26 julho 2010

"O" médico

O único médico que eu gosto por cá é o de clínical geral. (Isto é quase mentira, o médico de senhoras (AHAHAH, piadinha, é o nome que se dá ao ginecologista por aqui) também é simpático.) É o único que parece um médico à portuguesa, mas dos antigos, digamos assim. Não perde tempo com tretas, nem me despacha como se eu tivesse lepra (i.e., sem me dar tempo de perguntar tudo o que me apetecer), e ainda me receita uns xaropes quando tenho uma constipação, em vez de me despachar com um "isso passa daqui a uma semana" e pronto. Tem uma sala de espera com velhotes, em vez de ser só gente nova - sinal de que é um médico paciente (lol) - e fez um ar verdadeiramente preocupado daquela vez que a minha constipação durou duas semanas em vez de uma, e quando fui lá pedir-lhe um papel para me mandar a outro especialista. Apareço sempre sem ter hora marcada, que só lá vou em caso de emergência e as emergências não se planeiam, e nunca tenho de esperar muito tempo. O meu médico de clínica geral é um querido e não vai de férias durante um mês como outros. (Também no Natal lá faz a sua semanita de férias, mas eu não me importo que por essa altura não costumo precisar dele - sim, sou uma interesseira ;).) As poucas vezes que o vejo, costuma olhar-me através dos óculos e fazer cara de "hmmm vamos lá ver o que é que é isso", como se o que eu tenho fosse realmente grave/importante (mesmo que seja uma coisa menor, como uma constipação), e, com ar de quem vai resolver o problema - mesmo que eventualmente seja necessário mais do que uma simples consulta e medicação. Agora que penso nisto, acho que o mais parecido com este médico que já encontrei foi o meu pediatra - e esse de certeza que já se reformou há anos...

22 julho 2010

Devagar, devagarinho...

Falar das coisas, mesmo daquelas que nunca falava, nunca falaria, com ninguém, pode mudar a vida sem que se esteja à espera disso. E de uma maneira que nunca teria esperado. E um dia percebe-se, finalmente, aquilo que se fez, as razões que então se tomaram, e que afinal eram tão ínfimas quando comparado com as razões que se deveriam ter invocado mas que na altura se tinham ignorado porque afinal doíam demais para serem reconhecidas. E depois percebe-se que tudo o que veio depois, directa ou indirectamente, foi por causa de uma decisão (uma sucessão de pequenas decisões), e que a compreensão de tudo o que esteve por trás disso nos muda.
A essência é a mesma, será sempre, muito provavelmente. O que me faz correr também. Para onde quero correr é que não.

19 julho 2010

E porque o blogue serve é mesmo para mandar bitaites...

isto das bolas de berlim sem creme é uma treta. ainda se fosse creme sem bola de berlim... (é que por cá bolas de berlim não faltam, já creme de ovo, ainda não descobri.)

quase que me pus a discutir com a vendedora das bolas de berlim sem creme (mas depois pensei que estava de férias e não me ia chatear). tudo porque ela diz que não vende bolas com creme por causa da ASAE. não é verdade. pode vendê-las desde que estejam acondicionadas de maneira própria, suponho que com uma daquelas malas que mantêm o frio, como as que usam para vender gelados também na praia. tanto assim é, que no ano passado, já depois das polémicas da ASAE, encontrei uma praia onde vendiam as tais bolas com creme, sem medo nenhum. é como tudo. é mais fácil culpar os outros...