstream, é certo, e se lá comprar há também os básicos (uma única cor) e a roupa de menino (porque eu é que decido, como compradora, se é de menino ou de menina), mas de cada vez que entro numa loja destas pergunto-me como é que em pleno século XXI ainda nos deixamos manipular, encaixar em gavetas completamente artificiais, como é que deixamos perpetuar estas espectativas e formatação de género desde a mais tenra idade. A minha menina pode não ser maria-rapaz. Mas também não cabe no estereotipo da "menina" tola, cor de rosa e fofinha em todas as ocasiões. É incrível que, em Munique, haja mulheres jovens com filhos que sejam acusadas de serem más mães,sofram do preconceito retrógrado que puxa as mulheres para baixo, porque cometeram o horrível pecado de trabalharem e deixarem os filhos nos infantários. Pecado esse não atenuado pelo facto de o trabalho ser em part-time, em muitos casos. Em pleno século XXI, há que critique uma médica que trabalha como médica e deixa os filhos na creche para poder ser médica. Mesmo que isso signifique deitar anos e anos de estudos e trabalho ao lixo, mesmo que isso signifique a infelicidade da mãe, e, consequentemente, a dos filhos. Eu sei que a roupa não é nada. Que as Barbies, os brinquedos "de menina" e "de menino" não são nada. Que há escolas onde as crianças até são incentivadas a experimentar tudo, bonecos, comboios, legos, livros, cozinhas, trabalhos manuais de todo o tipo, mesmo que depois os adultos que lá entram tenham atitudes antiquadas, sexistas e altamente reprováveis. Mas isto tudo junto tem que ser combatido. Eu não quero que a minha filha daqui a uns anos tenha que ouvir que o lugar dela é em casa, ou que algum dia lhe passe pela cabeça perder a sua independência ou não chegar a alcançar essa independência e tudo o que lhe está subjacente. É pena não haver mais gente a pensar na liberdade das suas filhas. E a agir no interesse dessa liberdade.

21 janeiro 2013

9/221

Quando era miúda aprendi que nunca se devia subestimar o adversário. Que se devia respeitar, não baixar a guarda, prevenir que o outro saiba tanto ou mais que eu. Uma vez, outra vez, tantas vezes me enganei.
Um gajo pensa que teve um resultado mauzinho, porque podia ter sido melhor e ficou na linha de água (sim, claro, podia ter sido bem pior). Pensa que a concorrência lhe deve ter dado uma abada, porque a concorrência com toda a certeza percebe mais destas coisas e tem os assuntos todos em dia. A concorrência tem obrigação de saber disto, e como tal não se deve ter espalhado, nem sequer escorregado em alguma parte.
Mas não. Quando pensava que teria dos piores resultados, afinal, dentro do mau, foi bom.
Mais uma vez, sobre-estimei a concorrência. O adversário, no entanto, continua de pé. Nem sempre a concorrência é o real adversário.

20 janeiro 2013

Hmmm

No último ano, reduzimos o consumo de electricidade em 10%. O preço, no entanto, vai aumentar 20%. Raios.

(Neste caso, a solução "se não consegues vencê-los junta-te a eles" deve passar por comprar a empresa de electricidade.)

17 janeiro 2013

O que faz falta (nos vídeos digitais)

Pergunto-me se esta malta de hoje em dia alguma vez viu vídeos em VHS. Se alguma vez teve o prazer de passar à frente os anúncios, os irritantes avisos legais, se viu e ouviu partes de filmes em velocidade rápida.
A geração digital pode escolher a linguagem do áudio e das legendas nos filmes que compra (mas não nos alugueres digitais legais, o que é um contra-senso), mas não pode passar à frente as acusações de roubo num produto que comprou.
Malta que ainda viu cassetes, não acham que faz falta um fast forward parecido nos produtos digitais? Vídeos do youtube com a possibilidade de imagem acelerada. E som.
DVDs e Blurays. O que eu gostava de passar cenas de filmes em versão rápida mas que ainda desse para entender o que se passou. Vídeos de apresentações a correr em versão compreensível mas a uma velocidade que o meu cérebro conseguisse processar, em vez da gravação lenta, pausada, que me dá sono.
É por isto que gosto cada vez menos de vídeos. Consigo ler muito rápido, chego à informação que me interessa num instante, mas num vídeo que tenha que ver não há maneira de acelerar. E eu já não estou habituada a ir devagar.


06 janeiro 2013

A mochila

Lembram-se da minha mochila, perdida no comboio para o aeroporto de Munique? Cheinha, a abarrotar de coisas, como um portátil, DVDs da ovelha choné (para a miúda se entreter), máquina fotográfica, auscultadores, telemóvel extra (e desbloqueado), modem USB, pen USB, chocolates, prendas embrulhadas para oferecer, e ainda uma data de tralhas diversas?
Já está em meu poder. Intacta. Que no meio do azar eu tenha sempre uma sorte desgraçada genial.

(Contei a história todinha à minha melhor amiga. Em chegando a meio ela já dizia, a rir, que de certeza que a mochila me ia ser devolvida intacta, que eu tenho uma sorte que nunca mais acaba. É verdade, nasci com o rabo virado para a lua, como diz a minha mãe. E ainda bem, imagino a trabalheira que teria se não fosse assim ;).)

Pequenas coisas

De volta a casa, encontrei algo no supermercado que me encheu de felicidade. Algo muito simples: manteiga salgada. Bem, semi-salgada ou moderadamente salgada, mas absoutamente deliciosa no pão. Para quem vive em Portugal o difícil será encontrar manteiga sem sal, mas por cá é exactamente ao contrário, quase todas as manteigas são sem sal.
No pão quente, uma maravilha.

Bom ano.

02 janeiro 2013

I think I'm paranoid

A ver todos os vídeos do youtube enquanto estou no "my country". A tirar a barriga de misérias para conhecer músicas novas e tudo o mais que me aparece em links de blogues e facebook. Enquanto faço as malas para o regresso a casa, em Munique (e descobrir se os chocolates que estavam dentro da mochila sobreviveram), mais uns vídeos. Vou ter saudades disto, também.